Opinião

Em meio à chegada de Eliana, Globo some com Angélica e renega talento da apresentadora

Esposa de Luciano Huck não tem sido "lembrada" para projetos importantes no canal


Angélica
Angélica segue esquecida pela Globo - Foto: Alex Santanna/ O Globo
Por João Paulo Dell Santo

Publicado em 01/07/2024 às 12:31,
atualizado em 01/07/2024 às 12:45

O anúncio da contratação de Eliana Michaelichen, feito na última quinta-feira (27), movimentou as redes sociais. De longe, é a maior aquisição da Globo nos últimos dez, vinte anos. Nesse domingo (30), quando concedeu uma entrevista ao Fantástico, o nome da loira voltou a agitar a internet. 

A ex-pupila de Silvio Santos confirmou que vai apresentar o Saia Justa no GNT a partir de agosto e ainda o Vem Que Tem, na TV aberta, em novembro - programa com promoções da Black Friday. Como passo seguinte, Eliana estará à frente do The Masked Singer Brasil, em substituição a Ivete Sangalo - o game show terá um especial em dezembro e uma nova temporada no início de 2025, ainda sem data definida.

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Todas essas novidades sobre o futuro profissional de Eliana, uma das mais seguidas comunicadoras do Brasil (só no Instagram são quase 33 milhões de seguidores), colocam luz sobre outra figura tão importante quanto para o veículo e a história da própria Globo: Angélica.

A esposa de Luciano Huck, a exemplo de outros tantos colegas, deixou o plim plim em meio a uma onda de cortes que ainda não chegou ao fim. No caso da mãe de Joaquim, Benício e Eva, seu vínculo de exclusividade foi encerrado em 2019. Depois disso, o Cartas Para Eva, do GNT, e o Simples Assim, da Globo, já foram concebidos sob o formato de contrato por temporada.

Até emplacar o Angélica: 50 e Tanto, do GNT/Globoplay, a loira passou pela plataforma Max, à frente do Jornada Astral. Foi o primeiro suspiro da apresentadora sem o selo de global depois de 25 anos. Para 2024, o projeto vai ganhar uma versão com homens, o Angélica: 50 e Uns.

Eliana à parte, todo esse contexto chama a atenção pelo fato de Angélica ter sido colocada de lado pela direção da Globo - e, ao que consta, essa guinada não partiu da própria comunicadora. Antes de pisar no antigo Projac, hoje Estúdios Globo, a famosa roubou a cena no comando de programas infantis e adolescentes na extinta TV Manchete e SBT. Clube da Criança, Milk Shake, Casa da Angélica, Passa ou Repassa e TV Animal são marcas importantes na história da TV brasileira. 

Na Globo, a senhora Huck esteve envolvida com outros títulos que marcaram algumas gerações, como Angel Mix, Caça Talentos, Flora Encantada, Bambuluá, Fama, Estelas e, principalmente, o Vídeo Game. A partir de 2018, o espaço foi sendo diminuído drástica e inexplicavelmente. Faltou por parte da emissora uma melhor condução em um dos seus maiores e melhores ativos. 

Globo deixa Angélica de lado 

Em meio à chegada de Eliana, Globo some com Angélica e renega talento da apresentadora

Quando aqui se aponta uma inexistência de cuidado com a carreira de Angélica por parte da Globo, ninguém cobra atrações infantis. Essa versão ficou no passado. Mas o fim do Vídeo Game e do Estrelas até hoje provoca dúvidas e levanta várias suposições. 

De todo modo, com o passado no passado, alguns movimentos recentes intrigaram pela falta de atenção do canal com a ex-funcionária. O Popstar nasceu com a cara de Angélica, mas foi parar nas mãos de Fernanda Lima, na primeira temporada, e nas de Taís Araújo nas seguintes.

Depois, o Estrela da Casa, uma mistura de The Voice e BBB, foi entregue a Ana Clara Lima. O formato do reality show, que estreia em agosto, faz lembrar um clássico liderado pela loira anos atrás. Quem não se recorda do Fama, que lançou grandes nomes da nossa música? Vanessa Jackson, a dupla Hugo e Tiago, Thiaguinho, Roberta Sá, Marina Elali, João Sabiá, Ivo Pessoa, Mariana Belém e tantos outros surgiram ali. 

Na sequência, com o anúncio de que Ivete Sangalo deixaria o The Masked Singer, em nenhum momento Angélica teve o nome cogitado pela Globo para o projeto. E aqui ninguém questiona profissionais como Fernanda, Taís, Ana Clara e Eliana. Longe disso. É sobre a Angélica. 

Para 2025, em meio aos seus 60 anos, a Globo promete resgatar nomes que marcaram a sua história. Xuxa Meneghel e Fátima Bernardes estão envolvidas com algumas ideias na emissora. Há, ainda, a intenção de prestar algumas reverências a outro nomes tão importantes quanto, como Silvio Santos, Chacrinha (1917-1988), Chico Anysio (1931-2012), Jô Soares (1938-2022), Fausto Silva, Glória Maria (1949-2003), Tiago Leifert, Miguel Falabella e André Marques. Nada sobre Angélica. 

A apresentadora e seu público - ela é uma das recordistas na venda de produtos e acessórios infantis nas décadas de 80 e 90 - merecem algo à altura desse grande talento. Documentário no Globoplay e programa no GNT, ou aparições esporádicas no Criança Esperança, não são suficientes diante de um nome dessa envergadura.  

Aos 50 anos, Angélica faz falta ao vídeo. Ainda que a Globo não perceba isso - é uma nova Globo bem estranha... - a concorrência deveria se atentar a esse detalhe. 60 anos sem respeitar a própria história e a quem a ajudou a chegar até aqui tem um sabor amargo. 

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