Rosane Svartman revela exigência de Camila Pitanga para voltar a Dona de Mim

Rosane Svartman já tem planos para quando o último capítulo de Dona de Mim for ao ar,  dia 9 de janeiro de 2026. "Meu próximo projeto? Meu projeto agora é dormir. Eu preciso esvaziar e, aí começar a ter vida" [risos], disse durante encontro com jornalista, com a participação do NaTelinha, nos Estúdios Globo.

Mesmo com a novela estando em sua reta final, a autora afirma que ainda é cedo para dizer que o seu trabalho acabou. Na verdade, ainda leva um tempo para se desligar totalmente.

"Eu tenho a sensação de que é sempre a primeira vez e nunca é o fim, porque os personagens ficam. A gente ainda está vivendo muito a novela e mesmo quando acaba tem um luto imenso, um vazio, mas eu sinto que esse luto está lá porque ainda não terminou. Porque eu tô pensando, tá na memória. Continua muito vivo, né?".

Rosane Svartman

Autora de sucessos como Totalmente Demais (2015), Bom Sucesso (2019) e Vai na Fé (2023), todas novelas da faixa das 19 noras, com o atual folhetim da Globo, Rosane Svartman teve o desafio de escrever 48 capítulos a mais que o previsto. Há 16 anos que não se via uma produção tão longo nesse horário.

"A última foi Caras e Bocas (2009), do Walcyr Carrasco. A novela das sete mistura muitos gêneros e exige um ritmo acelerado. Então, foi um grande desafio, deu muito medo, mas foi uma escolha pragmática da empresa e eu acabei entendendo essa escolha, apesar do susto inicial", confessou Rosane.

"Eu voltei pra sala de roteiros e fiquei quebrando a cabeça pra saber qual seria essa virada, porque novela é feita de viradas. A primeira coisa que a gente fez [roteiristas] foi pensar em mais duas viradas pra manter a audiência nessa época do ano maravilhosa que é Natal e Réveillon".

Rosane Svartman

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Quando se pensa em reviravolta, no caso de Dona de Mim, com certeza, foi o retorno de Ellen, personagem de Camila Pitanga que todos acreditaram que havia morrido nos primeiro capítulos.

De acordo com Rosane, a atriz fez uma única exigência para voltar à trama. Que tivesse coerência. "É, eu falei assim: 'Olha, a gente tem uma sala de roteiros de pessoas extremamente ansiosas por isso'. Aí, quando ela leu [história], quando ela soube, ela ficou super feliz", recordou a autora.

"Todos os personagens têm muitas camadas, né? Mesmo os vilões podem ter um trauma ou uma coisa assim. Mesmo os que a gente ama, odeia odiar. E os mocinhos também não são perfeitos, aleluia! Então, a Camila volta, também, com várias contradições", antecipou.

Questionada sobre a morte de Abel, e se o personagem interpretado por Tony Ramos também teria chances de "ressuscitar", a escritora descartou completamente essa possibilidade.

"Quando a gente convidou o Tony Ramos pra participar, ele já sabia que era um personagem que ia morrer. Por que ele tinha que morrer? Por que era importante que ele morresse? Porque a gente precisava de um vilão, e o Jaques só realmente cresce como vilão quando ele comete um homicídio".

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Rosane Svartman

De acordo com Rosane, o público queria um vilão. E conforme o Jaques cresceu, a audiência cresceu junto com ele. "Por ser o Tony Ramos, e por ele ser absolutamente genial, demorou mais [morte] do que estava previsto", ressaltou.

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"Eu nunca pensei em matar a Rosa", Rosane Svartman

Rosa, papel de Suely Franco em Dona de Mim, se tornou um dos grandes destaques da novela das sete da Globo. É através da personagem que Rosane Svartman discute a questão do Alzheimer.

"Eu nunca pensei em matar a Rosa! Ela é uma das personagens que fala de saúde mental, sempre foi objetivo tratar desse tema através dela. Então, ela nunca ia morrer", pontuou a autora.

"A Suely [Franco] é uma grande atriz! Abraçou a personagem de uma forma muito emocionante. Quando ela entra no set, na pele da personagem, eu choro. Eu acredito na responsabilidade imensa que é escrever uma novela. Então, eu adoro essa personagem".

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Rosane Svartman

Rosane diz que se identifica com as novelas das sete por causa dessa variedade de temas. Em Dona de Mim, por exemplo, a trama discutiu perda gestacional, estupro e violência urbana, entre outros assuntos,

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Uma das cenas mais impactantes no folhetim foi a operação da polícia dentro da comunidade. E como novela é um retrato da vida real, a sequência coincidiu com ação em uma das regiões dominadas pelo tráfico, no Rio de Janeiro.

"Eu sempre acho que o audiovisual entende o que está latente na sociedade. Não à toa, a segurança pública é uma das maiores preocupações do brasileiro. A operação é um ingrediente de um arco maior. Na novela, a gente mostra um ponto de vista, uma reflexão, traz outro tipo de pensamento. Não termina na tela, o poder está com o telespectador".

Rosane Svartman

Ainda, de acordo com Rosane, a sequência foi escrita com muita antecedência. Então, a torcida da autora era para que a cena não fosse ao ar no mesmo dia da operação na cidade, e no final deu tudo certo.

"Eu pensei: 'Tomara que entre quando as pessoas já puderem refletir sobre o tema'. Eu posso citar várias outras coincidências que, na minha visão, não são coincidências. A Glória Perez fala em como uma novela acontece quando esses temas tocam no que a sociedade quer discutir, mas nem sabe ainda".

Rosane Svartman

Inicialmente, Dona de Mim era para ser uma novela das nove. Rosane Svartman, então, encerra a conversa revelando se ela gostaria de escrever para o horário nobre da Globo.

"Eu gosto muito de novela das sete, fico à vontade! Novela das nove tem outro tipo de pressão, de mergulho, de profundidade... É um desafio, sim, que eu posso fazer. Não é um desejo meu, especifico. Não é uma ambição! Eu não encaro como: 'Ah, agora é um novo degrau!'', concluiu.