Publicado em 02/01/2020 às 20:50:30
Eduardo Fauzi, um dos suspeitos de ter atacado à produtora do Porta dos Fundos, está em Moscou, na Rússia, local que mora a namorada do rapaz. A Polícia do Rio de Janeiro já sabe da informação e pediu para que o nome dele seja incluído na lista de procurados pela Interpol.
O acusado deixou o Brasil no dia 29 de dezembro para Paris, na França, um dia antes da expedição do mandado de prisão. Imagens mostram que Fauzi chegou ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Zona Norte da cidade carioca, de táxi.
Depois de Paris, o rapaz acabou indo para Rússia e não é a primeira vez que ele realiza viagem internacional, já que visitou o país em outras três oportunidades. Eduardo comprou uma passagem de volta para o dia 29 de janeiro.
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É bom destacar que o suspeito publicou um vídeo na última quarta-feira (1) nas redes sociais. A gravação foi realizada dentro de uma casa e os investigadores descobriram que ele contou para amigos próximos que estava em Florianópolis, Santa Catarina, o que parece ter sido uma pista falsa.
No vídeo, Eduardo dispara: "Quem fala mal do nome de Cristo fala, prega, contra o povo brasileiro. Povo brasileiro, povo humilde, povo pobre. Isso é um crime de lesa pátria. Eles [integrantes do Porta dos Fundos] são criminosos, são marginais, são bandidos".
"A tolerância deles é marketing. Se eles fossem verdadeiramente tolerantes, eles vestiram na pele da tiazinha da pipoca, da minha antiga escola, que eu falei pra ela: 'você é pobre'. Ela respondeu: 'eu sou pobre, mas tenho dentro de mim uma riqueza chamada Jesus Cristo'", acrescenta.
Desde que começaram as investigações, peritos da Polícia Civil refizeram o rosto do suspeito para poder identificar quem teria participado do ataque ao Porta dos Fundos. Especialistas utilizaram imagens de câmeras de segurança e fotografias para chegar ao resultado.
O laudo aponta que é a mesma cor da pele, o mesmo formato de cabeça e distribuição compatível dos elementos da face. A análise precisou usar a aparência da região frontal do rosto, perto da área do nariz, dos ouvidos e da boca.
A identificação do possível criminoso aconteceu por meio de um cruzamento de informações de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Os agentes também usaram imagens de, aproximadamente, 50 câmeras de segurança.
De acordo com a Polícia Civil, Fauzi e os outros suspeitos atacaram a produtora e depois fugiram. Na rua Martins Ferreira, Eduardo saiu do carro em que estava, tirou fitas que escondiam a placa do veículo e saiu andando numa rua isolada.
Vale lembrar que, para a polícia, o ataque não vem sendo tratado como terrorismo, mas como tentativa de homicídio, já que haviam seguranças contratados dentro do local no momento em que as bombas foram lançadas contra o prédio.
Eduardo é presidente da Associação dos Guardadores de Carro São Miguel e há um mandado de prisão contra ele em relação ao caso. A polícia o procura e seu status atualmente é de foragido da Justiça.
A linha de investigação da polícia é de que as bombas foram lançadas como represália ao Especial de Natal do Porta dos Fundos para o gigante de streaming. O filme apresentou Jesus como gay e foi duramente criticado por religiosos brasileiros que chegaram a pedir na Justiça que o especial fosse retirado do ar, mas acabou não obtendo êxito porque o juiz que julgou o caso considerou a solicitação como censura.
O grupo de humor venceu o Emmy Internacional por conta da primeira temporada do Especial, o que acabou gerando uma renovação para o segundo ano que teve toda a polêmica. A Netflix e o Porta dos Fundos já confirmaram que em 2020 haverá novo especial.
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