Lívia Andrade: "A Tuiuti vai trazer essa emoção que tanto busquei e não tive do Carnaval do Rio"
Ao NaTelinha, apresentadora fala sobre novo desafio no Carnaval
Publicado em 03/09/2018 às 19:02
Há 25 anos no Carnaval de São Paulo, Lívia Andrade vai buscar no Rio de Janeiro a mesma emoção de quando entra no sambódromo paulista. A apresentadora do Fofocalizando" será musa da Paraíso do Tuiuti no desfile de 2019.
Em conversa com o NaTelinha após a edição desta segunda-feira (3) do vespertino do SBT, onde anunciou a escola de samba, Lívia falou sobre a experiência e as expectativas de entrar Marquês de Sapucaí no Rio.
"Já desfilei outras vezes no Rio de Janeiro, em carro, no chão... A última escola que eu saí lá foi a Belford Roxo, que inclusive subiu pro Grupo Especial quando eu desfilei [em 2012]. Foi a minha última experiência. Porém, eu nunca consegui curtir o Carnaval do Rio de Janeiro como eu curto o de São Paulo, e pra mim, se não tiver essa curtição, essa emoção, não vale a pena desfilar por desfilar, ou só porque o cargo é legal, porque é o Carnaval do Rio. Eu preciso curtir pra me sentir bem e me divertir com aquilo e ser legal pra mim", contou.
"O que me levou a aceitar essa proposta da Tuiuti foi justamente esse diferencial que o presidente Thor me passou... Ele me convenceu de que seria diferente, de que dessa vez eu sentiria essa emoção, que eu curtiria o Carnaval do Rio de uma maneira diferente", explicou.
Se não tiver curtição, essa emoção, não vale a pena desfilar por desfilar
Lívia Andrade
Agora musa da Tuiuti, Lívia Andrade descarta qualquer possibilidade de trocar o sambódromo de São Paulo pelo do Rio. Na capital paulista, ela é madrinha de bateria da Império de Casa Verde. "São 25 anos sem parar. Quando criança, como minha família não tinha condições, a minha Disneylândia era o Carnaval", recordou.
Questionada sobre as expectativas do desfile carioca em 2019, Lívia respondeu: "Eu acho realmente que esse Carnaval do Rio de Janeiro vai me conquistar através da Tuiuti".
A Paraíso do Tuiuti será a quinta escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval, 1º de março.
Confira a entrevista completa:
Rio e São Paulo
Eu já saí no Rio de Janeiro algumas vezes, só que tem uma grande diferença o Carnaval de São Paulo para o do Rio. Como eu sou de São Paulo, talvez seja mais fácil pra mim, me sinta mais segura, por causa da estrutura que a gente tem aqui pra chegar no sambódromo, que é diferente do Rio. Não tem nada a ver um Carnaval com o outro.
Desfiles no Rio
Já desfilei outras vezes no Rio de Janeiro, em carro, no chão... A última escola que eu saí lá foi a Belford Roxo, que inclusive subiu pro Grupo Especial quando eu desfilei [em 2012]. Foi a minha última experiência. Porém, eu nunca consegui curtir o Carnaval do Rio de Janeiro como eu curto o de São Paulo, e pra mim, se não tiver essa curtição, essa emoção, não vale a pena desfilar por desfilar, ou só porque o cargo é legal, porque é o Carnaval do Rio. Eu preciso curtir pra me sentir bem e me divertir com aquilo e ser legal pra mim. Porque não é fácil trabalhar em São Paulo, tem um ritmo que é bem puxado, tem o Carnaval de Salvador que eu também faço através do SBT. O Carnaval pra mim é sempre muito corrido. Então se não tiver essa diversão, pra quê? Pra que vou gastar mais dinheiro, mais energia, me desgastar mais... Pra quê?
Aceitar a proposta
O que me levou a aceitar essa proposta da Tuiuti foi justamente esse diferencial que o presidente Thor me passou... Ele me convenceu de que seria diferente, de que dessa vez eu sentiria essa emoção, que eu curtiria o Carnaval do Rio de uma maneira diferente. Qual a diferença que eu expliquei pra ele? Aqui em São Paulo, na concentração, aquele momento da oração, aquele momento onde o presidente fala com a comunidade, que toca a sirene, que o portão abre, aquele momento pra mim sempre foi muito importante, é o mais emocionante pra mim na escola de samba. É o momento em que o presidente fala com a comunidade, todo mundo se junta, dá a mão, se emociona... Eu quero estar presente nesse momento, eu quero sentir essa emoção com a comunidade, e ele me prometeu que e vou estar ali.
Sentir a emoção no Rio
Geralmente, todas as vezes em que eu desfilei, foi uma correria danada, quando eu vi, eu já tinha tropeçado, já tinha passado a linha no chão e já tava sambando, começou o Carnaval. Eu falei: "Caramba, cadê a preparação, cadê a concentração?". A preparação é muito importante pra mim, e eu nunca senti. Ele me prometeu que agora eu vou sentir.
O samba primeiro que a carreira
Outra coisa que também é muito importante: quando fecha o portão, que tá ali o presidente, os diretores, que tem aquela comemoração... Em São Paulo, eu me comunico com as pessoas. Quando eu tô na escola de samba, eu não sou a Lívia Andrade artista, eu sou a Lívia Andrade sambista. O samba veio na minha vida primeiro que a carreira. Eu quero participar como sambista, quero me sentir parte da comunidade. E o presidente também me prometeu que nesse momento de encerrar, eu vou curtir.
Samba-enredo e o bode de estimação
Outras coisas que foram importantes pra mim, nada na vida é por acaso: a Tuiuti virá em 2019 falando de um bode, e eu achei que eles tinham me chamado por causa do bode, que eu tenho um de estimação. Mas não foi por causa disso! O presidente soube disso na mesa, achou engraçado, ficou contente com essa coincidência; as cores da escola são as mesmas da minha escola de São Paulo, a Império de Casa Verde; no pavilhão, eles também carregam a coroa, igual a minha escola de São Paulo; e o mais legal: a escola de samba de coração do presidente da Tuiuti é a Império de Casa Verde. Sabe quando você liga as coisas? Eu preciso dessa identificação, eu preciso construir uma historinha pra mim mesma, pra me convencer.
As negociações
Durou bastante tempo essa conversa pelo telefone até que eu fosse lá pessoalmente. Porque eu precisava saber também se eu vou a dar conta de ir aos ensaios. Porque eu quero estar nos ensaios. Óbvio que não vou conseguir estar presente em todos, mas eu quero estar presente nos ensaios. Eu quero conhecer a comunidade. Eu vou conseguir? Eu vou dar conta? Foram perguntas que tive que me fazer antes de me comprometer.
Quando eu fui conversar com o presidente eu não fui para aceitar a proposta, era só nossa primeira conversa. Então, achei que teria algumas conversas pra aceitar ou não, só que deu tudo tão certo que eu não tive como negar. Eu saí daquela mesa surpresa e praticamente tudo acertado. Uma pessoa que me incentivou a aceitar esse convite foi o Leo Dias.
Outros convites
Sempre teve convites para desfilar no Rio, todos os anos. Mas como não tive uma boa experiência de curtir esse momento eu achava que seria mais um desgaste, mais uma correria que não daria conta. Então, nunca aceitei. E também pra você aceitar uma responsabilidade de assumir uma bateria, como eu assumi aqui em São Paulo há vários anos, você tem que se dedicar muito. Eu me cobraria demais se eu aceitasse assumir uma bateria e não estivesse presente uma vez por semana nos ensaios, pelo menos. Isso me preocupa e me sentiria mal se não conseguisse. Mesmo tendo compromissos aqui (em São Paulo) eu não me sentiria bem de não estar lá (Rio), nos momentos mais importantes das escolas.
Eu acho que a comunidade e as pessoas que estão nas escolas mais tempo também cobram isso. Eu acho que a gente tem que chegar no samba do miudinho, entendeu?
Musa da Tuiuti
Esse cargo de musa da Tuiuti a gente ainda não sabe ainda onde eu vou sair e isto também me deixou feliz e à vontade em escolher. A gente vai definir isso com o tempo. Eu só preciso sair no chão, sambar e me divertir.
Eu acho realmente que esse Carnaval do Rio de Janeiro vai me conquistar através da Tuiuti. A Tuiuti vai trazer essa emoção que eu tanto busquei e não tive do Carnaval do Rio. Eles vão me dar esse presente. O Carnaval do Rio que eu admiro tanto e sempre gostei... Eu falo: "Gente, eu gosto de assistir o Carnaval do Rio porque é muito emocionante. Mas eu não tive esse emoção de curtir 100% a passarela do samba".
Deixar o Carnaval de São Paulo
Não tem essa possibilidade. Eu jamais vou deixar o Carnaval de São Paulo. São 25 anos sem parar. Quando criança, como minha família não tinha condições, a minha Disneylândia era o Carnaval. Eu entrei no sambódromo pequenininha e via aqueles carros enormes, vendo aqueles alegorias, luzes... A minha Disney era aquilo. Esse deslumbramento quando criança me conquistou, entrou na veia e nunca mais saiu.
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