Publicado em 17/09/2024 às 17:39:00
O documentário Pra Sempre Paquitas, original Globoplay, que aborda em cinco episódios a trajetória, a vida e a carreira das famosas ex-assistentes de palco de Xuxa Meneghel, tem dado o que falar nas redes sociais desde que foi disponibilizado na plataforma de streaming na última segunda-feira (16).
Stephanie Lourenço, que trabalhou com a eterna Rainha dos Baixinhos dos 11 aos 14 anos, entre 1999 e 2002, revelou em seu depoimento que sofreu homofobia nos bastidores da Globo e disse que deixou a função por não aceitar mais as exigências feitas pela diretora Marlene Mattos.
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"Chegou uma fase da minha vida ali, que eu já não me identificava com aquela feminilidade, com aquelas danças. Eu comecei a perceber que eu gostava de meninas e também comecei a perceber que eu não me sentia tão à vontade naquele lugar, apesar de eu amar aquele lugar", contou.
"E eu, já me descobrindo como parte da comunidade LGBT, não era o que se esperava de uma paquita. Eu sofri um tanto de homofobia ali naquela fase que foi difícil, mas eu era muito corajosa", declarou Stephanie, que hoje tem 36 anos e trabalha como atriz.
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Em seu depoimento ao Pra Sempre Paquitas, Stephanie Lourenço revelou que chegou a ser chamada de "sapatão" por uma pessoa, sobre quem ela preferiu não expor o nome. "Para as pessoas que eu podia falar, eu falava [que gostava de meninas]. Eu gostava de falar. As meninas achavam curioso. Eu contava algumas fofocas para ela, elas ficaram curiosas e me apoiavam. A pressão era dos adultos em volta", afirmou.
"Alguém me chamou de sapatão ali no ambiente do camarim. E tinha um produtor que disse: 'Você nunca mais repita isso aqui'. E era uma pessoa que foi abusiva moralmente comigo durante todo o meu percurso, que me chamava atenção e falava: 'Você tem que se vestir igual às meninas'. 'Você está muito desleixada'. Era coisa que chegava em mim, tipo: 'Ah, as meninas precisam tomar cuidado com a Stephanie, porque ela gosta de meninas'. E aí, o medo de ser julgada, de perder minhas amigas", desabafou a ex-paquita.
"Eu estava pronta para falar que eu não era, ali naquele momento, mas, por algum motivo, eu não falei, e acabei ficando 20 anos dentro do armário, depois de tudo isso. E eu vi que eu me reprimi de uma forma muito violente por muitos anos. Era uma metade de mim que eu esqueci. Só que quando eu reencontrei também, veio muito forte. Me senti uma potência muito grande e tenho muito orgulho de dizer hoje que eu sou uma mulher bissexual. Eu sinto que agora eu sou eu", declarou Stephanie.
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