Publicado em 12/05/2022 às 04:55:49, atualizado em 12/05/2022 às 08:43:59
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Campeão de audiência e faturamento na Globo, o BBB 22 terminou no final de abril para que outros realities pudessem enfim estrear. Uma nova temporada do No Limite deu as caras, desta vez com a apresentação de Fernando Fernandes, e o Power Couple é novamente a grande aposta da Record para alavancar a grade enquanto A Fazenda não estreia. Mas ambos estão longe de performar como o Big Brother, seja em audiência ou faturamento. Estima-se que o programa comandado por Tadeu Schmidt tenha faturado R$ 1 bilhão, volume histórico.
Na visão de Paulo Leal, Head da FluenceMedia, empresa especializada em redes sociais, marketing de influência e entretenimento, o sucesso do BBB está atrelado à alavancagem feita em outros programas. "Tem todo um plano com a grade da Globo, o que faz uma diferença enorme", pontua ele ao NaTelinha.
Na Record, programas como o Power Couple e a A Fazenda não tem a mesma alavancagem de programação como o reality de confinamento da emissora carioca. A Globo tem muito mais audiência que as demais emissoras, e existe um compromisso das agências de publicidade com a emissora carioca, que correm para colocar dinheiro lá em detrimento das demais, as famosas bonificações. Paulo Leal enxerga que a premiação oferecida não é tão atrativa quanto ao BBB 22: "Nos demais programas, não vejo essa atratividade de premiação, que torna o negócio bem diferente".
Outro fator que contribui - e muito -, na leitura de mercado do profissional, é a de que a Globo passou a incluir influenciadores digitais no reality desde 2020 o que ajuda na repercussão nas redes sociais, diferente de No Limite e Power Couple Brasil. Além disso, a emissora consegue com o BBB ser notícia em atrações fora da emissora, como o A Tarde é Sua, de Sônia Abrão, na RedeTV!, "Acaba repercutindo nas redes sociais [o grupo Camarote] e alavancando o programa. É uma estratégia bem-sucedida", aponta ele, que na sequência cita o poder que Sônia Abrão pode ter na construção de uma parte do sucesso da atração.
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"A Sônia é a maior audiência da RedeTV!, está há 40 anos no ar. Ela fala sobre Big Brother, nas redes sociais. O último post dela sobre o BBB tem 1 milhão de curtidas, sem nenhum impulsionamento. Absolutamente orgânico. Acaba reverberando positivamente em audiência para o programa", assegura.
Jonathas Groscove, CEO da Agência Groscove, concorda e vai além. "O faturamento do BBB acaba sendo maior pela credibilidade que a Globo já tem. É um trabalho de anos, de mídia, layout, eles investem muito em audiovisual. O cuidado que eles têm com a entrega, é muito maior que nos outros programas. As pessoas independente de qualquer coisa, entendem a Globo tem mais credibilidade", observa.
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Na sua leitura, o Power Couple e o No Limite possuem um visual legal, mas a estratégia de público não é clara.
"São dois programas que não trabalham forte com planejamento de inserção, tantas plataformas digitais quanto da TV. Tem comercial do Big Brother de manhã, de tarde, e de noite. Durante a programação do Big Brother, pra quem assiste a TV raiz, sabe que nos intermédios da TV eles mostram o que está acontecendo dentro da TV. Mexe com a programação inteira da rede televisiva, passando de forma aleatória e simultânea, no Globoplay, na TV e na internet. Eles não aproveitam os recursos de comunicação."
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Jonathas Groscove, CEO da Agência Groscove
E por que o público não consome No Limite e Power Couple como o BBB?
Amanda Alcântara tem 27 anos e é radiologista. Ela assistiu ao No Limite em 2021, mas desistiu de acompanhar neste ano. "Não me seduziu como na edição passada, que tinha 'famosos'. Essa edição é composta por gente totalmente anônima, o que me faz perder um pouquinho a vontade", comenta.
O Power Couple, recorda que acompanhou todas as edições anteriores com sua mãe quando viviam juntas, mas não deu continuidade. "Acho as provas maçantes demais, hiper demoradas e até apelativas. Dia desses vi uma cena no Twitter onde um dos participantes chega a vomitar e a prova segue! Achei péssimo. Então, meio que perde a credibilidade, sabe?", indigna-se.
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Já o motivo para não ligar a TV em qualquer um dos dois realities, para o escritor André Ramos, de 43 anos, é outro. "Não acho que relações entre pessoas comprometidas têm de ser expostas em rede nacional. É muito invasivo para os casais ter seu relacionamento julgado por pessoas que não se conhecem. Já quanto ao reality de sobrevivência, algo ali já se perdeu e não me chama a atenção ver as pessoas sofrendo com a dinâmica do jogo ainda ter de lidar com estratégias dos outros participantes. A vida já é muito difícil diariamente para sentar e assistir à esse sofrimento. Não consigo achar divertido", diz.
Na opinião de Amanda, por exemplo, o BBB tem dinâmicas interessantes, aliado a uma edição de maior qualidade. "Parece ser menos forçado que os outros realities. E em toda dinâmica ao vivo tem a presença do apresentador que coloca ordem, diferente do Power Couple, por exemplo, que no último jogo da discórdia aconteceram várias brigas, quase chegando a agressão física, e nenhum apresentador ou diretor estava presente para conter", relembra.
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André, que não gosta de sofrimento na TV, também viu o último BBB, e pondera. "Se for analisar friamente, não existem muitas diferenças entre os realities, sempre com pessoas dispostas a qualquer coisa para atingir seus objetivos. O que pode ser diferente pra mim é uma maneira mais lúdica e que lembra brincadeiras de tratar as coisas que rolam durante o programa."
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