Publicado em 02/04/2016 às 16:00:11
“Domingo é todo alegria”, “domingo é dia de Silvio Santos”. Frases como essas eram alardeadas pelo SBT desde sua fundação em 1981, que tinha o seu dono, Silvio Santos, a sua principal atração da grade.
Com Silvio Santos no ar durante até oito horas em seus áureos tempos, o domingo, até num passado não tão distante, era o dia mais forte do SBT.
Era o único dia em que a Globo realmente tinha problemas e na década de 1980, por exemplo, nada do que ela fizesse poderia parar o Homem do Baú com sua popularidade, sempre sorridente e distribuindo prêmios.
Contudo, esse cenário sofreu transformações. Com o mesmo desenho de grade há pelo menos quase sete anos, desde a saída de Gugu Liberato para a Record e Eliana chegando no SBT, o canal vive uma crise não só de audiência, mas também de conteúdo.
A hegemonia
Com a ida de Gugu para os domingos no final da década de 1980 e início da década de 1990, o SBT conseguiu se restabelecer novamente como uma potência a ser batida e disputar com a Globo numa igualdade bastante interessante.
Com o sucesso do “Domingo Legal”, que passou a concorrer inteiramente com Fausto Silva em meados dos anos 90, o SBT despontava para aquele que seria seu auge, entre 1997 e 2001. Gugu dava enxaquecas à diretores globais e cogitou-se até a possibilidade de extinguir o “Domingão”.
Em 2003, com o episódio do PCC e a crise que afetou todo o SBT, resultando em demissões e cortes, o domingo da emissora perdeu força. Mas o pior ainda estava por vir.
Apesar de não fazer sombra à Globo como em outrora, o SBT não estava nem perto de perder o segundo lugar. A Record não ameaçava ninguém. Nenhum programa conseguia ultrapassar os 4 pontos de média no domingo até 2004, com a criação do “Domingo Espetacular”. Não havia concorrência.
Com o surgimento do “Pânico na TV”, na RedeTV!, e o crescimento da Record na década passada, os domingos do SBT começaram a ter problemas. Volta e meia, Gugu ou Silvio Santos eram ultrapassados por concorrentes, mas nada que causasse maiores sustos.
A queda
Com o forte investimento da Record no projeto “rumo à liderança” (o que nunca se confirmou), o SBT perdeu a mão de vez entre 2005 e 2006.
A emissora do bispo Edir Macedo criou o “Tudo é Possível” nas tardes de domingo, deixando Gugu em terceiro lugar com certa frequência.
O “Domingo Legal” já vivia uma crise de conteúdo preocupante, descambando para o lado assistencialista e deixando o entretenimento de lado.
Não se tem dúvidas que Celso Portiolli é um exímio comunicador, mas o conteúdo que é exibido é repetitivo, onde o ponto alto é o “Passa ou Repassa” há pelo menos três anos, quando retornou. Nem mesmo quando a atração tinha quatro horas, havia diversificação de conteúdo. O enxugamento de duas horas colaborou para o marasmo que o programa se tornou.
A criação do “Domingo Show”, da Record, minou o SBT naquele horário do almoço, que até então reinava em segundo lugar por falta de concorrência.
Não vou entrar no mérito da questão, se o “Domingo Show” ou “Hora do Faro” (desde 2013) são bons programas. O que não se pode discutir é a ânsia de ambas as equipes trazerem ao telespectador novidades, e tornarem essas atrações, no mínimo, dinâmicas, coisa que o “Domingo Legal” está longe de ser.
O programa de Eliana, é verdade, bem que tenta, mas não consegue ultrapassar seu concorrente. Nem mesmo fazendo ao vivo conseguiu algum resultado mais expressivo.
Já Silvio Santos, o maior apresentador que este país já viu, não faz milagre. Perde do “Domingo Espetacular” há anos e nada faz para tentar reverter o quadro. Simplesmente aceita de maneira conformista, sem grandes novidades ou atrativos.
O SBT, verdade seja dita, não é mais o mesmo aos domingos. De referência nos programas de auditório, não é nem perto do que um dia já foi nesse quesito. É engolido quase que todo domingo pela Record e o que se vê é pouco esforço em tentar mudar isso.
Um “Domingo Legal” combalido, Eliana sem força e Silvio Santos sem esboçar qualquer tipo de reação da programação agressiva da Record, que usa técnicas questionáveis para fisgar o público, mas há uma gana evidente em fazer alguma coisa.
O declínio é evidente. E não estou falando de números de audiência, mas sim de bons conteúdos. Não necessariamente uma novidade sempre é boa, mas já está na hora de dar uma oxigenada nesses domingos, que carecem de um frescor maior.
Thiago Forato é jornalista, escreve sobre televisão há 11 anos e assina a coluna Enfoque NT há cinco, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele: thiagoforato@natelinha.com.br | Twitter: @tforatto
Vilã não morreu Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel Estreou na TV aos 7 Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web Análise Exclusivo Exclusivo Nenê Bonet Opinião Coluna do Sandro Análise Análise Opinião Análise Exclusivo Opinião Opinião Opinião Opinião Coluna do Sandro Exclusivo Crítica Exclusivo Análise