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Cineasta recupera cópia rara de filme estrelado por Xuxa nos anos 80

Diego Alexandre é fã da Rainha dos Baixinhos


Montagem de fotos de Diego com um amigo e os fotogramas da cópia em 35mm de Super Xuxa Contra Baixo Astral
Diego e o projecionista Luiz Carlos revisam a cópia em película de Super Xuxa Contra Baixo Astral - Foto: Kaio Caiazzo
Por Jéssica Alexandrino

Publicado em 20/10/2025 às 19:57,
atualizado em 21/10/2025 às 10:01

O cineasta Diego Alexandre acaba de completar uma missão que pode fazer a alegria de muitos ex-baixinhos. Fã de Xuxa Meneghel e apaixonado pela sétima arte desde criança, ele encontrou e recuperou uma cópia rara em película 35mm de Super Xuxa Contra Baixo Astral (1988).

O longa foi dirigido por Anna Penido e é considerado um marco da cultura pop nacional. Mais de 2,8 milhões de pessoas foram aos cinemas conferir a obra, mas Diego teve a oportunidade de conferir o sucesso em uma exibição da Sessão da Tarde, em 1997.

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"Foi a minha porta de entrada no universo do cinema, é o primeiro filme que assisti na vida e, de certa forma, foi uma das obras que me influenciaram a me tornar cineasta anos depois. Pude dizer isso pra própria Xuxa no último dia de filmagem de Uma Fada Veio Me Visitar (2023), longa no qual fui assistente de direção e tive a oportunidade de trabalhar com ela", confidencia.

O profissional ainda reflete sobre o desafio que viveu nos últimos tempos: "Recuperar essa cópia é, para mim, uma forma de devolver à cultura brasileira um pedaço da nossa memória afetiva, que muitas vezes é negligenciada, principalmente quando se trata do cinema popular. E mais do que isso: é fundamental valorizar a trajetória da mulher que é, até hoje, a recordista de público na história do cinema brasileiro. Xuxa levou mais de 37 milhões de pessoas às salas de cinema no país, isso precisa ser reconhecido, celebrado e preservado".

Como cineasta fez para recuperar filme clássico de Xuxa

Xuxa, a cadelinha Doralice e o cineasta Diego Alexandre
Xuxa com sua cadelinha Doralice e o cineasta Diego Alexandre - Foto: Blad Meneghel

Diego Alexandre sabia que o primeiro rolo do negativo de Super Xuxa Contra Baixo Astral havia desaparecido. Isso inviabilizava qualquer tentativa de restauração do filme, mas o cineasta decidiu procurar William de Paula, representante da Dreamvision — produtora responsável pelo longa — e se prontificou a ajudá-lo na busca e recuperação do material. Foi então que, graças à uma rede de colecionadores, uma cópia completa da obra chegou até Diego vinda do Rio Grande do Norte.

Para William de Paula, a restauração do longa é mais do que um presente para os fãs de Xuxa Meneghel e para o cinema brasileiro: é a recuperação de um legado. "Este foi o primeiro filme produzido pela Dreamvision e sinto um imenso orgulho em vê-lo renovado, reativando a memória afetiva que marcou a infância de milhares de fãs", pontua.

"Não poderia deixar de agradecer ao Canal Brasil, cujo apoio tornou essa restauração possível. Agradeço também ao Diego, que, em um momento em que eu já havia perdido as esperanças de restaurar o filme por falta do primeiro rolo, entrou em contato comigo e conseguiu encontrar uma nova cópia. Por fim, agradeço à Anna Penido, ao Diler Trindade e ao meu avô, Geraldo Silva, por confiarem a mim a missão de cuidar desse legado", completa ele.

Além de ter se dedicado a recuperar um dos filmes clássicos de Xuxa, Diego Alexandre também se desdobra para manter viva a experiência da projeção em película. Em parceria com o grupo Estação NET de Cinema, ele promove exibições especiais em 35mm no Estação NET Botafogo, única sala comercial do Rio de Janeiro que ainda conta com projeção neste formato.

O cineasta também se prepara para lançar seu primeiro longa como diretor e produtor associado, Enaldinho em Uma Noite Infinita, estrelado por Enaldinho, fenômeno do YouTube. O filme, dirigido em parceria com Elder Miranda Jr., será distribuído em todo o país pela Imagem Filmes e é uma grande homenagem às produções infantis que marcaram sua infância, com referências diretas à estética e ao humor dos anos 1980 e 1990.

"Sou apaixonado por cinemas de rua. Tanto que, ao me mudar para o Rio em 2019, passei de ônibus em frente ao Estação e decidi que iria morar em Botafogo só por causa do cinema. Nunca mais saí daqui", lembra ele, que tem 33 anos e nasceu na cidade de Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais.

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