Às 19h

Cheias de Charme? Empreguetes dos anos 70 fracassaram em novelas da Globo

Tramas com empregadas domésticas como protagonistas não tiveram o mesmo sucesso

As irmãs Rosário (Ana Maria Braga), Cotinha (Ilva Niño), Graça (Isabel Ribeiro) e Dorzinha (Arlete Salles) trabalhavam como empregadas domésticas na novela Sem Lenço, Sem Documento, de 1977 - Foto: Divulgação/Globo
Por Walter Felix

Publicado em 03/06/2024 às 13:17:00

Enquanto Cheias de Charme fez o maior sucesso em sua exibição original, em 2012, outras novelas protagonizadas por “empreguetes” não tiveram o mesmo êxito na Globo. Nos anos 1970, duas tramas, também na faixa das 19h, apostaram em dramas de empregadas domésticas, mas fracassaram 40 anos antes de a história de Penha (Taís Araujo), Rosário (Leandra Leal) e Cida (Isabelle Drummond) ser levada ao ar.

Em Supermanoela (1974), de Walther Negrão, a protagonista Manoela (Marília Pêra) trabalha na casa de uma rica família, que é abalada por uma crise financeira após a morte do patriarca. Ela então se dispõe a trabalhar de graça para a patroa e sugere que os quartos da mansão sejam alugados para jovens estudantes.

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Marília Pêra era a protagonista de Supermanoela, novela exibida em 1974 - Foto: Divulgação/Globo

É dessa interação que nascem as tramas da novela, pouco lembrada hoje. A própria premissa da novela – em que uma empregada doméstica trabalha de graça na casa dos patrões – já contrasta totalmente com a de Cheias de Charme, que abordou os direitos trabalhistas da categoria.

Três anos mais tarde, a Globo exibiu Sem Lenço, Sem Documento (1977), que marcava o retorno de Mário Prata às sete da noite após o sucesso de seu trabalho anterior, Estúpido Cupido (1976). A atração da vez, contudo, voltada para a história de quatro irmãs que trabalham como empregadas, não teve a mesma repercussão.

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Uma delas, Rosário (Ana Maria Braga, irmã de Sônia Braga, não a apresentadora de TV), tinha o mesmo nome da personagem de Leandra Leal na novela das Empreguetes. A jovem deixa Olinda e chega ao Rio de Janeiro, onde já vivem Cotinha (Ilva Niño), Graça (Isabel Ribeiro) e Dorzinha (Arlete Salles).

A trama tinha entrechos românticos e também explorou problemas típicos da profissão, mas não agradou a crítica nem o público. Tanto que, anos mais tarde, Ney Latorraca, que deu vida a um dos personagens principais, definiria a novela em entrevista com “sem lenço, sem documento e sem Ibope”.


Cheias de Charme está sendo reprisada na faixa Edição Especial, nas tardes da Globo, logo após o Jornal Hoje. Exibida originalmente em 2012, às 19h, a novela foi escrita por Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, com direção de Denise Saraceni e Carlos Araujo.

Assista à abertura de Cheias de Charme:

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