Negócio da China

Globo preferiu esquecer novela maldita lançada há 15 anos

Trama de Miguel Falabella é lembrada como um dos maiores fracassos das 18h


Grazi Massafera e Fábio Assunção em Negócio da China
Com Grazi Massafera e Fábio Assunção, Negócio da China teve baixa audiência e colecionou problemas nos bastidores - Foto: Divulgação/Memória Globo

Existem novelas que a Globo prefere esquecer, e Negócio da China, lançada há exatos 15 anos, certamente está entre elas. A estreia em 6 de outubro de 2008 chegou a empolgar pela audiência alcançada, mas a trama foi perdendo público a cada capítulo e se tornou um dos maiores fracassos das 18h.

Escrita por Miguel Falabella, com direção de Roberto Talma (1949-2015), Negócio da China estreou com 30 pontos na Grande São Paulo, segundo dados do Ibope da época. No fim da terceira semana, a novela já marcava 15 – ou seja, houve uma perda de aproximadamente 50% dos telespectadores.

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O objetivo da produção era justamente reerguer a faixa das seis da tarde, que estava em crise, amargando sucessivos insucessos. Coube a Falabella, depois de Salsa e Merengue (1996) e A Lua me Disse (2005), levar seu humor escrachado ao ar mais cedo, com pitadas de romance que a faixa pedia.

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A história era centrada em Lívia (Grazi Massafera), que, ainda envolvida pelo ex-marido, Heitor (Fábio Assunção), cai nos encantos do português João (Ricardo Pereira). Uma fortuna vinda da China, escondida em um pen drive que circulava de mão em mão entre os personagens, movimentou a história.

Escalação de Grazi Massafera e saída de Fábio Assunção geraram polêmica

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A audiência não foi o único problema de Negócio da China. Antes mesmo da estreia, os bastidores da atração já pegavam fogo. A definição da protagonista passou por várias mudanças. Segundo a imprensa da época, Angélica, Alinne Moraes, Flávia Alessandra e outras atrizes foram convidadas.

Mas foi Grazi Massafera quem ficou com o papel, que marcou sua estreia como protagonista. A escalação, segundo reportagens da Folha de S.Paulo, teria desagradado Miguel Falabella, e o autor até mandou a atriz regravar algumas cenas. Em entrevista, ele comentou:

“Não houve pressão para escalá-la. Ela não foi a minha primeira opção, mas preferi aguardar o teste. Mandei uma cena difícil, e ela deu conta do recado. O que lhe falta em técnica, sobra em sinceridade e carisma. E funciona muito bem com o Fábio [Assunção].”

Miguel Falabella em setembro de 2008

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Os problemas ficaram ainda piores com a saída de Fábio Assunção no meio da história. Ele precisou se afastar para tratar a dependência química. Lívia, então, passa a sofrer com o sumiço de Heitor – a morte do personagem é confirmada na reta final –, e ganha força seu romance com João.

Antes mesmo de Negócio da China acabar, Falabella desabafou em entrevista: “Novela das seis, nunca mais! Sou autor de diálogos cabíveis em qualquer horário, menos no horário que estou. Fico sem saber ao certo quem é o meu público”. Sua última novela como autor foi Aquele Beijo (2011), às 19h.

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