Jorge Lordello diz que Odete Roitman não morreu e analisa caso: "Matei a charada"
"Não é uma cena que poderia ser um homicídio", explica
Publicado em 10/10/2025 às 06:11,
atualizado em 10/10/2025 às 10:45
Delegado de polícia por 30 anos e apresentador do Operação de Risco na RedeTV!, Jorge Lordello também acumula o canal Na Cena do Crime, no YouTube. É por lá que ele vira e revira casos trágicos que abalaram o Brasil. Com experiência suficiente na área criminal, ele garantiu ao NaTelinha que solucionou a morte de Odete Roitman (Debora Bloch) em Vale Tudo: "Matei a charada!".
"Odete Roitman não morreu. Aquela cena que ela criou não é uma cena que poderia ser um homicídio", analisa o profissional. Para chegar a essa conclusão, Lordello destrinchou o caso com minúcia: desde os tiros na vilã, passando pela maneira como reagiu às balas e até o revólver da cena.
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"Só tem duas mortes instantâneas: tiro na cabeça e tiro no coração. A pessoa leva um tiro, morre na hora. Ela apaga, desliga. Ela levou um tiro no abdômen. A primeira reação da vítima é se curvar para frente, pois ela sente uma forte dor na região e ela passa a agonizar. Seria natural que ela procurasse seu celular para pedir socorro ou até mesmo fosse abrir a porta do quarto e pedir socorro. Com isso, deixaria manchas de sangue pelo local do seu trajeto. Ela teria todas as condições de procurar ajuda e se ela não conseguisse ajuda, ficaria minutos agonizando. Só que tem um detalhe, imagine você levando um tiro. Instintivamente, o movimento seria natural fazer uma 'concha', e aí você caminha pra frente, e não caminha pra trás."
Lordello também observa que existe uma espécie de saliência por baixo da roupa da vilã. "Parece uma bolsinha. O que seria? Aquela bolsinha seria, aqueles artefatos que seriam utilizados e soltam sangue, isso se faz em filme. Você prende no ator uma bolsinha, quando você filma e faz aquele movimento. Só que eles cometem o erro, porque consegui pegar o frame, na altura quando ela cai, o tiro é mais em cima de onde ela levou. Qual a minha conclusão? Ela queria simular a morte para ir embora do país."

Odete Roitman não morreu, diz Jorge Lordello

O Doutor Segurança também acredita que Odete Roitman precisou de alguém para lhe ajudar. "Essa pessoa foi lá e fez um disparo na parede. O cara fez um disparo, ele podia disparar, não calculou exatamente onde foi o tiro. Ela se posiciona ali, aciona o equipamento ali, ela cai, ela finge que cai e ela cai."
"E aí, a minha conclusão para que a história possa ter um nexo, ela toma um remédio onde ela vai apagar por algumas horas. Ela tem que fazer uma morte profissional. Quando a primeira pessoa entra no quarto e vê ela caída, ela morreu. Até chegar o delegado, ele olhou, ela está morta. E aí colocam ela num saco preto. O policial dá uma deixa, fala assim pro delegado: 'O secretário de segurança pediu agilidade'. A rapidez é tirar o corpo do carro do necrotério e poder ter duas histórias."
Jorge Lordello sobre morte de Odete Roitman
A primeira, na visão do especialista em crimes, é encontrar uma mulher parecida e matá-la com um tiro na barriga. Por conta disso, pode ser um motivo do corpo dela não ter aparecido dentro do caixão. "Como ela tem dinheiro, no final da novela, seria ela gozando. Ela daria a 'banana'. O mais curioso, você abre brecha para continuar a novela", especula.
E acrescenta: "Por que colocaram as cinco pessoas no quarto saindo? Tem a explicação daquele tiro. Aquela cena é um dos quatro que foi lá e diz: 'Você não tem coragem...'. A pessoa deu um tiro na lateral e foi embora. Foi uma casualidade. Aquele cara quando atira, ela desaparece quando sai o tiro. 'Você não tem coragem'. Não teve mesmo, atirou na parede e foi embora."
"E outro detalhe que ninguém percebeu, tem sites falando, que o tiro foi de um revólver. É uma pistola. Por quê? Porque quando você assistir de novo, você vai ouvir um tiro tilintar, quando faz o disparo, a pistola quando atira ela ejeta lateralmente a cápsula", explica.
O fim de Vale Tudo
Quando chega o delegado, ele imagina que Odete está morta. No entanto, pode ter tomado um sossega leão para parecer morta. "Essa história se fizerem esse final é factível. Não é bizarro. A cena da morte, morrer daquele jeito, não é homicídio. Conheci gente que tomou tiro na barriga e andou 400 metros."
"Não se morre daquele jeito. Se leva um tiro daquele jeito... Ela tá induzindo todo mundo a acreditar que é homicídio, pra no final mostrar que ela está viva. Acho que matei a charada", diz.
A resposta será conhecida dia 17 de outubro, no último capítulo de Vale Tudo.