Publicado em 12/07/2019 às 06:30:51
Gabriel Godoy tem 35 anos, mas fala com propriedade e cheio de experiência no seu trabalho como ator. Atualmente em duas produções da Globo, a novela das 19h “Verão 90” e a minissérie “Assédio”, que terá seu último episódio levado ao ar na noite desta sexta-feira (12), o artista se encontra num momento especial da vida profissional e pessoal. Versátil, ele foge dos rótulos e busca desafios na carreira.
Com o sonho de ser jornalista, estudou dois anos sobre a área, mas trancou o curso para se dedicar ao teatro, formando-se na Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP).
Cheio de histórias, o ator conversou com exclusividade com o NaTelinha e falou um pouco sobre a oportunidade de interpretar Galdino na história de Paula Amaral e Izabel de Oliveira, sua dedicação ao teatro, cinema e televisão e quais são seus objetivos no futuro.
Gabriel Godoy atuou em três novelas nesta década, sendo todas no horário das sete. Em “Alto Astral”, ele deu vida ao personagem Afeganistão. Já em “Haja Coração”, foi Leozinho, dividindo cena com Tatá Werneck. Agora, em “Verão 90”, faz um picareta, parceiro dos vilões Jerônimo (Jesuíta Barbosa) e Vanessa (Camila Queiroz).
Só que ele também faz questão de deixar claro que tem veia dramática no sangue, tanto que aceitou participar do elenco de “Assédio”, sentindo orgulho de ter dois trabalhos simultâneos na televisão.
“Incrível [ter dois personagens na televisão]. Sempre fico preocupado com os rótulos da minha profissão. E a Maria Camargo e a Amora Mautner me deram essa oportunidade para fazer algo diferente na Globo. Tenho muito orgulho dessa série [Assédio] e como sempre digo mais do que uma série é uma denúncia. Espero que todos possam ver”, explicou.
Mesmo conhecido pelo grande público como ator de comédia, Godoy deixa claro que gosta de fazer humor e drama, porque acredita ser função do artista trabalhar nos dois núcleos. “Eu sou um apaixonado pelo meu ofício. Não consigo dizer o que é mais fácil ou difícil. Penso que tudo que faço com amor, prazer e verdade me alimenta a alma”, declarou.
O que poucos sabem é que ele quase não foi para o mundo da dramaturgia, já que seu primeiro objetivo na vida profissional era estudar jornalismo. Mas ele parou de fazer o curso e afirma que sua escolha foi correta.
“Queria fazer jornalismo para trabalhar com jornalismo esportivo, mas a paixão por atuar foi maior. Sobre retornar à faculdade é algo que não penso nesse momento. Mas tudo pode acontecer. Gosto da atmosfera de universidades, sinto falta”.
A novela das sete entrou na sua reta final e é possível realizar um balanço sobre a trama. Gabriel deu vida ao personagem Galdino, que vive aplicando golpes e fingindo ser outras pessoas. O ator explicou que é um enorme desafio compor essas diversas personalidades.
“Olha, que desafio!”, comentou aos risos. “Ao mesmo tempo em que é um presente é uma grande responsabilidade. Mas foi muito especial essa experiência. Tive que estar muito presente e concentrado para dar conta dos estudos para compor os personagens. Tive pouco tempo entre um e outro. Mas dentro da realidade veloz de uma novela só sei que dei o meu melhor. Saio forte e grato”.
O artista guarda com carinho os anos de 1990, período em que o enredo é ambientado. “Verão 90” permitiu que seu lado saudosista aflorasse e o ajudasse a criar os trejeitos de Galdino.
“Tenho recordações familiares fortes. De viver/conviver com meus pais e minhas irmãs. Minha casa na represa do Guarapiranga, as viagens para Paraty Mirim, a minha escola Waldrof Rudolf Steiner e meus amigos. Sinto falta desse convívio. Fui muito privilegiado, agradeço muito meus pais pela minha criação”, contou.
Ele começou a trabalhar no projeto em janeiro e agora tem postado várias fotos com os colegas de elenco, despedindo-se das gravações. O ator enxerga que sairá mais maduro com o fim da novela.
“Fazer uma novela é muito intenso. Precisa de entrega e dedicação para colher bons frutos. Fiquei muito atento a isso. Entrei muito focado. Minha namorada Bruna Guerin também foi fundamental para me dar uma base. Me ajudou nos estudos e nos dias que estava mais sensível emocionalmente. Os novos laços de amizade como os que criei com Flávio Tolezani e Luiz Henrique Nogueira no hotel que moramos. Tudo isso foi rico e vou guardar com muito carinho”.
Todos os episódios da minissérie estão disponível no Globoplay e a história passou na tela da TV aberta todas as sextas-feiras. Na noite de hoje, passará o último ato da produção que chamou atenção do público brasileiro. Gabriel conta que o processo de interpretar o personagem Leandro, pai de dois filhos, desempregado, casado com Jessica Hellen, desafio-o.
“Foi muito difícil visitar esse lugar escroto, ignorante, machista com a temática do abuso e do estupro por trás. O processo foi doloroso. Mas também cresci muito ao debater o assunto de frente, tanto na série, mas com minha namorada, irmãs e amigos. Temos que falar sobre”.
Na visão do ator, a série é uma oportunidade para que homens possam repensar suas atitudes e ter uma percepção diferente da vida. “Os homens precisam urgentemente se reinventar. Eu tenho 35 anos e com certeza trago o machismo nas minhas células, devido a minha geração e minha criação. Penso que se assumir machista é o primeiro passo. E a partir disso ter uma busca sempre. Se investigar, se trabalhar para sempre evoluir. Se assumir imperfeito e buscar com humildade o auto conhecimento”.
Paulistano, ele faz questão de deixar claro que sua vida passa pela capital paulista e, mesmo gravando no Rio de Janeiro, continuou vivendo na “terra da garoa”. “Minha base continua aqui. Eu amo São Paulo”, declarou.
Mas, além de amar São Paulo, ele também é apaixonado por Bruna Guerin. Os dois construíram uma relação de parceria na vida pessoal e profissional. O ator gosta de ressaltar isso. “Sou fã e namorado da Bruna. Ela é mais do que minha namorada é minha companheira de vida”.
Na sua rede social, Gabriel postou uma frase de Paulo Freire que fala sobre a diferença entre o falar e o fazer. Diante desse questionamento filosófico, o ator refletiu sobre seu comportamento. “Todas as situações da vida. Eu tenho praticado transformar a minha fala na minha prática e para isso o silêncio me ajudo muito antes de abrir a boca. Não é um exercício fácil”.
Ele também compartilhou a frase “Viver por viver é oco. É pouco”. Ele garante que não deixa de aproveitar a vida, sempre buscando fazer o bem as pessoas que ama. “Vivo pelos prazeres da vida. Amo minha família, minha namorada, minha profissão. Amo viajar, comer, fazer esporte, filosofar, cantar, dançar. E respondo com mais duas freses. Uma de um dos meus filmes prediletos ‘Na Natureza Selvagem’ que é: ‘A verdadeira felicidade só existe quando é compartilhada’. Ou podemos ir de Guimarães Rosa e dizer: ‘Felicidade são horinhas de descuido’”.
E não pense que ele ficará parado com o fim de “Verão 90” e “Assédio”. Em outubro, Gabriel começará a preparação para a segunda temporada de “Homens?”, no Comedy Central e na Amazon. A primeira estreou em abril de 2019. E o público poderá acompanhá-lo nas telas dos cinemas.
“Tenho dois filmes que vão lançar ainda esse ano: ‘Incompatível’ e ‘Maior que o Mundo’”, relatou. “E começo uma série em agosto que ainda não posso falar”, fez mistério.
O ator resumiu em apenas uma frase: “Um ser humano que sempre antes de reclamar, lembra de agradecer”.
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