Publicado em 01/10/2024 às 05:27:00,
atualizado em 01/10/2024 às 09:01:04
Desde março, a partir do lançamento da nova grade, o SBT adotou outros critérios para a programação local, antecipando, reduzindo ou concedendo mais espaço para as afiliadas. No entanto, o que era para ser uma solução se tornou um problema.
Seis meses depois, a queixa entre as parceiras do canal dos Abravanel se tornou generalizada. A reportagem do NaTelinha ouviu de algumas fontes que as últimas mudanças aumentaram ainda mais a crise comercial e de audiência dessas emissoras.
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Em encontros de rede, a direção do SBT prometeu que os ajustes seriam positivos, mas isso não aconteceu na prática. O horário local da manhã, por exemplo, ganhou 30 minutos, mas passou de 7h/8h para 6h/7h30, o que dificulta a comercialização da faixa em razão do horário ingrato.
Na hora do almoço, considerada a principal faixa das praças, as afiliadas perderam tempo. Em vez de 11h/14h15, passou para 11h15/13h45. A noite, com o lançamento do Tá na Hora, foi o ponto mais crítico. O bloco foi estendido em 50 minutos, das 18h30 às 19h45, mas o canal de Silvio Santos (1930-2024) começou a zerar em algumas capitais.
A tom de comparação, sem contar as madrugadas, o SBT passou a oferecer 5h15 de programação local, ante 8h30 da Record. Entre as parceiras, o discurso é parecido: é impossível concorrer com a rede de Edir Macedo, haja vista que as versões regionais do Balanço Geral e Cidade Alerta são mais longas.
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Uma das fontes ouvidas pela reportagem reconhece que havia um pleito antigo para aumentar a programação local noturna, mas não nesse contexto. O Tá na Hora tem desempenho pífio, a partir da versão nacional, com Márcia Dantas e Marcão do Povo, o que acaba por comprometer todo o resto.
Agora, com a saída de Murilo Fraga da Direção de Programação e a provável chegada de Mauro Lissoni, a expectativa é que esses horários sejam revistos. As afiliadas entendem como necessária a volta da antiga faixa local do almoço e uma entrega melhor para os noticiários noturnos, como quando recebiam das novelas mexicanas.
Em maio, o NaTelinha registrou com exclusividade o efeito dominó provocado pelo lançamento do Tá na Hora. O noticiário policial, criado para concorrer com o Cidade Alerta e o Brasil Urgente, reduziu a pó a audiência do SBT em poucas semanas no ar.
Tanto em São Paulo, quanto em outras praças importantes do PNT (Painel Nacional de Televisão), o programa perdeu público e o entregou de bandeja para a concorrência - a Globo, com Alma Gêmea e No Rancho Fundo, foi a mais beneficiada.
Em um recorte de 45 dias antes (de 15 de janeiro a 15 de março) e depois (de 18 de março a 17 de maio) da estreia do Tá na Hora, o SBT perdeu 35% de audiência na média nacional, das 17h30 às 19h45, passando de 3,9 para 2,5 pontos. No PNT, cada ponto equivale a 253 mil domicílios.
Com o Tá Na Hora, o canal também escolheu 32% em São Paulo (de 4,1 para 2,8), 35% no Rio de Janeiro (de 3,2 para 2,1), 39% em Belo Horizonte (de 4,1 para 2,5), 48% em Salvador (de 3,6 para 1,9), 54% em Recife (de 5,0 para 2,3), 20% em Curitiba (de 3,6 para 2,9), 40% no Distrito Federal (de 3,0 para 1,8), 58% em Goiânia (de 7,1 para 3,0), 55% em Campinas (de 2,4 para 1,1), 44% em Belém (de 2,5 para 1,4) e 13% em Vitória (de 3,9 para 3,4).
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