Publicado em 16/11/2024 às 16:00:00
Durante o Lady Night da última sexta-feira (15), quando recebeu Maria Beltrão, Tatá Werneck recordou uma situação envolvendo sua gravidez. A comediante lembrou que a gestação não foi bem vista por uma pessoa com a qual trabalhava na época.
"Quando eu engravidei, ouvi de uma pessoa que ficou p*ta comigo e já foi demitida, graças a Deus! Ela disse: 'Então você não vai trabalhar? Então agora como é que vai ser? Você vai ter que tirar licença?'. Coisas que fazem parte do meu direito, eu tenho direito de ter tudo que a maternidade envolve, mas isso vira um problema", disse Tatá Werneck.
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"Não tinha uma menina, era só eu [naquele meio]. E eu achava que, para isso, tinha que estar lá com o cabelo molhado, sem maquiagem, com uma blusa comprida. Eu tinha que me masculinizar para que eles me aceitassem como integrantes daquele grupo. E hoje eu vejo que eu poderia estar de qualquer forma", comentou apresentadora, lembrando do campeonato de rimas do qual fez parte.
"Se gasta uma energia driblando o machismo. Quando você fala alto, é histérica, nervosinha. Aí as pessoas falam muito que é exagero de mulher, porque não sabe o que que é. Olha que coisa complicada para você ser profissional ter que deformar a sua personalidade, se entortar psicologicamente, emocionalmente para achar seu lugar", observou Maria Beltrão.
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Na última segunda-feira (4), ao receber Débora Falabella no Lady Night, Tatá Werneck surpreendeu ao revelar que foi vítima de assédio.
"Estou emocionada porque fui assistir a essa peça [Prima Facie, estrelada pela atriz] com meus pais. Nunca falei disso porque tenho medo de falar sobre isso... Eles lembraram quando eu passei por uma situação super séria, e as perguntas que me faziam sempre diminuíam ou descredibilizavam o que eu dizia. Desculpa, gente, perdi o controle aqui", declarou a apresentadora, com a voz embargada.
"Descredibilizavam como se eu não estivesse falando a verdade. Perguntavam: 'Como ele era? Ele estava vestindo o quê? Mas você estava assim? Por que você não gritou? Por que não chamou a polícia?'. Porque eu estava com medo. Eu estava desesperada", completou Tatá.
No papo, Débora consolou a amiga. "Claro, e a gente talvez nem se lembre de tudo porque está passando por um trauma", comentou a convidada. "Eu lembro que só pensava: 'Eu preciso sobreviver. Qualquer coisa que eu pudesse fazer para sobreviver, eu faria'", recordou a comediante.
"Não tem uma mulher que não tenha passado por isso ou que não tenha uma amiga que tenha passado", afirmou Werneck. "É muito cruel a forma como a mulher é julgada em caso de agressão sexual", refletiu Falabella.
"Essa peça tem que ser assistida, a Débora é brilhante, a peça é fundamental. Ela tem que ser assistida por mulheres, por pais, por homens, por pessoas do poder público", opinou a comediante.
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