Daniel Filho diz que novelas da Globo perderam qualidade: "Não sei o que aconteceu"

Um dos criadores Padrão Globo de Qualidade nas novelas, Daniel Filho afirmou que não vê mais o gênero. "Já não assistia muito quando fazia, agora... Não sei o que aconteceu. Mas deu uma caída na qualidade", constatou o ex-diretor numa entrevista ao F5, da Folha de S. Paulo.

"Sabe o que eu assisto? Assisto muito o YouTube e streamings. Não vejo televisão aberta. Não sei que horas entra, que horas sai. Fico perdido", admitiu ele, que esteve presente no lançamento do livro O Lado B de Boni.

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Daniel Filho saiu da Globo em 2015. Nos anos 70, foi um dos responsáveis por imprimir um nível de qualidade que se alastrou por décadas a fio e encabeçou produções icônicas como Irmãos Coragem, Pecado Capital, O Astro, Dancin' Days, dentre outras.

No quesito séries, também capitaneou Malu Mulher, Plantão de Polícia, Carga Pesada, Confissões de Adolescente, Sai de Baixo, A Grande Família, etc.

O começo de Daniel Filho na Globo

Sua estreia na TV foi em 1956, e nove depois, Boni o convidou para ir à Globo, como relatou numa entrevista ao Conversa com Bial em maio de 2020. "Nós estávamos sempre juntos", recordou ele, sem se esquecer das reuniões que faziam. "A melhor reunião acontecia na hora do botequim, do cafezinho, na hora de comer a pizza de noite, porque a gente continuava vivendo aquilo. O que eu e Boni bolamos de programa, os dois bêbados...", riu.

"Era uma turma muito boa com uma vontade muito grande de fazer uma televisão boa, brasileira, que falasse com o público brasileiro", elogiou ele. "Quando a gente começou a fazer televisão, a gente não sabia o que fazer com a televisão", acrescentou.

Daniel Filho quase voltou para a Globo

Recentemente, o ex-diretor quase retornou para a líder de audiência, como relatou durante conversa com Hildegard Angel para a TV Brasil 247, no YouTube. A negociação só não avançou nas negociações com a emissora porque a direção do canal tentou proibi-lo de falar sobre política, o que fez com que ele recuasse, já que não viu sentido na cláusula.

"Uma das coisas que senti e foi grave, para mim, foi que disseram que eu não poderia me manifestar politicamente durante a vigência do meu contrato", afirmou o diretor, responsável por novelas icônicas da emissora nos anos 70, 80 e 90. "Eu disse que eu não poderia trabalhar porque o meu trabalho é uma manifestação política e nem discuti mais o resto", completou.