Trágico

Final de Alma Gêmea teve audiência histórica, mas foi detonado pela imprensa da época

Veja o que a crítica especializada disse sobre a novela em março de 2006


Serena (Priscila Fantin) e Rafael (Eduardo Moscovis) morrem no último capítulo de Alma Gêmea
Serena (Priscila Fantin) e Rafael (Eduardo Moscovis) morrem no fim de Alma Gêmea; novela foi sucesso de audiência, mas críticos apontaram defeitos - Foto: Reprodução/Globo

O último capítulo de Alma Gêmea, exibido originalmente em 10 de março de 2006, registrou uma audiência histórica para a faixa das 18h da Globo. Contudo, o desfecho da novela, reprisada atualmente no Vale a Pena Ver de Novo, foi acompanhado por várias críticas na imprensa na mesma época.

Alma Gêmea termina com a morte de Serena (Priscila Fantin) e Rafael (Eduardo Moscovis), que continuam juntos pela eternidade. A vilã Cristina (Flávia Alessandra) também morre, levada para o inferno pelo próprio diabo. Na atual reprise, o desfecho vai ao ar em 6 de dezembro.

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Há 18 anos, o final da novela marcou 53 pontos com 76% de participação entre os televisores ligados na Grande São Paulo, segundo dados do Ibope. Foi o recorde de audiência da trama, um índice comparável ao das novelas das oito na época e poucas vezes visto às seis da tarde.

“Misticismo e dramalhão”

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O jornal gaúcho Zero Hora, no dia do último capítulo, citou Alma Gêmea em uma matéria com o título “Bons de público, ruins de crítica”, comparando a novela aos shows de Fábio Jr., que cantava o tema de abertura, e da Banda Calypso, realizados naquele fim de semana em Porto Alegre.

“Pode uma novela que mistura misticismo e dramalhão transformar-se em um sucesso inédito no horário das seis?”, indagou a reportagem. Segundo o jornal, a novela tinha “diálogos melosos” e apostou “na fórmula do casal apaixonado que sofre com as crueldades de uma vilã muito, muito malvada”.

“Inequívoco ar cafona”

Para Bia Abramo, da Folha de S.Paulo, Alma Gêmea reuniu “elementos francamente neo-obscurantistas, como reencarnação, ideia de destino, a crença num amor imorredouro”. Segundo ela, a novela teve “um inequívoco ar cafona”, com “caracterizações desastradas” de caipiras e indígenas.

A jornalista ainda apontou que Cristina foi “uma vilã tão bem talhada que até deu uma sobrevida à carreira, de resto inexpressiva, de Flávia Alessandra”. E acrescentou: “O fato de a malvadona estar concentrando as atenções pode indicar que a aposta no ultra-romantismo tenha sido excessiva e deslocada”.

“Grande desserviço à dramaturgia nacional”

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Já Thomas Villena, do Jornal do Brasil, escreveu: “Felizmente acabou. E já foi tarde. Alma Gêmea terminou tão ruim quanto durou o seu reinado”. Ele criticou as atuações do elenco e só poupou Drica Moraes (Olívia), Malvino Salvador (Vitório), Walderez de Barros (Adelaide) e Davi Lucas (Terê).

O jornalista também detonou a sequência final da trama, com duas passagens de tempo: “Conseguiram enfeiar todo o elenco. Um exagero. A mensagem do autor foi uma tristeza. E chega 2006, com Rafael reencontrando Serena. Será que vai dar mais uma novela? Espero que não!”.

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Villena afirmou ainda: “Grande desserviço fez Walcyr Carrasco [autor] para a dramaturgia nacional”. E citou ainda a substituta do horário, Sinhá Moça (2006), que era um remake. “Não confiando em seus roteiristas, a Globo preferiu refilmar uma novela. É esperar pra ver”, finalizou o jornalista.

“Último capítulo soou exagerado”

Dirceu Alves Jr., da revista Isto É Gente, classificou Alma Gêmea como uma “saborosa trama (...), ingênua sem deixar de ser crítica”. O jornalista frisou ainda que a novela discutiu várias formas de preconceito, contou com um elenco “irretocável”, mas uma direção “pouco naturalista” de Jorge Fernando (1955-2019).

O texto, em grande parte elogioso, também reuniu críticas: “O último capítulo, apesar da acertada decisão de matar Serena e Rafael, soou exagerado, com um salto de tempo inverossímil e uma mensagem espiritualista dispensável, mas nada que tenha tirado o brilho da trama”.

Alma Gêmea está sendo exibida no Vale a Pena Ver de Novo, nas tardes da Globo. A reprise chega ao fim em 6 de dezembro, sendo substituída por Tieta, cujos primeiros capítulos vão ao ar a partir de 2 de dezembro. As novelas fazem "dobradinha" na programação por uma semana.

Assista à abertura de Alma Gêmea:

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