Alô, criançada

Diretor do SBT explica ideia de lançar versão do Sítio do Picapau Amarelo em novo streaming

Diretor do Programa Silvio Santos, Jefferson Cândido está à frente do projeto do +SBT


Sítio do Picapau Amarelo
Sítio do Picapau Amarelo ganha versão no streaming do SBT - Foto: Divulgação/SBT
Por João Paulo Dell Santo

Publicado em 17/07/2024 às 09:05,
atualizado em 17/07/2024 às 09:51

Em comemoração aos 100 anos do Sítio do Picapau Amarelo, o SBT disponibilizou em seu streaming, o +SBT, ainda em caráter de teste, a primeira temporada da série O Picapau Amarelo, uma obra infanto-juvenil baseada no original de Monteiro Lobato (1882-1948).

São 15 episódios, todos disponibilizados de uma vez, na versão beta do aplicativo. Em agosto, a produção será ofertada ao público em geral. Além disso, a primeira temporada, completamente pronta, será exibida nas manhãs de sábado a partir do dia 12 de outubro - a segunda está sendo gravada.

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O Picapau Amarelo é destinado especialmente ao público infantil. Toda sua formatação foi para atender a demanda deste público. Reúne contos, clipes, receitas e brincadeiras, com o intuito de ensinar a criançada sobre os mais variados temas. Sejam histórias do mundo, ditos populares e personagens marcantes da nossa cultura e folclore, não faltará conteúdo. No elenco, nomes como Patrícia Mayo (Dona Benta), Bibba Chuqui (Tia Nastácia), Hugo Carvalho (Visconde de Sabugosa), Débora Gomez (Emília), Felipe Lago (Pedrinho), Marianna Santos (Narizinho), Kelly Guidotti (Cuca) e Adilson de Carvalho (Marquês de Rabicó).

Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, o idealizador do projeto, Jefferson Cândido, que é um dos diretores do Programa Silvio Santos, falou sobre como a série foi concebida e adiantou algumas novidades a respeito do lançamento.

"O Monteiro Lobato é o primeiro escritor infantojuvenil do Brasil. Ele começou a fazer adaptações de clássicos infantis mundiais, como Poliana, Peter Pan, vários contos internacionais. Só que em dezembro de 1920, ele lança o primeiro infantil, que é A Menina do Narizinho Arrebitado, por achar que no Brasil não existia livros com a cultura brasileira, só com a inglesa e a norte-americana. Como ele morreu em 1948, toda a obra entrou em domínio público em 2018. E em dezembro de 2020, a família do Monteiro Lobato abriu as comemorações dos 100 anos da Emília, e aí a gente resolveu trazer toda essa turma repaginada", revela.

"A gente fez alguns estudos aqui no SBT para trazer as personagens de volta, porque muitas crianças sabem pelos pais o que é o Sítio do Picapau Amarelo, mas não sabem de fato, porque tem pouca coisa no YouTube. Então, estava muito na moda, o Candy Colors, que são as cores do arco-íris. Ah, então vamos trazer a Emília repaginada, mas ao mesmo tempo eu quero dar um ar meio vintage para poder trazer os pais também juntos, então vamos manter algumas características. A gente está muito focado nas características que o Lobato cita nos livros, e a gente também quis fazer uma homenagem à TV Tupi", explica Jefferson.

"Quando surgiu a ideia do +SBT, pensamos: 'vamos tentar fazer uma série'. Como os direitos da obra estão em domínio público, na teoria, pode fazer e recriar, desde que não se baseie em nada parecido [nota do site: o Sítio do Picapau Amarelo ganhou uma versão na Tupi, outra na Cultura, mais uma na Band e três na Globo, sendo uma dessas uma animação]. O nosso produto se chama O Picapau Amarelo e é baseado no livro. Não existe o livro do Lobato que se chama Sítio do Picapau Amarelo. O Sítio do Picapau Amarelo é o lugar onde as coisas acontecem, mas existe um livro que é O Picapau Amarelo. A gente tem todo o suporte e a liberação dos herdeiros", comenta o diretor, a fim de afastar qualquer dúvida quanto aos direitos sobre a versão feita pela Globo.

No SBT, Tia Nastácia vem empoderada

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Ao NaTelinha, Jefferson Cândido promete uma Tia Nastácia empoderada. "A Tia Nastácia é uma mulher empoderada. Na verdade, o sítio é dela e da Dona Benta. Elas são amigas e moram juntas. Então a Tia Nastácia vai ensinar as crianças os pontos cardeais, a dançar, a cantar, a gostar de música", adianta.

"Vamos fazer algumas temporadas, são 15 episódios por temporada, com uma média de 20 a 22 minutos por episódio. A gente tem um pouco de dramaturgia, que é para contar a história. Cada episódio é um tema clássico do Lobato, então a gente vai ter o episódio do Saci, do Dom Quixote, da Cuca, da Reforma da Natureza, da Viagem ao Céu, do Minotauro, e aí cada episódio é amarrado do começou ao fim. E nisso teremos alguns quadros, por exemplo, o da Tia Nastácia ensinando receitas. Outro do Visconde ensinando experiências. Dona Benta contando histórias", detalha.

"Eu estudo Lobato há mais de 25 anos. Eu cheguei a dar consultoria na época, quando a Globo voltou lá em 2001 até 2007, e uma coisa que me incomodava muito era a escolha do elenco, se tinha química ou não. Então a primeira coisa que eu tive muito orgulho foi que achei um elenco que tem química", vibra.

"A gente quer formar crianças que sejam criativas, que saibam brincar com outras coisas. Eu acho que isso é muito importante para a gente trazer para essa nova geração, que é perpetuar essa obra do Lobato. A gente quer trazer os livros de volta no licenciamento também, além de outros produtos e a própria obra comentada", revela Cândido.

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