Publicado em 21/07/2020 às 06:51:35
O jornalista Alexandre Garcia foi contratado como a nova estrela da CNN Brasil nesta segunda-feira (20), após um período fora do ar depois de ter saído da Globo. Mas o profissional vai muito além do jornalismo e nos últimos anos virou uma espécie de muso da direita, mas por trás das câmeras ele acaba de casar aos 79 anos.
Desde que se manifestou como favorável a Jair Bolsonaro, o jornalista virou uma espécie de muso da direita, mas não gosta muito de ser chamado como parte deste espectro político. "Eu acho uma bobagem classificar as pessoas de esquerda e direita. Virou moda aqui no Brasil, a pessoa fala de bipolaridade. O que eu sigo é a ética, o que é bom para o país", explicou ele em entrevista ao UOL no final do ano passado, complementando a respeito do assunto "porque muitos falam isto, não faz a menor diferença para mim. O que faz diferença para mim é o que eu penso a respeito do país, das pessoas, das boas relações, do progresso, a ética, o cumprimento das leis. Foi isso que aprendi com meu avô".
Embora rejeita a tarja de fiel à direita na política, o jornalista não deixa de colher os louros do sucesso junto a bolsonaristas. "Não vou fazer nenhuma tese, mas tenho sentido isto o ano inteiro. Circulo em shopping, supermercado e a reação tem sido muito maior do que eu recebi em tempos de televisão. Eu nunca recebi tanto cumprimento. E olha que eu passei quase 40 anos na televisão, na Manchete e na Globo", ele contou na mesma entrevista sobre sua popularidade em alta.
Com mais de 2 milhões de seguidores no Twitter, onde posta defesas contundentes a Jair Bolsonaro, Garcia deixa claro que não quer ter a estirpe de influenciador da direita, aliás, ele rejeita o rótulo de influenciador.
"Acho um horror, uma bobagem, uma arrogância alguém achar que é influenciador. Eu quero ser informador. Dar informações para as pessoas tomarem decisões. Não sou dono da cabeça de ninguém, não tenho esta arrogância de achar que eu sou um influenciador", cravou.
Com 79 anos e começando um novo projeto de vida profissional, Alexandre Garcia teve de enfrentar uma tragédia em sua vida pessoal. Em 2014, quando comandava o Bom Dia Brasil, o jornalista recebeu a notícia da morte de seu filho Gustavo, então com 27 anos. O jovem morava com a mãe e foi encontrado morto em casa.
"Pior post que registro. Tudo que tinha pra falar pra ele eu falei, ele sabia exatamente todo o meu sentimento por ele. Minha eterna melhor metade. Meu irmão que hoje nos deixou... Gu, te amoooooooo!!! Vc está sempre no meu coração e pensamento", escreveu sua filha, Julia, na época nas redes sociais.
O atual âncora da CNN Brasil ainda enfrentou outra perda nos últimos anos. Em 2019 ele anunciou a morte da mãe, Maria Thalita, que estava com 100 anos de idade. Sobre o caso, Alexandre fez questão de agradecer seus seguidores pelo apoio. "Aos meus queridos seguidores e companheiros de Twitter, comunico que minha mãe se foi. Com 100 anos e cinco meses de missão muito bem cumprida. Semeou luzes", escreveu em suas redes sociais.
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Mesmo tendo se separado e iniciado outra relação há mais de dez anos, o casamento entre Garcia e Magda Pereira aconteceu somente em 2019. Ele vive com a mulher desde 2008, mas adiou por duas vezes a intenção de se casar por conta da morte do filho e, depois, da mãe. Mas os dois celebraram a união com direito até a posts com as imagens do casório.
A cerimônia não foi grandiosa e contou apenas com a presença de alguns amigos e convidados, inclusive as duas filhas de Alexandre, Julia e Denise. Discreto, o jornalista evita falar da vida pessoal ou mesmo de seu relacionamento atual.
O retorno à TV na CNN Brasil chamou a atenção porque Alexandre Garcia vinha dando sinais de que estava satisfeito com seu novo desafio em trabalhar apenas através de plataformas digitais. Tanto que, em entrevista ao UOL no ano passado, ele havia dado a entender que não pretendia retornar, mas deixou a porta aberta por não saber o que viria pela frente.
"Eu receio um pouco antes de falar porque eu não quero fechar portas. Neste momento, eu diria não porque estou gostando muito de onde estou. Dono do meu nariz, gravando na minha casa. Eu pretendo inaugurar em breve um estúdio que eu fiz no subsolo da minha casa. Um estúdio bem profissional. Eu até fico meio receoso porque vou sair da biblioteca da minha casa e vou para um estúdio. Vou ter que explicar que é na minha casa, não é em nenhuma estação de televisão", revelou.
Alexandre Garcia ganhou projeção nacional quando foi porta-voz da Ditadura Militar no governo do presidente Figueiredo. Acabou demitido do cargo dezoito meses depois por causa da má repercussão de uma entrevista em que ele aparece sem camisa, dando a sensação que estava nu. Sobre o tema, o jornalista negou que tenha prejudicado seu trabalho. Eu tirei várias fotos de bermuda e naquela foto eu fui atender o telefone e fotógrafo botou um lençol para cima de mim e tirou a foto. Não causou problemas. Causou problemas quando inventam histórias e eu processo. Alguns jornalistas tiveram que mostrar a foto onde eu estou com toalha, com isso ou aquilo e não encontraram. E não vão encontrar. Se olhar a reportagem original vai ver que não tem nada disto", garantiu.
Depois, ele foi para a Globo, onde teve um quadro no Fantástico nos anos 80, além de repórter especial do Jornal Nacional, Jornal Hoje e Jornal da Globo. E após cinco anos como diretor de jornalismo da Globo em Brasília, assumiu o posto de comentarista político do Jornal da Globo. Em 2000 assumiu o comando do DFTV, onde permaneceu por 11 anos.
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