Rodrigo Sant'Anna faz reflexão sobre trajetória: "Orgulhoso da minha história"
Humorista estreia nesta segunda-feira (9) a sétima temporada do Tô de Graça

Publicado em 09/06/2025 às 16:49
Às voltas com a sétima temporada do Tô de Graça, que estreia nesta segunda-feira (9) no Multishow e no Globoplay, Rodrigo Sant'Anna coleciona uma série de personagens ao longo dos seus 20 anos de carreira. Para o ator, o humor cumpre um papel social.
"A comédia só funciona se for feita nesse território de prazer, troca. Não me enxergo trabalhando em outro ambiente que não seja de afeto, porque acho que, para existir comédia, a gente tem que estar muito seguro e disponível. Você se joga de um abismo que não sabe. Pode fazer uma piada e a maneira que está elaborando ser um risco. Com plateia, esse risco se torna ainda mais evidente", disse o comediante em entrevista ao Gshow.
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"Em cada projeto, a gente fica tenso, nervoso, ansioso, querendo saber como será a receptividade do público. O Tô de Graça é um projeto amado, que foi pedido nesse hiato em que a gente ficou parado [2 anos]. Óbvio que dá um 'Êta, caramba', mas acho que as pessoas estão curtindo", comentou Rodrigo Sant'Anna.
Para o ator, o humor evoluiu com o tempo. "A gente está em um constante aprendizado e acho que o humor é um dos tópicos da sociedade que está evoluindo junto com ela. A gente usa exatamente os estereótipos do programa para educar. É aquela mãe que fala não seja preconceituoso, eu acolho o meu filho da maneira que ele vem, porque o que importa é ser o que você é. Acho que, ainda assim, a gente se preocupa em ter um cuidado a mais de onde a gente está pisando. O humor é muito relevante", declarou.
"Acho que só eu posso fazer a Graça porque tenho muito lugar de fala. Se eu não tivesse tanta expertise no assunto e vivência, nem teria propriedade para falar de um tema que pode ser tão delicado e sutil. Geralmente a gente sempre vê a favela e a comunidade sendo retratada através do crime, como foi em Cidade de Deus e Tropa de Elite", explicou Rodrigo.
Cria do Morro dos Macacos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Sant'Anna conviveu de perto com a violência. "Vivi toda essa violência, ela estava ali, não adianta. Voltava da escola e, se tinha tiroteio, eu não subia o morro. Não podia, tinha que esperar lá embaixo, mas ainda assim consegui observar que aquelas pessoas eram tão alegres e felizes. Independentemente de tudo que vi, consegui criar uma série que ressaltasse muito mais o humor do que a violência. Isso me deixou muito orgulhoso", analisou.
Rodrigo Sant'Anna fala sobre função da comédia
No papo, Rodrigo Sant'Anna comentou que buscou ver o lado bom das coisas até nos momentos mais difíceis. "Eu, enquanto artista da comédia, acho que é a minha função conseguir decodificar um drama de uma maneira como uma piada, sabe? A realidade dessa personagem já é muito potente, então o desafio é conseguir olhar para ela com esse olhar exagerado, exatamente para que ela consiga criar humor e não um drama", afirmou.
"Já é uma necessidade minha tentar sair um pouco da dureza do que eu vivia, de uma maneira tão nua e crua, para conseguir trazer ali um colorido. Para mim era curioso ver minha madrinha só de sutiã, do portão, gritando para mim lá de cima do morro. Essa é uma das cenas que me marcaram e acho que eu tentei trazer e reproduzir isso aqui", revelou.
Rodrigo abriu o jogo sobre a possibilidade de fazer drama ou até mesmo novela. "Fico sempre me colocando em desafios, acho que ficaria com vontade de fazer novela em um determinado momento da carreira, mas, até aqui, nunca consegui conciliar. Tantos projetos mais autorais que não consigo me dedicar. Não digo não para nada e sempre quero conhecer coisas novas, é o que me movimenta na carreira", explicou.
"Tenho uma energia de ariano muito forte, de insistência das coisas. Me lembro de ir para a Rua da Alfândega [no Centro do Rio] comprar tapete para montar cenário, fazer contrarregra dos meus próprios espetáculos. Isso para mim foi me dando um estofo que, quando olho para trás e vejo o menino do morro que conseguiu galgar tudo isso, fico muito orgulhoso da minha história. Não tinha tempo de olhar para trás, fui sempre olhando para frente, o que tenho que fazer agora? Cheguei longe. Sou grato para cacete", comentou o humorista.
Por fim, Sant'Anna falou se pensou em desistir em algum momento. "Penso em desistir até hoje às vezes, dá medo mesmo. Será que vai ter outro personagem que vou conseguir conectar com o público? Quando vejo comentário positivo, sempre me sinto desafiado. Faço meu trabalho para o público. O humor que eu faço é muito popular e sei que críticos, em sua maioria, vão torcer o nariz. Minha conexão é meu povo, é minha galera, de onde eu vim", avisou.
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