Ex-assistente de Silvio Santos quebrou barreiras em Hollywood: "Tive que aprender na marra"

Aryè Campos teve experiências desde muito cedo com as câmeras. Nos anos 90, chegou a ser assistente de palco de Silvio Santos (1930-2024), no Hot Hot Hot (1994), a quem chama de "tiozão legal". Ela seguiu carreira artística e foi parar em Hollywood.

Ainda muito criança quando dividia o palco com o Homem do Baú, suas maiores lembranças são as atitudes de Silvio. "Ele sempre foi uma pessoa importante, famosa, ocupada, mas quando eu estava com ele, era como se ele fosse minha família, sempre me senti ao seu nível. Era como se ele fosse aquele tiozão legal, sabe? Então esse respeito que ele sempre teve não só por mim, mas por todos que trabalhavam com ele, pra mim isso e uma coisa que eu nunca esqueço e vou sempre levar comigo", conta em entrevista ao NaTelinha.

+ Gizelly Bicalho dispara contra Rafa Kalimann: "Leviana"

+ Ex de Cauã Reymond, Mariana Goldfarb desabafa e expõe que foi vítima de relacionamento abusivo

VEJA TAMBÉM

• Polêmica

  Telejornal da Globo diz que nazismo não é de extrema-direita; trecho é cortado no Globoplay
• Exclusivo

  Só com ESPN, Disney cobra caro para operadoras e gera reclamações e medo de apagão
• Entrevista exclusiva

  Cauê Campos, o Basílio de Garota do Momento: "Pela 1ª vez estou sendo visto como adulto"
• Acidente

  Roberto Carlos inventou o próprio especial na Globo

Agora atriz, Aryè saiu do Brasil muito jovem e quebrou uma série de barreiras. "Começando sim pelo idioma, pois quando vim para os EUA, eu sabia um inglês bem básico. Então, os primeiros anos foram focados em aprender o idioma até eu ficar fluente e eventualmente nativa e perder o sotaque", explica.

Depois, uma pergunta que muitos devem se fazer: como começar? como contratar um agente? quais cursos fazer? "Tudo isso eu tive que aprender na marra. Perguntava para as pessoas, pesquisava e metia a cara onde não devia até descobrir o caminho certo", diz.

Ex-assistente de Silvio Santos narra passos nos EUA

Hoje com um grupo de mentoria intitulado BAILA, ela ajuda algumas atrizes brasileiras em Los Angeles para não passar os mesmos perrengues, já que o mercado é bastante diferente do brasileiro. "Aqui, ter um agente ou manager bom faz uma grande diferença, mas ao mesmo tempo tem oportunidades que você pode correr atrás mesmo sem agente", compara.

De acordo com ela, Hollywood ainda tem um problema: o americano pensa que latino é uma coisa só, com pele morena e cabelos escuros. "Às vezes a pessoa fica presa numa caixinha. E ainda mais se a pessoa tem sotaque, daí realmente é mais difícil de sair do estereótipo do latino", lamenta.

"Eu por ser branca, loira de olhos azuis com inglês de americano, raramente tenho oportunidade de fazer papel de latino. Ou seja, é fechado dos dois lados. Mais isso está mudando cada vez mais, e creio que daqui alguns anos vai ser diferente e terão mais oportunidades de mostrar que ser latino não e uma coisa só."

continua depois da publicidade

Aryè Campos sobre mercado nos Estados Unidos

As participações em Hollywood

Recentemente, ela esteve no filme brasileiro Dois é Demais em Orlando e na série Rio Connection, do Globoplay, e agora surge na sétima temporada de S.W.A.T. em um dos episódios como a presidiária Diana Madden. "O processo foi simples e como a maioria dos testes daqui", relembra.

"Já tinha feito vários testes para esse show e nunca peguei. Mas sei que a diretora de casting gostava do meu trabalho então era só o papel certo aparecer. Em janeiro veio um self tape teste como sempre vem, eu fiz e mandei pelos meus agentes. E depois de uma semana recebi a chamada que eu peguei o papel e começava a gravar em dois dias."

continua depois da publicidade

Agora na Terra do Tio Sam, Aryè Campos não descarta novelas e afirma ter curiosidade. "Sempre falo que qualquer coisa que Jayme Monjardim me chamar eu farei, e vários outros diretores que eu admiro muito. No final das contas, é o papel e o projeto."

Questionada sobre o filme de Silvio Santos que estreou recentemente com Rodrigo Faro como protagonista, afirmou ter gostado. "Não sabia dessa história [sequestro] pois estava nos EUA quando aconteceu. Então, pra mim foi a primeira vez que fiquei sabendo e fiquei chocada", surpreende-se.

"É muito difícil interpretar um ícone de televisão que todos nos conhecemos como se fosse da nossa família. Então sempre vão ter pessoas que irão criticar pois não é o original. Acho que faz um pouco parte do trabalho pois não podemos agradar todo mundo infelizmente, ainda mais quando falamos de uma pessoa que marcou tanto a vida de todos nós", defende.