Diretor sofre para transformar show dos Amigos em especial na Globo: “Estou sem dormir”
Sertanejos pedem programa ao lado de novas gerações
Publicado em 15/11/2019 às 07:42
Os astros do sertanejo Chitãozinho e Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano e Leonardo se reuniram com a imprensa na tarde da última quarta-feira (13), na Globo, em São Paulo, para apresentar um trecho do projeto Amigos - A História Continua, gravado em setembro no Allianz Parque e que será exibido no dia 18 de dezembro na programação de fim de ano da emissora. Eles ainda falaram da emoção ao se reunirem 20 anos depois do sucesso Amigos e dos desejos com esse novo reencontro.
Com direção artística de LP Simonetti e direção geral de Mario Meirelles, o desafio é a escolha dos clássicos sertanejos para um formato de 75 minutos de programação televisivo. “O mais difícil é escolher o repertório que vai ao ar. O show durou três horas e teve 44 músicas e TV não tem esse espaço. Estou meio sem dormir”, disse Simonetti.
A homenagem feita para Leandro, que morreu em 1998 vítima de um câncer raro, não deixou de ser o momento mais emocionante na opinião de todos. O músico aparece no telão no momento da canção Mano, cantada pelos cinco. “Vou chorar demais”, soltou Chitãozinho. “Fiquei sem chão. Não tinha força, não aguentava e não sabia se ia continuar”, recordou Leonardo, que fez sucesso ao formar uma dupla com o irmão.
Manter a essência e a origem de Amigos foi prioridade para todos mas não impediu de ter convidados especiais, como o maestro João Carlos Martins e o violinista Amom Lima, da Família Lima, na parte instrumental. “É um momento muito nosso. Para matarmos as saudades e nos divertir. Percebemos que era uma saudade que não estava só em nós mas estava no povo também. O público é o convidado mais importante”, disse Zezé. “Também seria egoísmo nosso ficar só nós e por isso no futuro é de se conversar”, completou ele.
Retorno de Amigos na grade da Globo
A retomada do projeto com o show Amigos - A História Continua será uma turnê que passará por 10 cidades brasileiras no ano que vem. Brasília, Goiânia e a região do Nordeste estão no trajeto. E após abrir as comemorações em BH este ano, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Fortaleza estão na rota. E se depender dos integrantes, eles retornariam ainda com uma atração na grade da Globo inspirada no que apresentaram na década de 90, Amigos e Amigos.
“Tudo depende do Boninho (diretor da emissora). Vamos fazer uma hashtag chamada Volta Amigos. Aí a gente convence ele”, disse Luciano aos risos.
“Sem ser arrogante mas todo mundo que está fazendo sucesso da nova geração, grande parte, senão a maioria absoluta, cresceu ouvindo a gente. A base das músicas deles são as nossas músicas dos anos 90. A gente é o grande motivo de eles estarem aqui. Seria muito bacana esse encontro, os inspiradores e os inspirados”, completou Zezé.
Assim como fizeram no passado, em 1995 e por mais três anos consecutivos de programa, aliar a música e bate-papo não só com nomes das antigas mas com a novas gerações seria um benefício tanto no cenário musical como no social. “Quando a gente entra com esse projeto nosso, mostrando a nossa música, é uma coisa tão democrática entre a gente e o público. Não só musicalmente, mas socialmente a gente vai contribuir muito, com certeza”, acredita Zezé.
“Temos 50 anos de carreira e já viu tanta coisa acontecer. Pessoas fazerem muito sucesso e ir embora da mesma forma. A gente nunca se preocupou, sempre pensamos que, quando surge uma estrela no céu, o céu fica mais bonito”, disse Xororó.
Após o encerramento da turnê no país, quase todos concordaram em cogitar alguns shows internacionais para os fãs que vivem fora do Brasil. “Isso é a maior roubada que tem. Tem muita burocracia e problemas. Mais barato vir para o Brasil”, disse Leonardo aos risos.