Dia da Consciência Negra: 5 atrizes dão dicas de filmes, séries e livros sobre a data

Neste Dia da Consciência Negra, o NaTelinha convidou cinco atrizes que estão atualmente no ar em novelas e séries para dar dicas culturais com reflexões sobre a data. São filmes, séries e livros que podem ser boas pedidas para este feriado de 20 de novembro.

Participam desta matéria: Rejane Faria e Luiza Rosa, que interpretam Chica e Kellen, respectivamente, na novela Três Graças; Haonê Thinar, a Pam, e Cyda Moreno, a Yara, de Dona de Mim; e Larissa Nunes, que atua nas séries Arcando Renegado, do Globoplay, e Clube Spelunca, da HBO Max.

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Dica de Rejane Faria, a Chica de Três Graças:

Filme: Marte Um (2023), dirigido por Gabriel Martins, disponível no Globoplay

“Longa com elenco majoritariamente negro, conta a história de uma família que mesmo tendo sonhos distintos, se une para a realização de cada um.
O filme começa com a posse do presidente Jair Bolsonaro, iniciando um momento em que o país passa a vivenciar um drama coletivo, de dúvidas, inseguranças e a ameaça da retomada de uma história que pretende ser desconstruída a todo custo pelo povo negro. A obra trata de luta, sonhos, dissabores. Muitas temáticas contemporâneas ganham luz, para que haja identificação com o público, provocando reflexão, e ação para que a dignidade esteja sempre à frente.
Para além disso, é doce, profundo, afetivo e bem humorado. A família negra passa por tantos desafios sem nenhum sinal de violência, ou qualquer outro estereótipo que costumam atribuir a nós.”

Rejane Faria

Dicas de Luiza Rosa, a Kellen de Três Graças:

Filme: A Melhor Mãe do Mundo (2025), com Seu Jorge e Shirley Cruz, dirigido por Anna Muylaert, disponível na Netflix

“Esse filme lindo e delicado aborda temas sensíveis ao retratar a vida de uma família preta em situação de vulnerabilidade.”

Luiza Rosa

Série: Atlanta (2016), criada e estrelada por Donald Glover, disponível na Netflix e no Disney+

“Com humor ácido e situações muito esquisitas, Atlanta mostra que quase nenhuma experiência na vida de uma pessoa preta é individual.”

Luiza Rosa

Filme: Eu, Minha Mãe e Wallace (2018), curta-metragem dos Irmãos Carvalho, disponível gratuitamente no YouTube

“Um curta sobre faltas. Ambientado em favela, te deixa observar a realidade daquela família preta como um vizinho próximo.”

Luiza Rosa

Dicas de Haonê Thinar, a Pam de Dona de Mim:

Livro: Um Defeito de Cor (2006), de Ana Maria Gonçalves

“Depois de ler Um Defeito de Cor, eu passei a enxergar o mundo de outro jeito. A obra mexeu profundamente com a minha forma de olhar o outro, ampliando minha consciência sobre o racismo estruturado no Brasil. Foi uma leitura que virou uma chave em mim, que me fez entender histórias silenciadas e reconhecer dores que muitas vezes passam invisíveis. Desde então, eu carrego essa mudança na forma como penso, sinto e me posiciono no mundo.”

Haonê Thinar

Série: A Vida e a História de Madam C. J. Walker (2020), com Octavia Spencer, disponível na Netflix

“Fala sobre a persistência da mulher negra, a força e também todas as dificuldades que encontramos justamente pelo racismo e falta de oportunidades. É uma história real de um grande exemplo de resistência e resiliência.”

Haonê Thinar

Dica de Cyda Moreno, a Yara de Dona de Mim:

Livro: Quarto de Despejo - Diário de uma Favelada (1960), de Carolina Maria de Jesus

“É um livro que nos atravessa por relatar a fome e o racismo que vitimiza e exclui há centenas de anos o povo preto e pobre no Brasil. E, ao mesmo tempo, Carolina nos inspira através de sua potência, inteligência, força, crença e brilhantismo. Com apenas dois anos de ensino primário, ela consegue extrair poesia de suas entranhas, de múltiplas misérias, para nos brindar com a mais dura e, ao mesmo tempo, uma requintada e orgânica poesia.”

Cyda Moreno

Dica de Larissa Nunes, das séries Arcanjo Renegado e Clube Spelunca:

Filme: Pecadores (2025), com Michael B. Jordan, dirigido por Ryan Coogler, disponível na HBO Max

“O filme que mais me impactou este ano. Para além das atuações e trilha sonora, esse filme forma uma reflexão sobre a diversidade que já existe em nós pretos e na nossa ancestralidade.”

Larissa Nunes