Publicado em 14/06/2023 às 10:27:38, atualizado em 14/06/2023 às 14:30:44
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Alberto Luchetti Neto, diretor do Domingão do Faustão (1989-2021) entre 1998 e 2002, concedeu uma entrevista bombástica à revista Veja. À publicação, o profissional de 70 anos afirmou que o apresentador que saiu da Band recentemente praticava assédio moral contra os funcionários. Uma delas, inclusive, cometeu suicídio. O fato teria sido acobertado pela líder de audiência.
Segundo Luchetti, Faustão praticava assédio moral da seguinte forma: "Tinha costume de esculhambar a produção no ar e de pedir desculpa no particular. Criticava o trabalho em rede nacional. O que ele fazia com o Caçulinha era de chorar! Ele o humilhava, dizia que ele não sabia tocar (teclado), que era ultrapassado. Falou tanto que a Globo tirou ele".
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"Por exemplo, uma moça, de tão perseguida por ele, tomou remédio e cometeu suicídio. Foi uma desgraça que a Globo tentou esconder por todos os meios. Eu já estava fora. Ela estava tão desesperada, ele humilhou tanto ela, que um dia ela tomou remédio, foi dormir e não acordou mais."
Procurada pelo NaTelinha, a Globo ainda não se manifestou sobre a acusação. O espaço está aberto e será atualizado caso haja resposta.
Faustão queria ter ajudas divulgadas, diz ex-diretor
Ainda durante a entrevista, quando questionado sobre a fama de generoso de Faustão, Luchetti listou um suposto grave defeito: "Você está numa situação difícil, aí ele procura te ajudar… Só que depois pede para a assessoria divulgar que está te ajudando. Ele cansou de fazer isso com a Dercy Gonçalves".
No fim dos anos 90, a Globo vivia um período de transformação. Em uma só tacada, contratou Ana Maria Braga, Luciano Huck, Serginho Groisman e Jô Soares (1938-2022). Todos eles estavam em ascensão nas suas respectivas emissoras. "A Globo, sem concorrente, voltou ao primeiro lugar", recordou ele, que deu uma cutucada no atual comandante do Domingão.
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"Luciano estreou no sábado e a Veja deu de capa que ele tinha ressuscitado um dinossauro chamado Raul Gil, que foi para primeiro lugar no sábado, porque o menino não tinha menor carisma. Cazé estreou num domingo e foi mandado embora no outro. E Serginho ficou um ano sem entrar no ar."
Ex-diretor de Faustão sobre as contratações da Globo no fim dos anos 90
Quando o Altas Horas estava prestes a estrear, Alberto Luchetti deixou o Domingão. O ex-diretor também se lembra quando devolveu um presente de Faustão. "Um dia me deu um relógio de aniversário, de cerca de 100 mil dólares, dizendo que aquilo era o símbolo da nossa irmandade, porque ele só tinha irmãs e eu era o único irmão na vida dele. Meses depois devolvi o relógio dizendo que não queria mais ser irmão dele", contou.
A reação, segundo ele, foi a pior possível. "O que me fez devolver foi o jeito dele. Para continuar com o relógio, eu tinha que dizer que era irmão, então preferi dar o relógio, o símbolo da irmandade não existia mais. Um dia, já quando a Luciana trabalhava comigo, ele me convidou para almoçar. E perguntou o que achava das mudanças que estava fazendo no programa. Falei: 'Fausto, eu ganhava muito dinheiro para fazer teu programa. Mas para ver, teria que ganhar muito mais'. Ficou um clima ruim, acabou o almoço."
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Faustão na Band
Para ele, o apresentador na Band já era uma tragédia anunciada. "Isso é uma irresponsabilidade dele e da cúpula da Band, de colocar um programa diário, no horário nobre, achando que o Faustão tinha o dinheiro da Globo. Ele achava que o dinheiro era dele, mas não. Tanto é que entrou um oportunista no lugar do Fausto, o Luciano Huck, e o dinheiro está lá do mesmo jeito. Quem tem a audiência e o dinheiro é a emissora. Ele não levou nem um, nem outro", ponderou.
"Aí na Band, sem estrutura, precisou fazer 60 em três meses. A probabilidade de dar errado era de 100%. Por isso, digo que é irresponsabilidade dele e da cúpula da Band. Ele não vai ter a vida financeira afetada (com a demissão), mas estamos falando em 300 demissões! Quem deveria ser demitido são os diretores que concordaram em pagá-lo. Não havia estrutura para isso ali", reforçou.
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Alberto Luchetti Neto também diz que Faustão fazia um programa ultrapassado, e ele não se atualizou. "Para o auditório, contratava quatro ou cinco fileiras de mulher com perna de fora, o resto da gente era periferia. É um cara de 74 anos que não se modernizou. Ele bota tênis, fala ‘ô louco meu’ e acha que é moderno. Ultimamente, ele estava fazendo ‘Baile da Saudade’ na Band."
Por fim, afirmou que Faustão não soube parar no auge. "E terminou por baixo, saiu pela porta dos fundos da Globo, e saiu de forma lamentável na Band. Você tem ideia do que é parar de fazer um programa por falta de audiência? É a pior coisa para um apresentador", refletiu.
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