Longe das novelas há 20 anos, ex-protagonista de Malhação luta contra a esclerose múltipla

Aniversariante do dia, Ludmila Dayer comemora 42 anos nesta quarta (18). A atriz, que protagonizou uma temporada de Malhação e se destacou em Senhora do Destino (2004) está longe da televisão há mais de 10 anos.

Vivendo nos Estados Unidos, ela convive com a esclerosa múltipla desde 2021 e lançou um documentário sobre sua trajetória.

Malhação

Ludmila Dayer chamou a atenção do público ainda criança, quando deu vida a Yolanda no longa Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (1995), marco do cinema nacional. Seu trabalho no filme lhe rendeu um Prêmio APCA de atriz coadjuvante, entregue pela Associação Paulista de Críticos de Arte.

Não demorou para que Ludmila chegasse à televisão. A atriz emplacou uma ponta em Malhação (1995) e, logo em seguida, viveu seu primeiro grande papel numa novela, a Isabel de Xica da Silva (1996), na Manchete. Na sequência, voltou à Globo em Corpo Dourado (1998).

Mas sua grande projeção na telinha aconteceu em 2000, quando ela interpretou Joana, protagonista da temporada daquele ano de Malhação. Depois disso, vieram participações em programas como Sítio do Picapau Amarelo (2002) e Brava Gente (2002). Só mais tarde é que, finalmente, a artista fez sua estreia no horário nobre.

Senhora do Destino

Em Senhora do Destino, grande sucesso escrito por Aguinaldo Silva, a atriz viveu a divertida Danielle Meira, a “ninfa bebê”. Namorada do bicheiro Giovanni Improtta (José Wilker), a jovem que sonhava em ser famosa se tornou o maior sucesso da carreira da atriz na Globo.

A personagem, que tinha uma aparência sensual, mas, ao mesmo tempo, infantilizada, fez Ludmila conhecer a força de uma novela do horário nobre da emissora. Na época, ela confessou que sabia dos riscos que corria ao construir Danielle dessa forma.

“Muita gente diz que eu deveria estar fazendo uma personagem mais forte. Mas acho que uma atriz não pode ficar presa a um determinado tipo. A Danielle é um dos maiores desafios da minha carreira justamente porque eu nunca tinha feito uma comédia. E porque decidi dar a ela um tom de desenho animado, correndo o risco de torná-la ridícula”, explicou, em entrevista ao jornal O Globo de 19 de setembro de 2004.

Depois disso, ela ainda fez Os Ricos Também Choram, no SBT.

Mudança

Em 2006, Ludmila Dayer foi viver em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde abriu a produtora Lupi Productions. Sua última participação na televisão brasileira, pelo menos até o momento, foi num episódio da série Louco por Elas, da Globo, em 2013.

Recentemente, ela voltou aos holofotes ao revelar que foi diagnosticada com esclerose múltipla, doença neurológica crônica e autoimune. Ela explicou que descobriu a doença quando começou a sentir problemas na visão e na cognição, iniciando um tratamento intensivo em seguida.

“Minha questão com a saúde mental foi muito séria. A ponto de limitar meu dia a dia. Parei de dirigir. Cancelava meus compromissos de trabalho por ter medo de ter crise. Praticamente parei tudo e fui me dedicar a mim mesma. Nesse processo, comecei a descobrir coisas tão inacreditáveis, que transformaram minha vida para melhor”, explicou, em entrevista ao jornal O Globo.

“Não à toa que meu tratamento está sendo um sucesso, hoje em dia eu vivo 100%. Mas foi porque eu estava tão preparada psicologicamente, e falei: o diagnóstico não vai me definir. As coisas se alinham, acho que os problemas na saúde primeiro começam na nossa mente, nas nossas emoções”, completou.

Em 2024, ela lançou o documentário Eu, onde falou sobre a esclerose múltipla e também sobre sua luta contra a síndrome do pânico.

"Eu quis falar sobre este tema para ter a oportunidade de me conectar com outras pessoas, para que elas também não se sentissem sozinhas. Tem muita gente passando por isso, e passar essas informações adiante era quase que uma obrigação que senti", explicou a atriz em entrevista à revista Caras.