Espaço Aberto

O triste rumo da TV aberta e sua falta de conteúdo

Espaço Aberto é a nova coluna do NaTelinha onde você pode opinar e mandar sua análise sobre TV


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Foto Montagem/NaTelinha

Chegar em casa do trabalho, ligar a TV e se entreter, algo tão comum tem se tornado cada vez mais difícil atualmente.

Muito triste ver os rumos da TV aberta no país, a falta de investimentos em novos formatos e a ausência de uma programação diversificada. Isso tem tornado a TV aberta um amontoado de horários vendidos, de reprises e de “mais do mesmo”.

A “desculpa” envolve sempre a diminuição do público para a internet, a TV por assinatura e também a redução de anunciantes, mas vamos refletir: se a pessoa liga a TV e não se interessa por nenhum conteúdo ela buscará outra forma de se satisfazer migrando da TV. Logo, se não há audiência, por que alguém vai investir seu dinheiro para aparecer naquele horário? Percebem a constante? A diminuição da qualidade de conteúdo acarreta na diminuição do público, que faz diminuir os patrocinadores, que causa a diminuição da qualidade do conteúdo e assim por diante. Tudo isso pode ser visto pela audiência: a Globo cada vez mais aumenta a margem de liderança, enquanto as demais se sujeitam em dividir as migalhas.

Dos maiores canais, o SBT se mantém com suas reprises e sem nada de novo. Gostaria de saber se o pessoal acredita que vai fidelizar o público a longo prazo com uma atitude dessas? Será que o público quer ver os mesmos formatos e as mesmas novelas para sempre?

E por falar em novela, será que o melhor para a Record TV é investir nisso? Se alguém nesse país não gosta de novela terá um esforço para se entreter. Todos os canais invejam o sucesso da Globo com as novelas, mas não reconhecem suas próprias incapacidades nesse quesito.

Por isso, vale a indagação: será que investir em novos formatos não seria melhor? Será que tentar atrair outro publico não é mais válido?

Quando falamos em novos formatos, vale tudo: programas, shows, jogos, esporte, jornalismo, séries, documentários e tudo mais. Mas há esperança, e quando digo isso me refiro a Band e a Globo que tem investido em novidades para a sua programação, cada uma com seus recursos, mas ainda sim trazendo coisas novas.

Para a Band, o importante é se livrar dos seus horários vendidos, que além de diminuir a audiência do programa seguinte, ainda afeta a relação geral do telespectador e o canal. Já para a Globo, é sempre bom inovar e buscar sair do protocolo fechado do “padrão Globo”.

Em relação às emissoras menores, e com isso me refiro à Rede TV!, Record News, TV Gazeta, Rede Brasil, e TV Cultura, o primeiro passo é se colocar no mercado de forma estratégica, ou seja, ter abrangência em todo o território nacional, criando uma identidade própria e qualidade em conteúdo.

Vale lembrar o tamanho do nosso país quando o assunto é população, e considerando a própria questão socioeconômica dos brasileiros, ter conteúdo de qualidade que possa ser consumido em TV aberta é bom para todos.

Cleiton Roberto dos Santos é estudante de Psicologia e reside na cidade de Navegantes, em Santa Catarina. Faça como ele, envie sua análise, crítica ou reflexão sobre a TV. Saiba como aqui.

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