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"Fantástico" completa 45 anos e diretor diz que programa "é uma instituição da TV brasileira"

"Fantástico" estreou no dia 5 de agosto de 1973 na Globo

Bruno Bernardes nasceu em 1978 e assumiu a direção do "Fantástico" no ano passado - Foto: Memória Globo
Por Sandro Nascimento

Publicado em 05/08/2018 às 08:05:24

Misturando jornalismo e entretenimento, o "Fantástico" completa neste domingo (05), 45 anos no ar. Líder de audiência, o programa da Globo poucas vezes teve sua posição ameaçada por atrações de outros canais.

O primeiro "Fantástico" exibido teve apresentação de Sérgio Chapelin e direção de João Loredo. Em sua equipe, possuiu nomes como Ronaldo Bôscoli, Chico Anysio, Arnaud Rodrigues, Alice-Maria, Miele, Maurício Sherman e Walter Avancini e Augusto César Vannucci na supervisão geral.

"O ‘Fantástico’ é uma vitrine da Globo. Cumpre uma função estratégica na programação e é isso que torna a missão ainda mais desafiadora. O ‘Fantástico’ é um programa sempre em busca de novidade e com espaço para experimentar, arriscar. Estamos sempre em movimento. Cabe de tudo no formato. Essa é nossa vocação e é assim que o programa se mantém líder de audiência há 45 anos", comenta Bruno Bernardes, atual diretor do "Fantástico", em entrevista exclusiva ao NaTelinha, sobre o principal diferencial do programa entre os outros produtos jornalísticos da emissora.

Dizendo-se "cria da casa", neste ano Bernardes completa 19 anos na equipe do carro-chefe aos domingos da Globo. No final de 2017, assumiu a direção com a saída de Luiz Nascimento, que exerceu o cargo por 25 anos.

"Com a saída do Luizinho, recebi dois grandes desafios: manter o ‘Fantástico’ líder, relevante e substituir um diretor que em 25 anos revolucionou o programa. Luiz Nascimento é um gênio da televisão e fez do jornalismo a base do ‘Fantástico’", elogia.

O sucesso do "Fantástico" na grade da Globo acabou inspirando outras emissoras a também apostarem em jornalísticos no formato revista aos domingos. Como aconteceu com o "Programa Domingo", em 1983, na extinta Rede Manchete , e no "Domingo Espetacular", da Record TV, no ar desde 2004.

Questionado sobre o "Fantástico" possuir concorrente editorial, Bruno Bernardes é político na resposta: "nosso espectador é cada vez mais exigente, não podemos nos acomodar. Mas nesses 45 anos o público se acostumou a ver no ‘Fantástico’ grandes histórias, muito bem contadas por nossos repórteres. O que nos deixa numa boa situação é a credibilidade que o programa tem, a qualidade do que levamos ao ar".

Dentre os projetos que produziu para o programa, o diretor destaca a série "Ser ou Não Ser", sobre filosofia, e "Quem Sou Eu?, abordando os transgêneros.

"Muitos projetos me deixaram orgulhoso, mas um tem lugar especial: em 2005, concebi e editei uma série sobre filosofia chamada 'Ser ou Não Ser', uma ousadia na TV aberta, na época. Tenho orgulho também da série 'Quem Sou Eu?', sobre transgêneros, um tema sugerido por mim e realizado de forma brilhante pela equipe em 2017. Este ano, destaco a série 'Prisão Química', com Drauzio Varella e a luta do Casagrande contra a dependência de cocaína", conta Bruno Bernades.

Para ele, embora muitos quadros produzidos aos longos dos 45 anos do "Fantástico" tenham deixado saudade, todo tiverem seu tempo. "Gostamos de olhar pra frente e trazer novidades", completa.

Diferente de quando entrou no ar pela primeira vez, em 05 de agosto de 1973, hoje o dominical enfrenta a concorrência das redes sociais e novas tecnologias de comunicação para a o público ter acesso a informação.

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"Em coberturas de intensa repercussão, o telespectador procura o ‘Fantástico’ à espera do inédito, do exclusivo e de uma análise mais profunda dos assuntos da semana e nós seguimos em busca disso, trazer sempre algo a mais, avançar. E, claro, sempre que possível surpreender o público", responde o diretor, sobre manter o ineditismo do jornalístico, numa nova realidade de mais facilidade à informação.

Bruno diz que o "Fantástico" é "uma instituição da TV brasileira", e que atração se tornou sinônimo de domingo para milhões de brasileiros. "É esse legado que torna a nossa missão desafiadora e ao mesmo tempo muito sedutora", pontua.

Sobre o futuro, ele diz que "O Show da Vida continuará sendo a revista eletrônica do domingo, o programa com lugar cativo no coração dos brasileiros".

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