Personagem complexa

Caio ou Daniel? Debora Ozório conta de que lado Petra está em Terra e Paixão

Personagem da atriz é dependente de medicamentos e alvo de golpista sedutor

Debora Ozório interpreta Petra em Terra e Paixão - Divulgação/TV Globo
Por Taty Bruzzi

Publicado em 01/05/2023 às 08:00:00,
atualizado em 01/05/2023 às 10:15:26

Quem acompanhou o trabalho mais recente de Debora Ozório na TV vai levar um susto quando Petra despontar na telinha da Globo, no próximo dia 8. Depois de interpretar Olívia em Além da Ilusão, uma operária que lutava por direitos trabalhistas, a atriz dá vida a uma engenheira agrônoma, rica e dependente de medicamentos, em Terra e Paixão.

"Remédio para focar, para dormir... De repente, ela começa a misturar com medicamentos para emagrecer, para viver... Aí, você faz um coquetel e toda essa mistura vai mexendo com o seu mecanismo, seu organismo", confessou à imprensa durante o lançamento do folhetim escrito por Walcyr Carrasco.

Para Debora, esse tema é de extrema importância. Isso porque quando se pensa em dependência química o que logo vem à cabeça são drogas ilícitas, banalizando o uso descontrolado de substâncias legais.

"Além de ser pouco falado, o tema surge logo após uma pandemia, quando aumentou o número de casos. Faz parte da nossa realidade, do nosso dia a dia. Muitos jovens fazem isso", dispara.

"Eu estou muito feliz de poder fazer parte deste time que está tomando um super cuidado para tratar sobre um assunto tão delicado e importante", comemora a atriz de 26 anos.

Para a preparação da personagem, Debora Ozório conta ter conversado com médicos e especialistas como psiquiatras e psicólogos, além de ouvir pessoas que realmente passaram por esse problema.

"Foi uma pesquisa bem completa, intensa. A gente tentou se informar de todas as áreas. Também temos uma personagem que é psiquiatra e passa essas receitas erroneamente", adianta.

"Então, é tudo muito bem justificado, para que a gente consiga passar, de fato, o mais próximo dessa realidade que precisa ser falada, não naturalizada e nem banalizada", acrescenta.

Na trama, Petra é a filha caçula de Irene (Gloria Pires) e Antônio de La Serra (Tony Ramos). Debora já avisa que a relação com o pai não será das melhores, mas ela garante que há amor apesar dos conflitos entre eles dois.

"É uma relação conturbada, mas a única possível dentro da realidade daquela estrutura familiar. Apesar de durão, de todos os filhos, ele é mais carinhoso com a Petra", observa a atriz.

A mãe, por sua vez, acaba sendo um pouco relapsa, embora presente. "A Irene tem carinho com a filha, tem muito diálogo, ainda assim não estende muito o braço da maneira que precisa. Não olha como deve. É uma relação tratada friamente e isso acaba trazendo mais consequências ainda", adianta, Débora.

"Petra se torna uma pessoa completamente inconsequênte por causa dessa estrutura familiar. Grande parte dessa fuga, de querer fugir de viver, de ficar acordada, de estar ali é por conta de muitos confiltos que existem", complementa.

Além da jovem, o casal teve ainda Daniel, personagem vivido pelo ator Johnny Massaro. Caio (Cauã Reymond), o mais velho dos três irmãos, é filho apenas do patriarca da família, fruto do seu primeiro casamento.

A relação com o rapaz é ainda mais ríspida. Antônio culpa o herdeiro pela perda da esposa que morreu no parto. Já Irene nunca teve afeto pelo enteado. Seus esforços são voltados para o filho legítimo, para que ele assuma os negócios no lugar do meio-irmão.

Apesar dessa disputa involuntária pelo poder, Débora garante que os três se dão muito bem. "Ela tem uma proximidade maior com o Daniel, que é o preferido de todo mundo, mas tem relação de irmão com os dois", avalia.

Com o Caio, é uma relação um pouco mais fria, mais distante. No entanto, tem aquela implicância de irmão, tem amor, tem cuidado, o que é comum entre irmãos", explica.

Questionada pelo NaTelinha sobre qual lado Petra irá tomar nessa disputa entre os dois, a atriz adianta que isso ainda não ficou muito claro, mas sabe que tudo pode acontecer em se tratando de um texto do Walcyr Carrasco.

"Ela pode ir tanto para um lado quanto para outro ou, de repente, ela pode querer o lado dela. [risos]. Tem chances de a personagem querer lutar pelo dela e... cada um por si", brinca enquanto sorri.

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Comparando a Olívia de Além da Ilusão com a Petra de Terra e Paixão, as personagens de Debora Ozório podem viver em épocas e ambientes diferentes, mas isso não às impedem de idealizar o companheiro perfeito.

Enquanto a operária da década de 1940 se apaixonou pelo padre Tenório (Jayme Matarazzo), com quem acabou se casando, a patricinha da nova novela das nove da TV Globo vai conhecer Luigi (Rainer Cadete) através de um aplicativo de relacionamentos.

A trama do italiano é baseada no protagonista de O Golpista do Tinder, documentário lançado pela Netlix em 2022, que conta a história de um sedutor que se aproveita da ingenuidade de mulheres ricas e carentes.

"O Luigi chega encantando, mostrando que ela é uma pessoa especial, legal, bonita, atraente, enfim... E aí, ela acredita. Não precisa muito! Qualquer cuidado que lhe ofereçam ela quer, porque ela não tem isso dentro de casa. Ele vem em forma de príncipe e vira um sapo, muito provavelmente [risos]", alega.

Debora conclui a conversa falando sobre o desafio de sair de um folhetim de época direto para um que aborda o universo rural. "Eu não consigo escolher um desafio que seja maior", sinaliza.

"Tudo do mundo rural foi muito novo pra mim. Em uma novela de época, a gente acaba tendo mais acesso à informação porque estuda História na escola, sabe como foram as coisas. O rural é universo que se destaca mais por ser mais específico", finaliza.





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