Pablo Marçal acusa Dilma Rousseff de roubar avô do dono da Band; emissora silencia

O primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo aconteceu na última quinta-feira (8) na Band e movimentou as redes sociais. Participaram do encontro Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB), José Luiz Datena (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL). A emissora também realizou o evento em outras 18 cidades.

Na capital paulista, um momento em especial chamou a atenção. O coach Pablo Marçal, em resposta a uma pergunta da deputada federal Tabata Amaral, acusou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) de roubar US$ 3,5 milhões do avô do dono da Band, Johnny Saad. Âncora do debate, Eduardo Oinegue não o interpelou.

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"Sua heroína é Dilma Rousseff que entrou na casa do avô do dono dessa televisão e roubou 3,5 milhões [de dólares]. Você tem um herói chamado Luiz Inácio Lula da Silva que foi condenado por nove juízes em três instâncias, 580 dias de cadeia, e você vive babando ovo para ele. Seu herói, bandido. Você parece até uma jornalistazinha militante. Você é para-choque de comunista", disparou o empresário, que adotou um tom bem agressivo ao longo de todo o programa.

O avô do dono da emissora a quem Marçal se referiu é Ademar de Barros (1901-1969), que foi prefeito da cidade de São Paulo uma vez e governador do Estado por três períodos. Ele era sogro de João Jorge Saad (1919-1999), fundador do Grupo Bandeirantes e pai de Johnny. 

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A respeito da acusação envolvendo a ex-presidente Dilma Rousseff, em 18 de junho de 1969, membros do movimento guerrilheiro VAR-Palmares, do qual ela fazia parte, assaltaram, na cidade do Rio de Janeiro, um suposto cofre de Ademar de Barros localizado na casa de sua ex-secretária, Anna Gimel Benchimol Capriglione. A petista, porém, não participou dessa ação específica.

Na época, Anna Gimel disse à polícia que no cofre tinham apenas documentos. Um dos filhos de Ademar, o então deputado federal Ademar de Barros Filho (1929-2014), declarou à revista Veja, em 1970, que o pai passava por dificuldades financeiras e que não havia dinheiro algum no cofre.

A reportagem do NaTelinha procurou a Band e fez os seguintes questionamentos, ainda sem respostas: 1) Qual o posicionamento oficial da Band quanto ao assunto? 2) Pablo Marçal falou a verdade ou mentiu? 3) E diante de um tema tão sério, por que o canal não se posicionou no exato momento em que a declaração foi feita, como fazem Globo e Record, por exemplo, em situações do tipo? O espaço segue aberto.

Debate da Band alcança boa audiência 

A propósito, o primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo nas Eleições 2024, transmitido pela Band, alcançou 4,4 pontos de pico, apresentando um crescimento de 356% na audiência na faixa das 22h18 à 0h44 na comparação com as últimas quatro quintas-feiras.

O evento ainda registrou 3,4 pontos de média e share (número de televisores ligados) de 7,6%, obtendo o terceiro lugar por 68 minutos não consecutivos. Considerando apenas os números individuais, a emissora conquistou mais telespectadores que o SBT durante os últimos 18 minutos da transmissão.

No mesmo recorte, o canal ainda ficou à frente da Record durante 101 minutos consecutivos, tendo mais público que a concorrente desde as 23h03. É o maior índice de um debate da Band entre candidatos à Prefeitura de São Paulo em 20 anos.