Exclusivo

Cara e Coroa: Autor de novela da Globo se pronuncia sobre polêmica que já dura 30 anos

Antônio Calmon dá sua versão sobre morte de personagem de Maitê Proença; treta envolve outros atores e diretor


Maitê Proença e Miguel Falabella em Cara e Coroa
Maitê Proença e Miguel Falabella em Cara e Coroa: vilã morreu por volta do capítulo 50, para a surpresa da atriz - Foto: Divulgação/Globo
Por Walter Felix

Publicado em 16/07/2025 às 05:27,
atualizado em 16/07/2025 às 16:12

O autor Antônio Calmon se pronunciou sobre a polêmica envolvendo a novela Cara e Coroa, que foi ao ar na Globo entre 1995 e 1996. Em entrevista exclusiva ao NaTelinhaa primeira parte foi divulgada na segunda-feira (15) – ele falou sobre o contexto que o levou a “matar” uma das personagens principais da história, assunto que rende burburinhos até hoje, 30 anos depois.

Com frequência, Cara e Coroa volta a ser assunto na mídia. Não pela trama sobre a troca de identidade entre as gêmeas Vivi e Fernanda, interpretadas por Christiane Torloni, mas pelos bastidores conturbados, que motivaram a morte precoce, por volta do capítulo 50, da vilã Heloísa, vivida por Maitê Proença.

+ Marisa Orth revela detalhes de ensaio para Playboy: "Me tirou o sono"

Em entrevista ao Roda Viva, Maitê acusou o diretor da novela de ter tramado contra ela e influenciado sua saída da produção por estar supostamente interessado no então namorado dela. A novela era dirigida por Wolf Maya, e na época a atriz vivia uma relação com Victor Fasano, o galã da trama. O ator e o diretor nunca comentaram o caso.

Recentemente, Miguel Falabella, par de Maitê na novela, descartou a hipótese levantada pela colega e atribuiu a morte da personagem a uma decisão exclusiva de Calmon. “O diretor era o Wolf Maya. Certamente não foi ele quem a tirou da novela, nem tinha qualquer interesse no Fasano. Isso é delírio! Quem a tirou da novela foi o autor.

Antônio Calmon sobre morte polêmica de personagem em novela: "Eu apenas cumpria ordens"

Antônio Calmon
O autor Antônio Calmon, hoje aos 79 anos - Foto: Acervo pessoal

Questionado sobre o assunto, Antônio Calmon afirma, com exclusividade ao NaTelinha:

“Vou ser curto e grosso. Conheci a Maitê antes de ela virar a grande estrela que ela se tornou, em uma situação social. Fiquei marcado pela beleza e também pelo talento dela, que é um tipo de talento especial, mas que eu respeito. Para resumir, a Maitê morreu [na novela] a pedido da direção da emissora, por problemas não relacionados a mim.”

Calmon conta que, nos bastidores, já havia alertado tanto Maitê quanto Falabella sobre uma prática em cena.

“O Miguel Falabella – que eu acho muito metidinho sempre –, ao sacanear alguém ou praticar alguma maldade em cena, tinha mania de olhar para a câmera. Ou seja, ele desmentia o que tinha acabado de falar. Ele quebra ali a relação de quem está vendo a obra. ‘Ah, olha aqui, eu sou o vilão e estou armando uma, hein, pessoal?!’ Isso, além de não ser aconselhável em uma novela, que tem um tipo específico de audiência, não é permitido, porque todo mundo começa a fazer a mesma coisa.”

Maitê Proença e Miguel Falabella
Maitê Proença e Miguel Falabella interpretaram Heloísa e Mauro, vilões em Cara e Coroa - Foto: Divulgação/Globo

O autor credita à indisciplina dos atores a eliminação da atriz na novela pela Globo.

“A Maitê começou a olhar para a câmera também, o que não podia. O casal de vilões estava tentando criar com a audiência uma cumplicidade não pretendida por este autor – e duvido que pelo diretor da novela, que nem me lembro quem era. E houve reclamações desse tipo.”

Ainda na entrevista ao Roda Viva em 2017, Maitê afirmou que era orientada a agir contrariando as orientações de Calmon. “Ele [o diretor] falava que eu era uma pessoa ingovernável, me mandava fazer justamente o que o autor não queria que eu fizesse”, argumentou.

Lucinha Lins, de A Viagem, defende influencers em novelas da Globo: "Nada contra"

Calmon não voltou a trabalhar com Falabella na TV. Com Maitê, teve um reencontro na última novela dele na Globo, Três Irmãs (2008).

“Anos depois, percebi um olhar simpático da parte dela para mim, com aquele sorriso deslumbrante que ela tem, num show de música no Canecão. Senti que finalmente ela, de alguma forma, havia entendido que não fora eu quem quis matar a personagem, que não era nada pessoal e que, como dizem os soldados, policiais e tal, eu apenas cumpria ordens.”

Imagem da thumbnail do vídeo

Mais Notícias

Enviar notícia por e-mail


Compartilhe com um amigo


Reportar erro


Descreva o problema encontrado