Joana Fomm rejeitou final de Perpétua em Tieta: "Não é o que eu gostaria"
Saiba qual desfecho a atriz queria para a vilã da novela, que chega ao fim nesta semana no Vale a Pena Ver de Novo, na Globo
Publicado em 14/05/2025 às 15:45,
atualizado em 14/05/2025 às 17:53
Joana Fomm rejeitou o final dado à sua personagem Perpétua em Tieta, que chega ao fim nesta semana no Vale a Pena Ver de Novo, na Globo. Em entrevistas concedidas em 1990, quando a novela foi ao ar pela primeira vez, a atriz afirmou que, por ela, a vilã teria outro desfecho.
“Não é o final que eu gostaria para ela”, disse Joana Fomm, em entrevista ao jornal O Globo. “Sendo a atriz que faz a personagem, tenho que brigar pela minha bandeira. Por mim, a Perpétua estaria presente na hora da revelação do segredo da caixa branca em praça pública. Isto a arrasaria moralmente.”
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Ela detalhou: “Ela ficaria que nem uma barata tonta, vendo todos pegando a caixa e fazendo comentários sobre o que guardava ali. Só então Perpétua iria embora. Depois de catar todo o seu dinheiro e arrumar a malinha, sairia pela estrada ao estilo chapliniano, com o guarda-chuva ajudando a compor a cena”.
“Acho que os autores quiseram me agraciar com um final bonito, cheio de possibilidades enquanto eu preferia uma coisa mais simples. Mas torço para que eles estejam certos e eu errada na escolha.”
Joana Fomm, em entrevista em março de 1990
Já ao jornal O Dia, a veterana atriz sugeriu outro final para Perpétua: que a malvada fosse embora de Santana do Agreste usando uma vassoura, como uma bruxa. “Particularmente preferia que ela saísse voando, pois isso iria criar uma lenda no Agreste”, disse. “Seria meio mágico, assim como foi a novela.”
Qual o final de Perpétua em Tieta? Saiba o desfecho da vilã
O último capítulo mostra Perpétua em posse do dossiê contra Tieta (Betty Faria). A megera pretende revelar a todos que a irmã “é quenga das mais rampeiras” e ganhava a vida em um bordel em São Paulo. Contudo, os documentos pegam fogo na igreja, o que faz a beata pirar de vez.
Enlouquecida, Perpétua ataca Tieta, que vira o jogo e arranca a peruca da irmã. Todos descobrem, então, que a maluca é careca. Humilhada, ela foge da igreja e, em casa, terá um encontro com o falecido marido, o Major Cupertino. Diante do espírito, a mãe de Ricardo (Cássio Gabus Mendes) diz:
“Finalmente! Orgulho da minha vida, razão dos meus dias, refrigério das minhas noites… Eu esperei esses anos todos! Você veio me buscar!”
Perpétua (Joana Fomm)
O momento sobrenatural será seguido do sumiço misterioso da malvada, que some no ar de mãos dadas com o espírito do major. Ela desaparece de Santana do Agreste sem deixar rastros, o que gera burburinho entre os moradores da cidade a respeito de seu paradeiro.
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Em seguida, Tieta decide acabar de vez com os mistérios envolvendo a rival. Ela chama todos para entrarem no quarto da beata e, finalmente, descobrirem o que ela escondia na famigerada caixa branca. A sequência deixará subentendido que a beata guardava o órgão sexual do falecido marido.
Autor de Tieta explicou final de Perpétua em entrevista em 1990
Há 35 anos, Ricardo Linhares, um dos autores, argumentou na reportagem do jornal O Globo sobre o desfecho dado à megera. “Queríamos um final diferente para a personagem. Nada poderia ser definitivo. Então, fica a dúvida: ela enlouqueceu, morreu ou simplesmente evaporou?”, explicou o novelista.
À mesma matéria, Joana Fomm falou sobre o exercício físico de dar vida à megera da história. “Foi extremamente difícil e cansativo interpretar a Perpétua. Como ela não para nunca, pula o tempo inteiro, está sempre tensa e tem postura e andar diferentes dos meus, eu me cansava muito.”
“Confesso que sofri um bocado. Às vezes meus dedos não dobravam devido à força com que tinha segurado e brandido o guarda-chuva, além de o meu rosto doer inteirinho de tanto fazer tique e careta. Fisicamente, foi uma tourada mesmo. Isso sem contar a infinidade de textos que tinha que decorar.”
Joana Fomm, em entrevista em março de 1990
Exibida originalmente na Globo entre 1989 e 1990, Tieta foi escrita por Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn, baseada no romance Tieta do Agreste, de Jorge Amado, e teve direção geral de Paulo Ubiratan.
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