Sucesso de audiência, “Cidade Alerta” seria proibido no Uruguai
Publicado em 19/03/2019 às 06:30
O “Cidade Alerta” voltou a se transformar em evidência no Brasil graças aos resultados obtidos na audiência. O programa apresentado por Luiz Bacci ostenta os melhores números da Record. Mas ele seria proibido no Uruguai.
Isso porque, em 2012, o então presidente, José Mujica (foto/abaixo), tomou uma decisão inédita na América Latina: proibiu jornais policiais em toda a TV aberta do país no horário das 6h da manhã até às 22h.
A justificativa era de que esse tipo de programa promove atitudes ou condutas violentas e discriminatórias. A decisão do presidente se deu através de 15 medidas para combater o crescimento do tráfico de drogas no Uruguai que tirava a vida de milhares de pessoas por ano.
Na ocasião, a notícia não foi considerada das mais importantes, isto porque, a principal medida à época foi atenção do mundo todo: a liberação da venda e consumo de maconha em todo o país.
As 15 medidas promovidas pela gestão Mujica praticamente zeraram os crimes por tráfico de drogas no Uruguai. Com a proibição, os jornais como o “Cidade Alerta” desapareceram rapidamente da grade de programação das emissoras.
No Brasil, caso um governante tomasse tal atitude, ele criaria sérios problemas para a grade de programação de todas as emissoras de TV aberta. Isso porque, praticamente não existe um canal que não contenha um programa desse tipo em sua programação.
O SBT, por exemplo, teria de eliminar mais de quatro horas de sua grade. O “Primeiro Impacto” é exibido pela emissora paulista entre 6h e 10h30.
Já a Band teria problemas semelhantes, visto que tem duas edições do “Brasil Urgente”, uma para todo o Brasil e outra para algumas afiliadas.
A Record sofreria ainda mais. Principal programa da casa, o “Cidade Alerta” teve recentemente sua duração estendida e fica no ar por mais de três horas.
Vale lembrar que boa parte dessas emissoras possuem ainda horários voltados para a programação local. Na Record, por exemplo, existe o “Balanço Geral” em duas edições, para o estado de São Paulo. Juntas, elas ocupam seis horas da grade.
Porém, é difícil imaginar que um governo brasileiro tomaria uma atitude dessa magnitude, mas vale lembrar que seria dentro da lei, uma vez que todas as emissoras de TV aberta no Brasil são concessões públicas e obedecem a legislação imposta.