Autores de Cabocla não queriam morte de Tomé: "Já decidimos isso"
Eriberto Leão chegou a comemorar final feliz do personagem, o que não aconteceu
Publicado em 05/12/2024 às 14:15
Os autores de Cabocla não queriam a morte de Tomé, personagem de Eriberto Leão, na novela de 2004. O desfecho trágico do peão, exibido na versão da trama em 1979, quase foi alterado no remake que está sendo reprisado na faixa Edição Especial, na Globo.
Há 20 anos, o jornal O Globo chegou a afirmar que o destino do personagem seria diferente. “Eu e o meu pai [o autor Benedito Ruy Barbosa] já decidimos isso. Tomé não morrerá”, disse Edmara Barbosa, responsável pela adaptação ao lado da irmã, Edilene Barbosa.
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Na época, o ator Eriberto Leão comemorou a alteração. “O Tomé morreria assassinado, numa tocaia. Foi uma felicidade muito grande saber que ele não ia morrer mais”, disse ele. Na versão de 1979, o papel foi de Maurício do Valle (1928-1994).
Havia ainda a previsão de que Tomé reencontrasse a ex-noiva Rosa (Vanessa Gerbelli), por quem foi apaixonado no passado, o que não aconteceu na novela. A personagem volta à cena somente nos últimos capítulos, quando o peão já havia morrido.
O retorno de Rosa foi uma das mudanças na novela de 2004, já que não ocorreu na versão de 1979. Inicialmente, sua volta balançaria o casamento de Tomé com Tina (Maria Flor). Entretanto, no que foi ao ar, a fujona já encontra a irmã viúva na reta final da história.
Ao jornal Zero Hora, em outubro daquele ano, semanas antes de gravar o desfecho trágico do papel, Eriberto comemorou a possibilidade de que Tomé tivesse um final feliz ao lado de Tina. Ele atribuiu a mudança à empatia do personagem e do casal com o público.
“Acho que as duas coisas contribuíram para que o Tomé não morresse. E também a cara que eu e o Malvino Salvador, que interpreta o Tobias, demos para esses peões. Eles são rudes e rústicos, mas sensíveis ao mesmo tempo. Acredito que isso tenha feito com que eles conquistassem mais as pessoas.”
Eriberto Leão em outubro de 2004
Contudo, Tomé acabou morrendo, sim, em Cabocla. Na imprensa, não foi divulgado o motivo que fez os autores voltarem atrás, optando pela morte do personagem. Ele é assassinado em um confronto com um dos homens que surraram Felício (Sebastião Vasconcelos).
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Baseada no romance homônimo de Ribeiro Couto, a novela Cabocla foi criada por Benedito Ruy Barbosa em 1979 e adaptada para uma segunda versão em 2004 por Edmara Barbosa e Edilene Barbosa. Teve direção de Fred Mayrink, André Felipe Binder e Pedro Vasconcelos, direção geral de José Luiz Villamarim e Rogério Gomes e direção de núcleo de Ricardo Waddington.
Assista à abertura de Cabocla:
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