Estereótipos

Estudo revela que 78% de personagens do Oriente Médio em séries são terroristas

"Mr. Robot", segundo estudo, tem boa representação de alguém de origem egípicia


mrrobot_7849993009664728c7bf62d0046a0d25a851a64f.jpeg
Elliot Anderson é o protagonista de "Mr. Robot"

Um estudo realizado pela MENA Arts Advocacy Coalition (MAAC) revelou que 78% dos personagens do Oriente Médio e Norte da África que apareceram em séries entre 2015 e 2016 foram retratados como terroristas, agentes ou soldados.

O levantamento foi realizado com base em mais de 242 séries exibidas em canais abertos, fechados e serviços por streaming. A pesquisa divulgada pelo Deadline nesta segunda-feira (10) revela ainda que apenas 1% dos personagens das séries de TV dos Estados Unidos são descendência norte-africana ou árabe, sendo que existem mais de nove milhões de estadunidenses no Oriente Médio e Norte da África nos Estados Unidos, o que representa 3,2% da população.

A MAAC também afirmou que 92% das séries analisadas não tem nenhum personagem com descendência árabe ou norte-africanos em seu elenco e 67% dos personagens possuem um forte sotaque, o que mostra que notadamente, não são estadunidenses.

Como destaque, o levantamenta aponta que o protagonista Elliot Anderson de "Mr. Robot" é uma boa representação de alguém com descendência egípicia.

Para Azita Ghanizada, atriz e fundadora do MAAC, a maioria das pessoas achava que a pressão pela diversidade criaria um aumento nos papéis, mas o contrário é que acabou acontecendo. "Descobri que os artistas do MENA eram contados como caucasianos e incapazes de preencher diversas cotas de contratação", disse.

Para ela, esse "buraco" nas práticas de inclusão de Hollywood levou estereótipos reforçados, influenciando em muitos pontos. "Nossa capacidade de trabalhar diminuiu drasticamente", lamentou.

Nancy Wang Yuen, a co-autora do estudo, Hollywood precisa ir além. "A indústria precisa enxergar além de tiranos e terroristas ao retratar os MENAs", pontuou. De acordo com ele, estereótipos podem ter efeitos prejudiciais na percepção do público.

TAGS:
Mais Notícias

Enviar notícia por e-mail


Compartilhe com um amigo


Reportar erro


Descreva o problema encontrado