Publicado em 26/06/2023 às 14:35:00,
atualizado em 26/06/2023 às 14:49:39
O Viva vai exibir na íntegra uma sequência bastante polêmica de O Sexo dos Anjos, exibida na reta final da novela, atualmente em cartaz no canal pago. A cena, que foi ao ar originalmente na Globo em 17 de fevereiro de 1990, mostra um dos personagens centrais da história vestido como membro da Ku Klux Klan em uma festa à fantasia.
O NaTelinha entrou em contato com a assessoria do Viva para saber se a sequência de O Sexo dos Anjos iria ou não ao ar. A equipe informou à reportagem que “não haverá edição” na novela escrita por Ivani Ribeiro (1922-1995).
Todo o entrecho tem uma importância para o desenvolvimento do enredo. Na trama, Rogê (Otávio Müller) é dado como desaparecido e só retorna à história nos últimos capítulos, no baile à fantasia promovido por Diana (Bia Seidl), o anjo da morte, que se prepara para abandonar a Terra.
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O vestuário bizarro usado por Rogê, que vai à festa fantasiado de membro da KKK, intriga o detetive Aranha (Tonico Pereira). O investigador desmascara o “folião” à força, tirando seu capuz, e põe fim ao mistério. O intruso escapa novamente, mas passa a perseguir Isabela (Isabela Garcia), por quem é apaixonado.
A Ku Klux Klan é uma organização terrorista e supremacista branca que surgiu nos EUA, na segunda metade do século XIX. Com capuzes brancos, os membros perseguiam e matavam principalmente negros e judeus. Ainda hoje, há criminosos vinculados à KKK em vários países.
No início de junho, o NaTelinha informou que o Viva criou um grupo especializado para analisar criteriosamente as novelas e séries que exibe em sua programação. O objetivo seria eliminar tudo o que não fosse politicamente correto. Erick Bretas, diretor de produtos digitais e canais pagos do Grupo Globo, negou a informação nas redes sociais.
Em maio, o canal pago anunciou que algumas cenas de Malhação 1998 seriam cortadas ao longo daquela semana. A notícia causou polêmica dividiu opiniões entre os internautas. “Um caso de black face. Em 1998 isso poderia ser tolerado. A sociedade evoluiu e hoje cenas assim são consideradas ofensivas”, justificou Bretas na ocasião.
A medida vem sendo chamada internamente de “edição reparatória” e busca não exibir trechos ofensivos das obras, como racismo e homofobia. No ar desde 2010, o Viva costuma exibir as atrações originais da Globo na íntegra. Tanto o canal quanto o Globoplay já apontam, antes de cada capítulo: “Esta obra reproduz comportamentos e costumes da época em que foi realizada”.
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