Gloria Perez opina sobre polêmica com Lei Maria da Penha em Travessia
Na novela, Guida é encurralada por Moretti, simula uma agressão e acaba advertida por isso
Publicado em 25/01/2023 às 11:15,
atualizado em 25/01/2023 às 11:20
Gloria Perez postou nesta quarta-feira (25) um trecho polêmico do roteiro de Travessia que envolve a Lei Maria da Penha. Na novela da Globo, Guida (Alessandra Negrini) é agredida por Moretti (Rodrigo Lombardi) e, em seguida, simula um machucado no braço para denunciá-lo à polícia. Em rede social, a autora da trama opinou sobre a sequência controversa.
“Sim, nada é mais prejudicial a uma causa do que o mau uso dela. Moretti já tinha dado todos os motivos para ser enquadrado na Lei Maria da Penha. Mas dessa vez (veja o roteiro ao lado), Guida simulou. E leva o merecido sabão! Hoje em Travessia”, escreveu Gloria Perez ao postar no Twitter um trecho do capítulo da novela que foi ao ar na terça-feira (24).
Na cena, Moretti encurrala Guida, segurando seu pescoço. "Vai me bater? Bate! Bate que eu quero ver", desafia ela. O mau-caráter então empurra a mulher contra a parede. "Vou fazer pior! Eu vou ferrar com você! Com você e com ele! Espera pra ver!", responde ele, referindo-se ao envolvimento entre a ex e Guerra (Humberto Martins).
Moretti sai de cena, e Guida então grita: "Vai! Pega o revólver! Covarde! Vamos ver quem se ferra primeiro!". A personagem então belisca o braço e bate com ele na parede, encerrando a sequência. A novelista já antecipou que, por conta da atitude, a personagem de Alessandra Negrini levará um sermão da delegada Helô (Giovanna Antonelli).
Acontece que, mesmo tendo simulado uma agressão no braço, Guida de fato sofreu uma agressão de Moretti na cena. “Não fez sentido essa mentira. Moretti a enforcou e a botou contra a parede, além da ameaçar de matá-la, tudo isso já se enquadra na Lei Maria da Penha”, identificou um internauta após o capítulo exibido na noite de terça-feira.
Ao antecipar o tratamento que Travessia daria ao tema, o NaTelinha lembrou que a situação da violência doméstica e familiar no Brasil é outra. Não há dados sobre mulheres que denunciam seus ex-companheiros injustamente, e a interpretação errônea, na ficção, pode levar ao descrédito da vítima que passa por uma situação real, prestando um desserviço.