Publicado em 10/02/2014 às 10:48:11,
atualizado em 13/05/2021 às 10:44:42
Acho que você, assim como eu, deve ter ficado chocado quando o SBT anunciou que reduziria “Chaves” para exibir o “Caso Encerrado”, programa da Telemundo apresentado pela Dra. Ana Maria Polo. Muitos falaram: “Não acredito que o SBT irá passar um programa popular dublado!”. Esse é o problema, a emissora de Silvio Santos já fez isso antes.
Em 1993, o canal comprou os diretos de “Geraldo”, que na época era considerado o rei da polêmica e da baixaria nos Estados Unidos. Discussões familiares e sensacionalismo feitos em cima de polêmicas, como as de Michael Jackson querer sem branco ou não. Quando foi exibido no Brasil, “Geraldo” ficou na história pela risível dublagem em que era apresentado e pelos baixos números no Ibope.
O futuro dele foi parecido com o de Ratinho no Brasil: Geraldo Rivera decidiu não mais fazer baixaria, e remodelou seu programa, fazendo algo que agradasse mais anunciantes e a família americana. Resultado: hoje é um dos líderes de faturamento no EUA.
Hoje, e na verdade, desde 1996, o rei da baixaria é outro: Jerry Springer. O apresentador, que também chegou a fazer o “America’s Got Talent” na NBC, comanda desde 1991 o “The Jerry Springer Show”, considerado por muitos na internet o programa mais baixo da TV mundial. E um dos mais armados também. Não faltam denúncias de armação de casos para ele, porém Jerry sempre fez que nem o João Kleber no Brasil: negou até que se provasse o contrário. Ninguém nunca provou de fato, e o público também não está nem aí. Jerry ainda é um dos campeões de audiência nos EUA e ainda vira meme na internet, como este vídeo que mostro pra vocês agora.
Sobre o “Caso Encerrado”, não posso afirmar se ele fará sucesso no Brasil. A história diz que é bem difícil que um programa desse tipo tenha sucesso ultimamente, vide os números razoáveis do "Casos de Família" e relativamente baixos do "Teste de Fidelidade". E a atração da Telemundo ainda tem o agravante de ser dublado. Mas a TV brasileira tem lá suas surpresas.
Uma versão nacional não poderá ser feita, já que o programa julga casos de verdade, e isso é impossível de acontecer na TV, graças à legislação regente no país.
O fato é: americano gosta de telebarraco, tanto que há uma tradição de cada emissora ter o seu nas tardes. E todas estão felizes com ele. Será que o SBT ficará feliz com o seu? Vejamos a partir do dia 17 de fevereiro, às 18h30. E caso encerrado.
Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. Além do “Antenado”, é responsável pelo “Documento NaTelinha”. Converse com ele. Twitter: @bielvaquer
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