Publicado em 30/07/2024 às 11:53:00
Diretor da TV Globo e dos Estúdios Globo, Amauri Soares se tornou o mais poderoso dos executivos da emissora. Agora, cabe a ele, entre outras coisas, decidir se o contrato de algum colaborador será ou não renovado.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o ex-marido de Patrícia Poeta fez um balanço sobre esse início de gestão. "De negativo é difícil, porque expandimos a oferta de conteúdo e nos organizamos na criação de gêneros. Criamos núcleos de filmes - vamos lançar um por mês em 2025 -, de documentários e de humor, que ganhou uma diretoria pela primeira vez", contou o chefão da Globo.
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Com o sumiço de produtos de humor na grade, Amauri admitiu que a rumorosa saída de Marcius Melhem - acusado de assédio por um grupo de atrizes, inclusive Dani Calabresa - impactou o setor. "Não posso negar que atrasou o processo. Ele estava tocando um projeto, que estava dando frutos. Houve uma interrupção do trabalho e uma dispersão da equipe. Tivemos que começar de novo. Mas temos uma nova liderança, um novo time e 18 obras em produção, com a primeira estreia este ano, uma sitcom com Regina Casé", afirmou.
Questionado se o comediante pode voltar à Globo, Soares desconversou. "Não sei. Marcius é um grande artista, mas não depende só da minha vontade. Precisamos entender como o caso dele vai se concluir", revelou. "O humor será o nosso gênero mais aberto para colaboradores externos. Tem mulheres e homens, brancos e negros, jovens e veteranos. Essa diversidade talvez seja a saída", disse, avaliando a retomada dos humorísticos.
"A Globo tem um código de princípios e valores no vídeo. Não fazemos imagens pornográficas ou com consumo de droga e violência excessivos. Não reproduzimos comportamentos racistas ou preconceituosos sem um contraponto. Vale não só para humor, mas para dramaturgia, para tudo", explicou Amauri Soares.
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Questionado sobre a saída de inúmeros talentos para a concorrência, em especial o streaming, Amauri Soares avaliou que a Globo vê o movimento como normal, uma vez que manter um banco de atores exclusivos virou algo insustentável.
"Quanto mais fortalecido for o mercado nacional, melhor. Conheço toda a equipe desta novela [Pedaço de Mim, da Netflix]. São ex-colegas de trabalho", declarou. "Custava muito caro manter um alto nível de exclusividade. Antes, era sustentável. Nas dinâmicas de hoje - com a concorrência e a disputa pela atenção maiores e um legítimo interesse dos talentos de fazerem outras obras -, esse modelo não faz sentido para nenhum lado. Hollywood o abandonou há muito tempo", argumentou.
"Às vezes, um ator está escalado para duas ou três produções, então não faz sentido abandonar a exclusividade. Chay Suede, que estará em Mania de Você [substituta de Renascer no horário das 21h], acabou de renovar por muitos anos, porque tem alta escalabilidade. Pode fazer um mocinho e um vilão, um jovenzinho e um adulto, assim como Cauã Reymond, que é muito versátil", explicou.
Amauri, porém, não concorda com a impressão de que os galãs sumiram da tela da Globo. "Não concordo. Temos Xamã, um talento supernovo, por exemplo, bombando em 'Renascer'. Trabalhar com mais atores, por não termos um elenco fixo, traz mais diversidade", disse.
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