Publicado em 28/07/2019 às 15:00:00
Nessa semana, Marina Ruy Barbosa criou polêmica ao surgir com o cabelo platinado. Muitos duvidaram que ela de fato teria usado tinta. Fizeram bem: era peruca.
As não-mudanças de Marina sempre geram polêmica. E pelo o que foi divulgado nas mídias essa semana, isso acontece desde pequena.
Em Belíssima (2005), Marina não quis encurtar os fios. Em Amor à Vida (2013), não quis raspar. Em "Amorteamo", usou uma peruca longa e preta. Já para dar vida a Luz, de "O Sétimo Guardião" pintou os fios de ruivo. Oi?
Seus cabelos sempre foram queridinhos da Globo e não é pra menos: os ruivos fazem parte de uma parcela da população muito rara. Isso explica o apego da atriz nos fios avermelhados, claro. Mas ela precisa desapegar.
Sempre que algo acontece e que remete a esse apego dos fios. A utilização de uma peruca loira, na última semana, não foi diferente. É verdade que um talento não deve ser medido através da radicalização do visual para uma personagem; Marina desde cedo se mostra dedicada à atuação e isso é inegável. Mas continuar com o mesmo tom de cabelo é algo que incomoda.
E não incomoda porque o tom é raro (os ruivos fazem parte de apenas 2% da população mundial). Incomoda sim, porque sempre vemos inúmeras atrizes cortando, pintando, colocando aplique, tirando franja, colocando franja... Vemos atrizes se entregando ao papel de maneira total, alterando o visual para alterarem a identidade: a partir do momento que estão em uma novela, se transformam em outra pessoa - e aprendem muito com isso, aliás.
A esposa de Alexandre Negrão, apesar do talento inegável, não permite que um outro eu faça parte de si, ao não permitir mudar o visual da maneira como se deve. E quem acaba perdendo com isso, é seu personagem e, automaticamente, a própria trama e os telespectadores.
Será que Sabina (Belíssima) não seria uma criança mais livre e não passaria um ar mais divertido se tivesse os cabelos curtos? Será que Nicole (Amor à Vida) não lhe apresentaria um desempenho melhor se estivesse careca e não morta? E Malvina (Amorteamo)? Não seria uma noiva-cadáver mais real se seus longos cabelos negros fossem os da atriz? A jovem Eliza (Totalmente Demais) não passaria outra perspectiva se tivesse o cabelo em um tom castanho, por exemplo? Luz (O Sétimo Guardião) não nos apresentaria uma protagonista diferente caso tivesse outra cor nos fios?
Essas são as perguntas que o público faz, e com razão. Ao ingressar na carreira de atriz, muitas pessoas se entregam de diversas formas. Ao não fazer isso, Marina se impõe como uma profissional diferente, mas não deveria.
Assim, fica outra reflexão: Marina deveria se dedicar exclusivamente à publicidade e "vender" os fios raros até que eles já não tenham valor algum no mercado. Ser atriz demanda desapego, versatilidade e talento. E apesar de possuir essa última qualidade, ela está longe de possuir as outras.
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