Publicado em 23/11/2010 às 10:59:57
A TV Digital, que inseriu o padrão de alta definição na nossa televisão, completa daqui alguns dias - mais precisamente em 2 de dezembro - três anos e há pouco o que comemorar.
Inúmeras falhas cometidas pelo Ministério das Comunicações, liderado até então por Hélio Costa, que hoje tenta voltar ao cargo sem sucesso após uma amarga derrota nas urnas mineiras, criaram uma rejeição à alta definição que somente neste ano começou a ser vencida.
A implantação da TV Digital foi dividida em duas etapas e o Brasil obteve êxito na mais complexa e fracassou na tarefa mais simples. A primeira etapa era desenvolver o projeto, o que incluía a adaptação do padrão japonês, americano e europeu. O Brasil se inspirou no padrão japonês mas fez inúmeras adaptações, as quais exigiram conhecimento técnico, apoio de universidades e verbas. Esse processo foi concluído com êxito. Entretanto, na sequência, começava a tarefa do governo, que era conceder o famoso conversor digital a um preço acessível a todos estratos da população, tarefa ainda não cumprida até hoje.
A inexistência de conversores populares à época - o mais barato não saia por menos de R$ 500 - fez com que o brasileiro criasse uma rejeição ao novo padrão tecnológico embora esse não fosse o único motivo. Essa rejeição foi acentuada com a ausência da tão prometida interatividade, na qual o telespectador poderia participar de promoções, interagir com a programação e até mesmo fazer compras pelo controle remoto. Ou seja, poucos viram razão para investir R$ 500 em um equipamento que apenas melhorava a imagem de alguns canais. Ou de um canal melhor dizendo, já que a Globo foi a que mais investiu - e de forma mais acelerada - neste padrão. Qual era a vantagem de gastar esse dinheiro na compra de um conversor que deixaria apenas a novela das oito e alguns filmes e seriados em alta definição? E ainda acrescento: por onde está essa vantagem se a imagem da Globo no padrão analógico é excelente na maior parte do Brasil?
Nos últimos três anos, o governo pouco fez para o amadurecimento da TV Digital e a tarefa começou a ser cumprida pela iniciativa privada. Houve expansão do sinal para outras praças do Brasil e a Globo acompanhou essa expansão, porém sempre tendo que lidar com o preço desinteressante do conversor. No primeiro trimestre de 2009, após mais de um ano de ostracismo, a TV Digital ganha seu maior impulso ao chegar, de uma vez só, a todo o Brasil por meio de uma companhia de TV por assinatura e mais tarde, por outras duas. Embora elas tenham apresentado um preço alto - de aproximadamente R$ 200 mensais - , foi concedido ao telespectador a verdadeira e esperada interatividade. Com mais de 10 canais em HD, a partir de abril de 2009 era possível ver os últimos lançamentos recém saídos do cinema em alta definição - seja de forma paga ou pela rede Telecine. Desenhos como "Os Simpsons" e filmes como "A Era do Gelo", "Harry Potter", entre outros, estavam sendo apresentados com a melhor qualidade de imagem e som existentes. Pode-se tirar como conclusão do imenso crescimento dessa empresa no serviço de alta definição que não era apenas o preço responsável pelo fracasso do HD, mas também o serviço - ou seria desserviço? - proporcionado.
Em 2010, na TV Aberta, a Globo deu importantes passos na alta definição, seguida pela Record, que era a que menos investia na nova tecnologia. Esses investimentos eram importantes, afinal as duas são as maiores redes de televisão do Brasil e era, como continua sendo, desinteressante acompanhar programas como "Interligado" e similares no moderno HD da RedeTV!. Em julho, a Globo expandiu a alta definição também para a faixa das 19h com "Ti Ti Ti" e em setembro, antecipando o que ocorreria apenas em 2011, para a faixa das 18h com "Araguaia". Considerando que a faixa especial já é em HD, resta apenas o "Jornal Nacional" e o "Jornal da Globo" - os quais fazem parte da promessa de completar o horário nobre em alta definição até 2011. Já a Record, por sua vez, estendeu a alta definição para seus jornalísticos, os quais ocupam a maior parte de sua programação. "Jornal da Record", "Domingo Espetacular", "Fala Brasil", entre outros, passaram a ir ao ar em HD. E a promessa de investimentos continua para 2011, com "Rebelde", a primeira novela em alta definição da casa, e o novo folhetim das 22h.
SBT, Band e RedeTV! também consolidaram este ano suas transmissões em alta definição. O próprio SBT chegou mais longe investindo até mesmo em projetos de interatividade. Além disso, suas novelas, séries e filmes estão quase que integralmente adaptados ao novo padrão.
Por fim, percebe-se que a maior parte do pouco êxito da TV Digital no Brasil é credenciada à iniciativa privada. Infelizmente o governo não cumpriu o dever que lhe cabia, como também não cumpriu em outras missões especiais, como o Enem. As questões políticas impediram que o projeto fosse um sucesso desde seu início. Embora ainda não esteja fadado ao fracasso e que tenha possibilidade de alcançar às massas, muito terá que ser feito para reverter o quadro atual. Resta torcer para que no novo governo sejam colocados mais técnicos e menos políticos e companheiros na administração de questões tão importantes. E não digo isso apenas na TV Digital, que apesar de seus erros é um dos últimos problemas do Brasil, mas de modo geral, para o bem do povo brasileiro e como forma de respeito ao dinheiro que nos é recolhido por meio dos impostos.
Opine, elogie, critique. Envie um e-mail para diretodatelinha@natelinha.com.br
Vilã não morreu
Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel
Estreou na TV aos 7
Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web
Análise
Exclusivo
Exclusivo
Nenê Bonet
Opinião
Coluna do Sandro
Análise
Análise
Opinião
Análise
Exclusivo
Opinião
Opinião
Opinião
Opinião
Coluna do Sandro
Exclusivo
Crítica
Exclusivo
Análise