Análise

Globo erra ao não aproveitar Galvão Bueno na cobertura da Olimpíada de Paris

Aos 74 anos, narrador tem muito a contribuir com as transmissões esportivas

Galvão Bueno virou figurante de luxo na cobertura da Olimpíada de Paris - Foto: Divulgação/Globo
Por João Paulo Dell Santo

Publicado em 31/07/2024 às 04:05:00,
atualizado em 31/07/2024 às 10:13:24

A transmissão da Olimpíada de Paris tem rendido bons momentos na tela da Globo, em sua maioria graças à equipe de profissionais que foi escalada. No entanto, há a sensação de que está faltando alguma coisa. Ou alguém. Sim, ele: Galvão Bueno.

Apresentado como "comentarista" na Cerimônia de Abertura ao lado de Luís Roberto, Daiane dos Santos e Ítalo Ferreira, o veterano fez algo que se tornou comum em 50 anos de carreira, roubou a cena. Cheio de informações e comentários precisos, Galvão tomou para si o protagonismo de uma transmissão que deveria atuar apenas como suporte.

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Ainda que ficasse quieto e calado, seria quase que impossível para Bueno passar despercebido. Os atropelos que existiram entre ele e o seu sucessor, Luís Roberto, outro bom talento do time da Globo, provaram o equívoco cometido pela direção da emissora. O dono do bordão "haja coração" merecia mais.

Galvão não demonstrou qualquer incômodo com a nova função, mas claramente deixou claro que poderia entregar mais. E, sabe-se lá o porquê, a Globo resolveu não levar isso em conta. Aos 74 anos, o comunicador foi "aposentado" das narrações - na televisão, diga-se - em 2022, logo após a Copa do Mundo do Catar.

No YouTube, em parceria com a Play9, de Felipe Neto e João Pedro Paes Leme, ex-executivo do plim plim, comanda o Canal GB, onde... narra. Para os próximos meses, vai apresentar um reality no Esporte Espetacular, a fim de revelar um novo narrador, e negocia a renovação de contrato com a emissora carioca, novamente para o Entretenimento.

Para Copa do Mundo de 2026, ou quem sabe a Olimpíada de 2028, é de se esperar que a Globo pense em algo melhor para uma de suas principais estrelas. Toda essa mudança de rota de Galvão Bueno, provocada por economia, se mostrou equivocada. E sobre isso, a regra é clara.

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Everaldo Marques se destaca na Olimpíada

Com Luís Roberto de molho após um resfriado, Everaldo Marques apareceu com mais destaque na tela da Globo entre sábado (27) e segunda-feira (29). O narrador há muito tempo tem se destacado em suas transmissões. Com a cobertura da Olimpíada de Paris 2024, não seria diferente.

Espirituoso, frenético e dono de um bordão que ainda causa interpretações equivocadas - "você é ridículo" -, Evê merece todos os elogios que tem recebido nas redes sociais. Sem Galvão Bueno e Cleber Machado, a Globo encontrou alguém à altura desses dois monstros da narração. Espera-se agora que Marques conquiste mais espaço nas transmissões regulares, como Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão.

E por falar em Luís Roberto, impossível não elogiar a transmissão do bronze inédito na ginástica por equipes na tarde dessa terça-feira (30). Passou a emoção e a vibração necessárias que ecoaram nos quatro cantos do país com o feito de Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Julia Soares.



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