Publicado em 17/02/2019 às 11:51:18
Gisela Ferreira Lima Mendes é a personagem da atriz Débora Nascimento na novela das sete, “Verão 90”, de Izabel de Oliveira e Paula Amaral. Rica, bonita e elegante, a mulher demonstra ter baixa autoestima e faz de tudo para chamar atenção da família e do seu ex-marido, Herculano Mendes (Humberto Martins).
Com dramas internos, como carência e rejeição, é nítido que Gisela enfrenta problemas com o álcool. Todas as vezes que a personagem fica nervosa ou passa por uma situação que ela considere traumática, ela resolve beber uísque.
Até os anos de 1980, bebida alcoólica era mais propensa aos homens. De 1990 pra cá, essa história mudou, apesar do sexo masculino continuar bebendo mais do que pessoas do gênero feminino. Pesquisas realizadas em universidades americanas apontam que elas podem até superar os homens.
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Contudo, as mulheres estão sofrendo cada vez mais com os efeitos do álcool. Houve um crescimento de quase 60% na taxa de mortalidade por cirrose entre mulheres de 45 a 64 anos no país norte americano contra 21% dos homens da mesma faixa etária, segundo texto publicado pela BBC Brasil em agosto do ano passado.
As mulheres adultas também estão indo mais aos hospitais por culpa de overdose de álcool. Porém, engana-se quem pensa que elas estão apenas bebendo mais. O corpo feminino é afetado de outra forma por bebida alcoólica.
"Essa vulnerabilidade é a razão pela qual vemos aumentar os problemas de saúde e distúrbios relacionados ao álcool entre as mulheres em comparação com os homens", diz Dawn Sugarman, professora da Escola de Medicina de Harvard e psicóloga do Hospital McLean, nos Estados Unidos para BBC Brasil.
O álcool, usado em excesso, é responsável por acarretar outras doenças. O gênero feminino desenvolve esses problemas de saúde com maior velocidade que os homens, como enfermidade cardíaca.
“Verão 90” mostra a personagem Gisela em várias ocasiões bebendo após ter algum problema emocional, como foi dito acima no texto. A pesquisa também explica que as mulheres, na maioria das vezes, bebem em excesso por questões emocionais, enquanto os homens se tornam alcoólatras, em boa parte, por pressões sociais.
O corpo e a mente humana são complexas e estudos dão indicativos que homens e mulheres agem de formas diferentes. Por conta disso, é comum que a dramaturgia busque referências para criar personagens e levantar debates de temas que ocorrem no cotidiano das pessoas.
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