Novela da Tupi esvaziou jogo do Vasco e lotou Maracanãzinho no último capítulo
História mudou até a rotina do brasileiro
Publicado em 07/12/2024 às 11:47
Primeiro grande fenômeno dramatúrgico brasileiro, O Direito de Nascer estreava na TV Tupi (1950-1980) há exatos 60 anos. Por nove meses, o país parou para acompanhar a história de um menino que quase foi abortado devido a um escândalo familiar.
O texto do cubano Félix Caignet (1892-1976) já havia feito sucesso na ilha, mas no rádio. No Brasil, um fenômeno: diminuição do público nas sessões de cinema das 20h e 22h e motoristas de táxis paravam seus serviços em busca de uma TV.
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Até mesmo o consumo de água caía no horário da novela, como revelou uma reportagem do Jornal do Brasil de 1991. Recém-nascidos eram batizados como Albertinho Limonta e não se falava outra coisa no dia seguinte. O Direito de Nascer dominava as rodas de conversas.
Adaptação da TV Tupi foi grande sucesso
Em uma época que a novela atingia níveis de audiência gigantescos, O Direito de Nascer esvaziou até um jogo do Vasco. Em meados de 1965, o então presidente do clube, Manuel Joaquim Lopes, se deparou com o Maracanã vazio e culpava a novela pela falta de torcedores. No Rio, era transmitida pela TV Rio e mantinha 73% de audiência.
O final da história foi exibido em agosto de 1965 direto do Maracanãzinho e com uma multidão gritando enlouquecida pelos nomes dos personagens. Em 1978, a TV Tupi tentou um remake, mas não teve o mesmo sucesso.
Nos anos 90, SBT comprou O Direito de Nascer
Em 1995, Silvio Santos (1930-2024) comprou em Cuba os direitos da novela e fechou pela bagatela de US$ 50 mil.
A novela foi produzida dois anos depois, mas exibida pelo SBT somente no ano de 2001 e teve 10 pontos de média geral às 18h30. Jamais foi reprisada em TV aberta. Em 2015, foi transmitida pelo canal Fox Life.