Travessia: Glória Perez apela e aposta em falsa denúncia da lei Maria da Penha
Nos próximos capítulos, Guida vai denunciar Moretti em Travessia
Publicado em 16/01/2023 às 19:02,
atualizado em 16/01/2023 às 19:03
Autora de Travessia, Gloria Perez apostará em um tema polêmico para os próximos capítulos da novela das nove. Guida (Alessandra Negrini) fingirá que foi agredida por Moretti (Rodrigo Lombardi) para vê-lo apodrecer na prisão. No entanto, a situação é bem diferente na vida real. Não há dados recentes para justificar se há casos de mulheres que denunciam seus ex-companheiro falsamente, e a interpretação errônea pode levar até o descrédito da vítima que passa por uma situação real.
Nas cenas que irão ao ar a partir da próxima segunda-feira (23) em Travessia, Guida ficará mais inclinada a ferrar com a vida de Moretti. Como visto na trama, o empresário usou o nome da ex-mulher em seus negócios ilegais como laranja e ela luta para que o vilão lhe tire dessas maracutaias. E, para isso, a dondoca se aproximará de Guerra (Humberto Martins), que é inimigo do galã.
Assim, Guida chamará Guerra para um encontro e o seduzirá descaradamente. Eles vão dormir juntos e Moretti ainda descobrirá que a ex-mulher saiu com seu maior inimigo.
Irritado com a audácia da ex-mulher, o galã tentará invadir a casa de Cotinha (Ana Lucia Torre) em busca de qualquer informação sobre o paradeiro da moça. No entanto, a veterana irá expulsá-lo de lá.
Leonor (Vanessa Giácomo), por sua vez, descobrirá o plano da irmã e a pedirá para ter cuidado com Moretti. Guida, no entanto, não ligará para o conselho da parente e piorará a situação com um plano sórdido: ela se machucará propositalmente e irá até a delegacia para acusar o ex-marido de tê-la espancado.
Suposto agressor, Moretti é levado à delegacia com algemas. Já Helô (Giovanna Antonelli) conversará com a prima a fim de lhe esclarecer se ela realmente foi vítima de violência doméstica.
O que dizem as estatísticas sobre denúncias falsas de violência
Em 2017, a agência de checagem Aos Fatos fez uma reportagem acerca de uma justificativa da criação de uma Lei em que torna a falsa acusação de estupro como crime hediondo e inafiancável. No entanto, o texto se baseia em uma informação incompleta em que "cerca de 80% das denúncias são falsas".
"Argumento frequente em páginas conservadoras, a afirmação de que 80% das denúncias de estupro são falsas tem origem em uma reportagem do jornal Extra de maio de 2012. A matéria atribui à psicóloga do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Glícia Barbosa de Mattos Brazil a informação de que, nas 13 varas de família do município do Rio de Janeiro, 80% das denúncias são falsas. Os números, entretanto, se referem a registros de abuso infantil em situações de acusação de alienação parental e briga pela guarda de crianças. "Na maioria dos casos, a mãe está recém-separada e denuncia o pai para restringir as visitas", diz a psicóloga na reportagem em questão.
No mesmo texto, o Extra cita também dados da Vara da Infância e da Adolescência de São Gonçalo (RJ), segundo a qual 50% dos registros de abuso sexual infantil são forjados. Uma busca rápida no Google pela afirmação "80% das denúncias de estupro são falsas" leva a uma série de páginas que usam a reportagem do Extra como fonte, porém sem mencionar que o dado não é nacional, tampouco se refere a casos de estupro de maneira geral", é o que diz parte do texto da agência.
O Aos Fatos também concluiu que não há dados que possam sustentar tais acusações, já que as estatísticas brasileiras não conta nem de notificar todos os casos de estupro que acontecem no país, pois há muitas situações que deixam de serem conhecidas pelas autoridades quando a vítima se nega a denunciá-la.
O que é confirmado por dados, no entanto, é que a cada dois minutos uma mulher é vítima de violência doméstica no Brasil. As informações são do Anuário da Secretaria de Segurnça Pública, divulgada em 2020, e que mostra como o assunto é sério.
