Primeira versão

Interminável, Renascer também foi criticada por marasmo e longa duração em 1993

Esposa do autor chegou a sugerir morte de José Inocêncio e "terceira fase" após ameaça da Globo de esticar a novela para mais de 250 capítulos

João Pedro (Marcos Palmeira) e Mariana (Adriana Esteves) na primeira versão de Renascer, que foi exibida entre março e novembro de 1993 - Foto: Divulgação/Globo
Por Walter Felix

Publicado em 09/07/2024 às 05:00:00

No ar desde janeiro, Renascer vai até setembro na faixa das 21h da Globo. A longa duração da novela, que deve terminar com 197 capítulos na nova versão, também foi criticada em 1993, quando a história original foi ao ar. Na época, a imprensa repercutiu o marasmo da trama.

Reportagem do jornal O Globo em agosto de 1993 anunciava que Renascer, prevista inicialmente para ter 167 capítulos, havia sido esticada para 209 por conta da boa audiência. Por fim, a novela que estreou em março daquele ano só sairia de cena em novembro, com 213.

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O texto apontou que a qualidade da novela estava em jogo. Afinal, a “barriga”, aquele período em que nada acontece, seria inevitável. O autor Benedito Ruy Barbosa criticou a decisão da emissora: “Sempre fui contra esticar novelas. Desacredita o gênero, o público não é burro”.

Ele contou ter “batido o pé” contra a ideia da Globo de deixar a novela no ar até janeiro de 1994. Neste caso, passaria dos 250 capítulos, e a sugestão da esposa do autor, Marilene Barbosa, seria iniciar uma terceira fase na trama, após a morte de José Inocêncio, vivido ali por Antonio Fagundes.

A matéria explicou ainda que uma longa novela significava economia de custos para a Globo, premissa que vale até hoje. Quanto mais capítulos, maior é o lucro, com divisão do orçamento, sem gastos com novas produções e tendência a aumentar a audiência já conquistada.

Benedito Ruy Barbosa aderiu aos colaboradores após Renascer

Benedito, que na época se disse exausto, tinha o costume de escrever sozinho, mas abriu um precedente após Renascer, segundo a Folha de S.Paulo. Nos trabalhos seguintes, as filhas dele, Edmara e Edilene, que antes eram apenas revisoras, assumiram o posto de colaboradoras.

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Em outubro, a jornalista Maria Helena Dutra, do jornal O Dia, criticou: “Renascer já virou ‘remorrer’ mil vezes e não acaba nunca. Parece aquelas estradas intermináveis que tem uma curva chata a mais e continua sempre. Sem mais qualquer história ou fiapo de coerência”.

Os comentários, contudo, foram pontuais. No geral, houve uma aclamação de público e crítica ao texto de Benedito e à direção de Luiz Fernando Carvalho, apesar do espichamento. Tanto que Renascer ganhou os principais prêmios de novela daquele ano.

O remake, atualmente no ar na Globo, é assinado pelo neto do autor, Bruno Luperi, com direção artística de Gustavo Fernandez. A novela termina em 6 de setembro e será substituída por Mania de Você, de João Emanuel Carneiro e dirigida por Carlos Araújo.

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