Publicado em 06/10/2024 às 22:25:00,
atualizado em 06/10/2024 às 22:46:26
Irmão caçula de Madonna, Christopher Ciccone, de 63 anos, morreu na última sexta-feira (4), em Michigan, nos Estados Unidos, após travar uma luta contra um câncer agressivo. A notícia só veio a público neste domingo (6), por meio da porta-voz do artista.
Dançarino de formação, Ciccone chegou a trabalhar com a irmã famosa na década de 1980, durante o videoclipe de Lucky Star. Durante duas décadas, ele coreografou e dirigiu os projetos da intérprete e também atuou como designer de interiores de suas casas em Nova York, Miami e Los Angeles.
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Em uma longa publicação em seu perfil no Instagram, Madonna se despediu do irmão e destacou a sua importância, mas também fez questão de mencionar a delicada relação que eles tiveram ao longo dos últimos anos.
"O meu irmão Christopher morreu. Ele era o ser humano mais próximo a mim por tanto tempo. É difícil explicar nossa ligação, mas cresceu a partir de um entendimento que éramos diferentes e a sociedade ia dificultar para nós por não seguirmos o status quo. Pegamos a mão um do outro e dançamos através da loucura da nossa infância. Na verdade a dança era uma espécie de supercola que nos mantinha unidos. Descobrir a dança em nossa pequena cidade me salvou e então meu irmão apareceu, e isso o salvou também", comentou a cantora.
"Meu professor de balé, também chamado Christopher, criou um espaço seguro para meu irmão ser gay, uma palavra que não foi dita e nem sussurrada onde morávamos. Quando finalmente tive coragem de ir para Nova York para me tornar dançarina, meu irmão me seguiu. E, novamente, nos demos as mãos e dançamos na loucura da cidade de Nova York!", citou a Rainha do Pop.
"Devoramos arte, música e cinema como animais famintos que estavam no epicentro da explosão de todas essas coisas. Dançamos em meio à loucura da epidemia de AIDS. Fomos a funerais, choramos e fomos dançar. Dançamos juntos no palco no início da minha carreira e, eventualmente, ele se tornou meu diretor criativo em muitas turnês. Quando se tratava de bom gosto, meu irmão era o Papa, e era preciso beijar seu anel para receber sua bênção. Desafiamos a igreja católica, a polícia, [o partido político de direita] Moral Majority e todas as figuras de autoridade que atrapalharam a liberdade artística!", declarou Madonna.
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No texto, Madonna não deixou de fazer menção ao atrito que teve com Christopher Ciccone e detalhou como foram os seus últimos meses de vida. "Meu irmão estava bem ao meu lado. Ele foi um pintor, um poeta e um visionário. Eu o admirava. Ele tinha um gosto impecável e uma língua afiada, que ele às vezes usava contra mim, mas eu sempre o perdoava", admitiu.
"Subimos as alturas mais altas juntos e tropeçamos nos lugares mais baixos. De alguma forma, sempre nos reencontramos, nos demos as mãos e continuamos dançando. Os últimos anos não foram fáceis. Não conversamos por algum tempo, mas quando meu irmão ficou doente, encontramos o caminho de volta um para o outro", disse.
"Fiz o meu melhor para mantê-lo vivo pelo maior tempo possível. Ele estava com muita dor no final e, mais uma vez, demos as mãos. Fechamos os olhos e dançamos. Juntos. Estou feliz que ele não esteja mais sofrendo. Nunca haverá ninguém como ele. Eu sei que ele está dançando em algum lugar", finalizou Madonna.
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