Aids, afogamento e mais: o que aconteceu com 6 astros de A Praça é Nossa
Programa humorístico que está no ar desde 1987 pelo SBT, A Praça é Nossa já contou com dezenas de humoristas em seu elenco; saiba o que aconteceu com seis deles

Publicado em 19/06/2025 às 07:51
Um dos programas de maior sucesso do SBT, A Praça é Nossa está no ar desde 1987 e contou com dezenas de humoristas em seu elenco ao longo das décadas.
Saiba abaixo o que aconteceu com seis artistas do programa que já nos deixaram:
Arnaud Rodrigues
Arnaud Rodrigues se destacou em programas e novelas da Globo, como Chico City, Pão Pão Beijo Beijo e Roque Santeiro, antes de brilhar na Praça a partir de 1991. No humorístico do SBT, viveu personagens como Povo Brasileiro, Coronel Totonho e Chitãoró. Desde 1999, o artista morava em Palmas, no Tocantins, onde infelizmente acabou perdendo a vida tragicamente.
Em 16 de fevereiro de 2010, Arnaud estava com mais 10 pessoas em um barco no lago da Usina de Lajeado, quando, no fim da tarde, a embarcação virou devido a uma forte chuva com ventania. Nove ocupantes do barco foram resgatados, incluindo a esposa e dois netos do humorista, mas Arnaud acabou se afogando e teve seu corpo encontrado pelos bombeiros muitas horas depois. Dessa triste forma, ele nos deixou com 67 anos.
Canarinho
Canarinho participou de inúmeros programas antes da Praça, se destacando, por exemplo, no Sítio do Picapau Amarelo, na Globo, quando deu vida ao malandro Garnizé. A partir de 1987, passou a integrar o elenco da Praça, interpretando personagens como o boneco de ventríloquo, Pai Peroba e o homem que vivia pendurado no telefone e causada confusão com o machão vivido por Carlos Koppa.
Por problemas de saúde, as participações de Canarinho foram diminuindo e ele se afastou dos estúdios em 2013. Os últimos meses de vida do humorista foram complicados, já que ele perdeu um braço em um acidente na rodovia Presidente Dutra e também ficou surdo. Canarinho morreu no dia 21 de março de 2014, com 86 anos, vitimado por um infarto.
Batoré
Ivanildo Gomes Nogueira fez muito sucesso com o personagem Batoré, destaque da Praça a partir da primeira metade dos anos 1990. O ator deixou o programa em 2003, num grande corte de custos que foi ordenado por Silvio Santos. Mesmo assim, o humorista ficou magoado com Carlos Alberto de Nóbrega, com quem deixou de falar. Após passar por programas regionais e se eleger vereador na cidade paulista de Mauá, ele viveu o Delegado Queiróz na novela Velho Chico, da Globo, em 2016. Foi nessa época que houve a reaproximação com Carlos Alberto, através de um amigo em comum.
Mas um dos momentos mais emocionantes da vida do artista ocorreu em março de 2017, quando eles se reencontraram ao vivo no palco do Domingo Legal. Batoré voltou a participar da Praça em 2019, mas nos deixou em 10 de janeiro de 2022, com 61 anos. Ele travou uma luta silenciosa contra o câncer, escondendo o fato de seus amigos e até mesmo de seus familiares próximos. Quando ficou sabendo da morte de Batoré, Carlos Alberto entrou em estado de choque e teve que ser medicado.
Carlos Leite
Carlos Leite brilhou em diversos programas da Globo nos anos 1970 e 1980, mas estava longe dos holofotes quando foi contratado pela Bandeirantes, em 1987, para atuar na Praça Brasil. Em seguida, ele foi para A Praça é Nossa, que acabou levando boa parte do elenco do humorístico, incluindo Carlos Alberto de Nóbrega.
No SBT, ficou a cargo de personagens como Kelé Metaleiro e Mauro Maurício. O ator morreu em 3 de março de 1991, com 51 anos, de complicações da Aids.
Jorge Lafond
Jorge Lafond participou de humorísticos da Globo nos anos 1980, como Viva o Gordo e Os Trapalhões, mas se consagrou ao viver Vera Verão em A Praça é Nossa. Ao mesmo tempo em que brilhava no SBT, o artista convivia com diversos problemas de saúde, já que era hipertenso e cardíaco.
Ele também lutava contra a depressão, quadro que foi agravado quando participou do Domingo Legal em 10 de novembro de 2002. Caracterizado como Vera Verão, Lafond integrava o time feminino da atração, mas foi retirado do palco pouco antes de uma apresentação musical do padre Marcelo Rossi. Na época, a mídia divulgou que isso teria sido um pedido do religioso, que sempre negou o fato. A produção ainda pediu para Lafond retornar ao programa após o quadro, mas, indignado, ele se negou e foi embora.
Uma semana depois do incidente, ele foi internado em estado grave com uma crise hipertensiva. Voltou ao hospital diversas vezes, quando sua saúde se agravou ainda mais e ele sofreu uma parada cardiorrespiratória. Com complicações renais e tendo que fazer diálise, Lafond morreu no dia 11 de janeiro de 2003, com 50 anos, vítima de infarto fulminante e falência múltipla dos órgãos.
Viana Júnior
Viana Júnior se tornou conhecido em todo o Brasil como Apolônio, personagem que era perturbado pela Velha Surda. O veterano viveu o papel tanto na Praça da Alegria como em A Praça é Nossa. Infelizmente, o humorista teve muitos problemas de saúde no fim da vida, contando com a ajuda de seus colegas para pagar tratamentos. Longe do banco da Praça desde 2001, Viana teve um tumor cerebral e sofria de ataxia cerebelar, doença que faz com que não se tenha controle sobre os movimentos musculares. Dessa forma, ele acabou passando seus últimos tempos utilizando uma cadeira de rodas.
Em abril de 2010, o astro contou seu drama no programa A Tarde é Sua, de Sônia Abrão, pedindo para ser internado num asilo para não dar mais trabalho para a esposa, com quem não teve filhos. A partir desse apelo, diversos artistas, liderados por Moacyr Franco, se reuniram para um show que teve como objetivo arrecadar fundos para pagar o tratamento do ator. No entanto, em 7 de junho daquele ano, Viana Junior morreu com 68 anos, em Itanhaém, no litoral paulista, vitimado por falência múltipla dos órgãos.