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Após saída de Boninho, mais um diretor entra na mira da Globo

Emissora vem promovendo uma extensa renovação no seu quadro de executivos

Globo tem passado por uma renovação intensa - Foto: Divulgação/Globo
Por João Paulo Dell Santo

Publicado em 17/09/2024 às 04:44:00,
atualizado em 17/09/2024 às 09:16:57

A saída de Boninho da direção de Realities da Globo não põe fim ao processo de renovação que a emissora executa desde meados de 2018. A reportagem do NaTelinha apurou com fontes do mercado que mais uma baixa está prevista para os próximos meses.

Vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Camargo, 63, deve deixar o cargo em breve. O executivo ocupa a função desde dezembro de 2011, após passar pelo Ministério Público, Ministério da Justiça e a RBS, onde ingressou em 1998.

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Tonet exerce função importante para os negócios dos Marinho e lidera uma equipe de outros profissionais, cuja principal atuação é na relação com os membros dos três poderes. É homem de confiança da família. As conversas com políticos e membros do judiciário exigem desenvoltura, a fim de blindar os acionistas de pormenores, assegurando, assim, uma relação fluida e independente entre as partes.

O movimento nos bastidores da Globo representa a mais extensa renovação no quadro de executivos da empresa. Amauri Soares, 58, assumiu a direção da TV Globo e dos Estúdios Globo em 2020. Renato Ribeiro, 51, responde pela Direção de Esportes desde 2018. José Luiz Villamarim, 61, sucedeu Silvio de Abreu há quatro anos na Direção de Teledramaturgia. Ricardo Villela, 52, é o novo todo-poderoso do Jornalismo. Patrícia Pedrosa, 40, é a nova head de Humor. Manuel Belmar, 54, toca o Globoplay e o financeiro desde a saída de Erick Brêtas. Por fim, Rodrigo Dourado, 51, assumirá as funções de Boninho em janeiro.

Procurada pela reportagem, a comunicação da Globo tratou de negar a iminente saída de Paulo Tonet Camargo. O NaTelinha, porém, mantém a informação. A emissora, inclusive, já se movimenta em busca de um substituto para o posto.

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Paulo Tonet Camargo e o veto de Jair Bolsonaro

Em fevereiro de 2019, o nome de Paulo Tonet Camargo ganhou o noticiário em razão de um episódio envolvendo o ex-presidente da República Jair Bolsonaro e o então ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gustavo Bebianno (1964-2020), que veio a ser demitido meses depois.

Na ocasião, Bolsonaro cobrou o subordinado por ter marcado uma reunião com Tonet no Palácio do Planalto. Em áudios de WhatsApp que vazaram na imprensa, o ex-presidente dizia que Bebianno estava levando o "inimigo para dentro de casa" e que as outras emissoras poderiam entender a agenda como uma aproximação do governo com a Globo.

"Gustavo, o que eu acho desse cara da Globo dentro do Palácio do Planalto: eu não quero ele aí dentro. Qual a mensagem que vai dar para as outras emissoras? Que nós estamos se aproximando da Globo. Então não dá para ter esse tipo de relacionamento. Agora... Inimigo passivo, sim. Agora... Trazer o inimigo para dentro de casa é outra história. Pô, você tem que ter essa visão, pelo amor de Deus, cara", reclamou.

"Fica complicado a gente ter um relacionamento legal dessa forma porque você está trazendo o maior cara que me ferrou - antes, durante, agora e após a campanha - para dentro de casa. Me desculpa. Como presidente da República: cancela, não quero esse cara aí dentro, ponto final. Um abraço aí", afirmou Jair Bolsonaro. A ordem foi acatada e não houve encontro.

O veto, no entanto, durou pouco, e o próprio presidente recebeu o executivo em maio de 2019. Os ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, também conversaram com Camargo no Planalto.

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