Amaldiçoado? Por que ninguém mais dura como chefão da Globo após Boni
Boni foi o mais duradouro como chefão da Globo
Publicado em 16/07/2025 às 20:33
Amauri Soares confirmou que deixará o cargo de diretor-executivo da Globo, engrossando a extensa lista de chefões que não conseguiram se manter por muito tempo à frente da emissora após a saída de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o lendário Boni.
A sucessão já tem nome e data marcadas. Leonora Bardini, atualmente diretora do canal, será sua substituta e, em breve, assume o comando da mais poderosa emissora do país. O anúncio apenas reforça a impressão de que existe uma “maldição” sobre a cadeira principal da Globo.
Desde que Boni deixou o papel de chefão em 1997, nenhum executivo se manteve por tempo próximo ao que ele perdurou — foram 26 anos de comando firme (1971–1997). O todo poderoso da TV foi o arquiteto da televisão brasileira moderna: revolucionou a estrutura de programação com o conceito transversal, consolidou as novelas como identidade nacional e fez do telejornalismo da Globo um sinônimo de credibilidade, disciplina e inovação.
Depois de Boni, a lista de sucessores é extensa e pouco duradoura: Marluce Dias, Octávio Florisbal, Carlos Henrique Schroder, Ricardo Waddington e Amauri Soares se alternaram em menos de três décadas, enquanto a própria estrutura de poder se fragmentava entre cargos como presidente executivo, diretor-geral, diretor de conteúdo e diretor dos Estúdios Globo. Todos enfrentaram desafios inéditos para a emissora.
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A Globo sem Boni

O novo chefão carrega hoje o peso de administrar uma gigante em transformação e crise. As responsabilidades extrapolam a direção artística e de negócios: é preciso comandar milhares de profissionais, enfrentar pressões políticas, atender às demandas de uma família controladora e, acima de tudo, liderar o processo de reinvenção da TV aberta diante do ataque dos serviços de streaming e da fragmentação abrupta da audiência.
Desde o fim da era Boni, a Globo vê seus índices despencarem enquanto plataformas como YouTube, Netflix e o próprio Globoplay mudam os hábitos dos brasileiros. A emissora perdeu força e domínio, enfrentando concorrência feroz não só das tradicionais SBT, Record e Band, mas também de gigantes globais.
A pressão, o desgaste e as cobranças tornam rara a permanência longa no topo. Diferentemente dos anos dourados, não basta criatividade e disciplina: liderar a Globo se tornou teste permanente de sobrevivência e adaptação. O “trono de Boni” virou símbolo de instabilidade e críticas — do público, do mercado e até dos bastidores —, em cenário onde tradição pesa tanto quanto a urgência de transformação.
Amauri Soares será mais um a deixar seu nome na lista dos que tentaram e logo foram substituídos. Se é mesmo uma maldição ou apenas o retrato de um tempo muito mais inclemente para a televisão, só o futuro dirá. Por ora, a história do chefão duradouro da Globo continua sendo página exclusiva de Boni.