Publicado em 07/12/2019 às 10:14:11
Atriz que ganhou notoriedade nos anos 1990 por seu papel como Shirley em Torre de Babel (1998) e depois se destacou em Esmeralda (2005), Karina Barum volta à TV na série A3, com roteiro e direção de Beto Ribeiro e produção da Medialand, que tem estreia prevista para 2020 no canal por assinatura Prime Box Brazil.
A obra ficcional gira em torno dos principais tabus femininos da classe média paulista e se passa em dois momentos: de 1927 a 1958. Casamento, desquite, e machismo são alguns dos pudores que Dona Adalgisa (Barum) enfrentará.
Em entrevista ao NaTelinha, a atriz conta como passar essa década fora da TV (ela esteve dois episódios no Tribunal na TV, em 2010, na Band): "Resolvi me afastar um pouco, mas nunca foi muito racional de parar totalmente. Eu queria cuidar da minha filha e estar mais próxima da natureza. Por isso, eu escolhi Florianópolis. Hoje, eu vivo mais no sul da ilha, que tem muitas montanhas. Vivo com meus cachorros e fico entre aqui e lá [São Paulo]. Não queria parar totalmente. O trabalho sempre foi vital para mim e me deu energia e prazer. Mas era um momento em que eu queria me dedicar a outras coisas. Mesmo reclusa, eu me envolvi com algumas produções que eu acreditava".
Segundo ela, a decisão de voltar foi natural e passou pelo incômodo de um sentimento de reclusão e também incentivada por seu agente. E ficou fascinada pelo projeto da série A3: "É o tipo de trabalho que dá aquela coceirinha para fazer e que te instiga muito. Era disso que eu estava presenciando para me atirar logo de cara. Os personagens, a história, que mostra uma tensão natural implícita na época em que a série se passa – 1950 - e percorre mais o início do século passado, em 1927. Os costumes ditavam as regras, mas junto com essa tensão, muitos personagens da história têm ironia, leveza e humor mesmo com dramas pessoais densos. Aceitei com muita gratidão e já estamos na reta final das filmagens. Aquilo que estava no papel está se transformando numa trama riquíssima".
Quando Karina despontou na TV, o mercado audiovisual era restrito às redes abertas, o que mudou bastante com a quantidade de mídias e plataformas que produzem conteúdo.
Para a atriz, a mudança é maravilhosa: "O brasileiro é muito criativo e rico. Eu lembro que no início de carreira não tinha nem célula. Olha que louco! A gente via os testes pelo jornal e as filas de teste viravam quarteirões. A gente ficava um ou dois dias sob chuva ou sol. Lembro do teste de O Monge e A Filha do Carrasco, que eu fiquei um dia inteiro na fila, que dava voltas para fazer o filme do Walter Lima Jr. Era muito diferente. Mas dizer que era mais difícil é complicado, pois hoje em dia os atores também concorrem com um número de profissionais. Acho que cada época sofre certas dificuldades, mas ter mais de um meio faz com que o mercado cresça e temas diferentes surjam. O inconsciente coletivo trabalha muito com novas coisas. Eu vejo produções brasileiras diferentes e isso é um orgulho".
"É um mercado maravilhoso e a gente tem de honrar. Um trabalho bonito em que levamos alegria, sentimentos, pensamentos e reflexões. Acredito que a arte sempre vai crescer, mas a parte técnica realmente cresceu muito. Hoje em dia, todos nós podemos fazer nosso filminho com um celular, mas para fazer um filme é preciso ser muito bem feito com qualidades exigidas. Visualizo apenas o lado positivo", acrescenta.
Um dos temas da série será o desquite. "A separação de corpos era permitida, mas o matrimônio permanecia. A mulher desquitada sofria mais preconceito ainda. A religiosidade se fazia muito presente e isso muda todo uma conduta de comportamento, conduta, pensamento e liberdade de expressão. Tudo isso é retratado na obra", destaca.
Um de seus papéis de destaque foi como a vilã Graziela de Esmeralda, e uma das cenas que mais marcaram foi a morte dela nos braços de Adrian. "Eu falei com algumas pessoas por esses dias, que ainda assistem novela ou já não fazem mais, e uma delas comentou que gostava de obras em que dá vontade chorar no final. Eu achei tão bonito isso. É uma coisa de panfleto mesmo. A novela tem essa carga mais dramática e acho isso muito bacana", recorda.
Em Esmeralda, Graziela teve seus ápices para Barum. "Ela começa Esmeralda sendo vilazinha, seguindo os passos da mãe e concordando com tudo o que ela fala. O estereótipo de querer casar para fazer a vida com um homem rico. A personagem embarcava nessa ideia e havia conflitos com a mãe, depois com a grande paixão de sua vida, que era o peão da fazenda. Como Graziela podia se apaixonar por alguém que não podia dar nem metade do que ela tinha? Graziela não aceitava isso, pois foi o que ele aprendeu. Esse conflito foi a novela inteira pra ela ir se transformando e no final de arrepender. A personagem chegou a esse ápice e isso é panfleto, folhetim e dramalhão. Vejo esse trabalho com muito carinho. Pra mim foi gratificante trabalha com toda a turma na época e ter conquistado carinho do fãs. Isso me marca muito", comemora.
Vilã não morreu
Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel
Estreou na TV aos 7
Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web
Curioso
Parabéns!
Tensão
Polêmica
Fim do mistério
Menino ou menina?
Grave
Polêmica
De molho
The end
Aos 61 anos
Sincero
De volta na Globo
Treta antiga
Intimidade
Vem aí
Vai hablar
Longe
Retrospectiva
35 anos depois