Bruno Fagundes confessa que pensou em desistir da carreira e nega privilégios por causa do pai

Bruno Fagundes está de volta à tela da Globo no papel de Bernardo, terapeuta de Cida (Juliana Alves), em Volta por Cima. Em conversa com a imprensa nos Estúdios Globo, com a presença do NaTelinha, o ator confessou que o papel na novela de Claudia Souto é seu presente de final de ano antecipado.

"Foi um super presente! Já é minha segunda parceria com a Claudia Souto, a primeira foi Cara e Coragem (2022). É uma autora que eu admiro muito, um ser humano maravilhoso que eu não canso de elogiar. Eu ficava namorando a novela de longe e fazer parte disso é o presente de Natal que eu queria".

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Bruno Fagundes

Já sobre o personagem, Bruno confessa ter buscado inspiração com seu terapeuta. "Meu terapeuta não sabe, mas observo ele muito enquanto a gente conversa. [risos]. A ferramenta principal do ator é a observação", pontuou.

Na trama, Cida teve uma crise de pânico ao volante, e que a deixou paralisada, quando soube que seu ônibus havia sido sabotado. O incidente despertou gatilhos na motorista que vai procurar ajuda profissional.

Assim como a personagem da atriz na novela das sete, Bruno Fagundes também já teve questões que tiveram que ser tratadas com a ajuda de um profissional. O ator destaca a rejeição no mercado de trabalho. "São oito anos de análise quase que ininterruptamente", contou.

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"O ator ouve muito 'não'. Na nossa vida, a exceção é o 'sim'. Lidar com tudo isso é um desafio. Faz parte da profissão que é muito instável. Ainda é um assunto que vem muito na minha terapia. Entender que os altos e baixos da profissão não tem a ver com você, mas com o mercado, a indústria, não é pessoal".

Bruno Fagundes

Bruno conta que nunca foi diagnosticado com depressão ou ansiedade, mas não nega ter tido alguns momentos melancólicos na vida. "Todo mundo tem o direito de se sentir mal ou não se sentir pleno e feliz o tempo inteiro", disse.

Questionado se pensou em desistir da carreira de ator, ele confessa que sim: "É uma profissão ingrata!. Muitas vezes, eu me perguntei se era o que eu queria fazer, se estava no caminho certo, se errei em alguma escolha do passado, mas aí vem algo e me faz ter a certeza de que esse é o meu caminho", admitiu.

"Eu sou muito espiritualizado, acredito que minha profissão tem um caráter de missão. Ser um contador de história, trazer assuntos importantes para o público através de uma novela, estar no lugar certo falando a coisa certa. Eu acho que sempre tem uma forma bonita de colocar a gente no caminho onde devemos estar", sinalizou.

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Ator recusa rótulo de "nepo baby" e defende Fernanda Torres

Como muitos filhos de pais famosos, com Bruno Fagundes a pressão e a cobrança não são diferente. Filho de Antonio Fagundes, um ícone da televisão e da dramaturgia brasileira, ator recusa rótulo de "nepo baby", recentemente criticado por Fernanda Torres, filha de Fernanda Montenegro.

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"A partir da fala da Fernanda Torres eu passei a olhar pra isso de outra forma. Como pode alguém olhar para a carreira dela, com tantos papéis icônicos, e chamá-la de 'nepo baby'? Claro que eu não estou me comparando com ela, mas tem um pouco esse ressentimento e as coisas se misturam".

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Bruno Fagundes

"É ter consciência de onde você nasceu, da sua condição privilegiada, mas é importante a gente olhar para o que se faz a partir disso. A Fernanda Torres nunca baixou a cabeça pra isso, foi atrás dos objetivos dela, é uma atriz de talento imensurável. Vide o que está acontecendo agora [Oscar]. Eu sinto orgulho!", acrescentou.

"Eu tenho plena confiança do meu lugar de privilégio, mas o que eu fiz a partir disso é trabalho. Ser filho do meu pai não foi determinante no meu acerto e nem no meu erro. Quando a cortina abre [teatro] não importa quem é filho de quem, quem é a mãe de quem. Você tem que segurar ali aquele público durante o tempo que for necessário e é isso que determina se alguém está no mercado ou não".

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Bruno Fagundes

Aos 35 anos, Bruno Fagundes está em sua terceira novela na TV Globo, casa onde Antonio Fagundes, 75, trabalha há pelo menos 50 anos. "Essa conta nem fecha", brinca o ator se referindo a uma possível ajuda do pai na emissora.

"Como você ensina para um ator ser mais verdadeiro, fazer o público se emocionar? Tem carisma, tem inteligência emocional, tem o quanto você olha pra si... Eu tive o privilégio de ver o trabalho do meu pai como poucas pessoas viram porque eu estava ali, mas ao invés de entenderem que eu estou em um lugar de continuação desse legado, tem ressentimento. Preferem decidir que eu sou um nepo baby", concluiu.